Mais de uma dezena de anos de luta contra a poluição da Ria Formosa e eis que é o próprio IPMA quem nos vem dar razão, como se pode ver em https://www.jn.pt/nacional/interior/estuario-do-mondego-e-ria-formosa-com-nivel-de-oxigenio-perigoso-para-peixes-9026203.html, noticia que nos merece alguns comentários pouco abonativos para todo o aparelho de Estado e também para a Comissão de Ambiente da União Europeia.
Em 2001/2002, a CCDR encomendou uma monitorização das aguas da Ria Formosa à Universidade do Algarve, monitorização essa tecnicamente perfeita e que desde logo apontava para este tipo de situação, embora na sua conclusão se dissesse que a Ria Formosa não estava bem mas se comparada com outras rias, não estava mal! É óbvio que tal conclusão resulta das pressões a que estão sujeitos os investigadores, sendo "obrigados" a branquear a realidade criminosa das entidades publicas.
Em 2008 foi apresentada uma queixa junto da então Comissão Europeia que acabou por arquivar cinco anos depois com as desculpas e o branqueamento do costume. Para tal foi apresentado o Livro do Forward, em inglês e segundo se disse na altura para eventuais problemas que pudessem surgir, e no qual participou activamente o IPMA.
Pelo meio foram chamadas a pronunciar-se, em diversas ocasiões, a Brigada do Ambiente da GNR, a CCDR, a Aguas do Algarve e muitas outras entidades. Em causa estavam não só as descargas das ETAR mas também os esgotos directos. E nem a Policia Judiciaria foi capaz de descobrir de onde vinham os esgotos poluidores da Ria Formosa, tal a quantidade de mentiras que foram declaradas pela Aguas do Algarve, Agência Portuguesa do Ambiente e pelas Câmara Municipais de Faro e Olhão.
Mas mesmo as declarações prestadas pelo IPMA agora deixam muito a desejar, fugindo à questão de fundo. É que o IPMA, face ao problema devia propor, e tem a obrigação de o fazer, que a Ria Formosa fosse classificada como estando em RISCO DE EUTROFIZAÇÃO, o que implicaria a eliminação total dos esgotos directos e a remoção do fosforo e azoto nas ETAR.
E não se pense que a nova ETAR, que deveria estar concluída em 2016, vai resolver este problema, porque apesar de usar tecnologia mais recente, não remove o fosforo e azoto, pelo que a Ria Formos vai continuar em risco de eutrofização.
Não venham agora dizer que este é um problema pessoal, como tentam, porque o que está em causa é a qualidade ecológica da agua da Ria Formosa e a sobrevivência de espécies piscícolas e moluscicolas, como o PIMA reconhece, e da qual dependem milhares de famílias.
PORRA, custou mas desta vez o IPMA acabou por nos dar razão e a luta pela eliminação da poluição, ganha um novo fôlego.
Não podíamos também deixar de agradecer o excelente artigo de um jornal de língua inglesa sobre o assunto, ver em https://algarvedailynews.com/news/13334-shit-in-the-ria-formosa, uma preciosa ajuda para a luta de todos quantos sentem e vivem a Ria Formosa.
então cagões de merda, era tudo mentira e obra de boateiros e terroristas?
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