A Ria Formosa tem cerca de sessenta quilómetros de comprimento, ficando na extremidade nascente o Sitio da Igreja, Cacela Velha.
Nas margens da Ribeira de Cacela está localizada uma importante jazida fossilifera, com cerca de 7 a 9 milhões de ano, constituída por um conjunto de rochas sedimentares com uma enorme variedade de fosseis de bivalves e gastropodes, a merecer a sua classificação, valorização e protecção.
Trata-se da única representação conhecida em Portugal das "biozonas" do Miocénio Superior e como tal devera ser classificada como Monumento Natural.
Mas os nossos governantes não pensam assim, antes pelo contrário, sobrepondo interesses económico-financeiros ao património natural ou com alguma história, pouco se importando com a destruição que provocam.
Nas imagens acima, mostramos a barra aberta artificialmente e por encomenda com o argumento da oxigenação da agua para uma produção de ostras ali existente.
Ao olharmos a imagem de cima, apesar da asneira que constituiu a abertura daquela barra, ainda se pode ver a vegetação do cordão dunar, enquanto que na imagem de baixo, já não se vê qualquer vegetação.
Com a abertura da barra e como consequência dela, o cordão dunar ficou fragilizado e foi alvo de um galgamento oceânico com espraiamento das areias pelo espaça lagunar.
No âmbito do malfadado Polis, estava prevista uma intervenção, com dragagens para refazer o cordão duna e o espaço lagunar. E apesar de constar no Plano de Intervenções nunca ali gastaram um cêntimo, ao passo que noutros locais, sem estar previsto já fizeram três intervenções, em regra para corrigir erros cometidos nas intervenções efectuadas.
Mas também nos últimos anos, muito se tem falado nas Praias de Cacela, uma aposta clara na vertente turística, pondo pessoas a votar em sites que depois apresentam as novas relíquias sem o mínimo respeito pelas populações residentes e autóctones.
Há muito pouco tempo, os técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente, deslocaram-se ao local, tendo uma delas afirmado que o cordão dunar havia doze anos que não apresentava tamanha robustez. Ora esta técnica ou nunca lá pôs os pés ou é uma perfeita ignorante em relação ao sitio.
É evidente que para as entidades publicas, tudo o indica, é para se virar para o turismo, mesmo que isso continue na senda da destruição do pouco que ainda resta do sector produtivo, como a pesca e a produção de bivalves. Assim não lhes incomoda que haja um espraiamento, porque isso aproxima a praia da margem terrestre, embora ponha termo a esta parte da Ria Formosa. E pouco importa a presença da importante jazida fossilifera ali presente, como o património edificado e histórico, do qual se pode ver nas imagens, um dos torreões do Forte.
E tal como diziamos nós nosso ultimo texto, a propósito da Praia de Maria Luísa, também não os incomoda que o mar chega à base da arriba e jogue tudo abaixo.
Importante mesmo, para esta canalha, são as Praias!
Então porque não acabam de vez com a Ria Formosa, transformando tudo em Praia?
Logo? Dá muito nas vistas. A MAFIA por se sentir impune, não se preocupa tanto com o tempo mas um pouco mais com o disfarce.
ResponderEliminarCom o tempo ainda vamos estar proibidos de ver o mar, esta cambada de mafiosos, corruptos e vigaristas, inventam uma toxina qualquer e lá vamos nós com a mala às costas para o serro.
ResponderEliminarMAFIOSOS!