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sábado, 5 de maio de 2018

RIA FORMOSA: PREPARATIVOS PARA AS DEMOLIÇÕES NA ARMONA

Até agora os proprietários de casas na Ilha da Armona têm estado desligados da luta dos restantes núcleos das ilhas barreira, mas o estado de graça está a terminar, infelizmente. E para isso lançamos aqui este alerta para depois não se queixarem.
O ano anterior foi ano de eleições autárquicas e por isso visitaram a zona, num claro apoio às autarquias que se adivinhavam em risco para o partido do governo. Interferindo na campanha eleitoral, o Ministro da Poluição, Matos Fernandes, apresentou-se em Tavira onde em conjugação como o seu camarada Pina, presidente da câmara municipal de Olhão, acalmaram os ânimos dos proprietários de casas na Ilha da Armona, anunciando a possibilidade de prolongar a concessão por mais trinta anos. Dois trastes, que mentiram descaradamente às pessoas.
Ainda antes do POOC aprovado, mas já em avançado estado de preparação, foi feita uma estimativa para as intervenções na Ria Formosa, incluindo a Ilha da Armona, conforme imagem que a seguir reproduzimos
Neste documento pode ver-se que estava em perspectiva gastarem-se mais de onze milhões de euros que incluíam as demolições que deveriam ocorrer entre 2002 e 2007, portanto antes da aprovação do POOC, mas nele inserido. Ou seja, já então o governo se preparava para proceder a demolições na Ilha da Armona. O total das intervenções estimava-se em 129 milhões, um valor abaixo da dotação da POLIS, o que implicava um faseamento. Isto não significava que não deixariam de demolir, esperando por melhor oportunidade, até pelo sururu que tal implicava.
Aquando da deslocação do Matos Fernandes a Tavira, ficou assente que teria de ser apresentado até Dezembro passado, um PIR, que está pronto mas que o Pina oculta, pelo inconveniente que ele é.
Das condições impostas ressaltava a rede de saneamento, convertida em promessa eleitoral, e ainda não agendada, mas não só.
A Câmara Municipal de Olhão diz que cerca de 87% das casas estão ilegais pelas mais variadas razões, sobressaindo os primeiros andares, as casas que apresentam uma área de ocupação maior que a definida na concessão ou aquelas que foram construídas em cima da fossa do vizinho e ainda aquelas, que de acordo com a Protecção Civil presidida pelo Pina, têm de ceder espaço para a rede viária.
A partir daí, a Câmara elaborou uma planta com a identificação das casas a demolir, começando pelas 87, na "Favela dom Alemão" junto ao recovo, outras tantas no lado nascente da passadeira e mais algumas dispersas. Quem tiver duvidas que se desloque à Câmara e peça uma autorização para o transporte de materiais para umas obras ligeiras e verá como é recusado; do mesmo modo tenta transmitir a casa e verá que recebe o nega. Se persistirem duvidas perguntem pela planta porque têm o direito de saber se a sua casa está ou não para demolir.
Aos poucos a  prometida, pelo Pina, "Quinta do Lago de Olhão" toma forma.
E se isto serve para os moradores da Ilha da Armona, serve também para os moradores dos restantes núcleos das ilhas barreira, porque parece terem abandonado a via da luta. Todos têm de conjugar esforços no mesmo sentido e lutar, lutar até verem satisfeitas as suas reivindicações.
Organizem-se e lutem! Sem luta não há vitória!

3 comentários:

  1. o nosso arrogante e jovem presidente, devia de dar o exemplo, não sei se pode usufruir do transporte do seu luxuoso automóvel aos sábados, assim não sente a miséria em que as nossas tristes ruas esburacadas se encontram, tal a quantidade de buracos, o alcatrão é uma miragem.
    Ao mesmo tempo, deve aprender a respeitar a prioridade nas rotundas, aquela do novo continente, como aconteceu esta manhã ? não é chegar e avançar, aquele que se encontra lá dentro, que espere, porque ele é o maior e estava apressado?

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  2. É a ética republicana da MAFIA, moce! Quem não gosta que emigre.

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