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quarta-feira, 19 de junho de 2019

ALGARVE E A MARÉ VERMELHA

Tem sido amplamente difundido a situação de maré vermelha na costa algarvia, com especial incidência entre Olhão e Albufeira, o que determinou a interdição preventiva do uso balnear de algumas praias, mas também à interdição da captura de bivalves.
Face a isso, assiste-se a uma acção de branqueamento por parte de todas as entidades envolvidas, com destaque para a UALG, o que mais à frente procuraremos demonstrar. Não é caso virgem em situações destas.
Normalmente as pessoas preocupam-se apenas com o momento presente sem acautelar o futuro e por isso não procuram saber das causas, consequências, prevenção e tratamento destes fenómenos, mas se pesquisarem um pouco perceberão o que está em causa.
Num trabalho elaborado por alunos do 1º ano de biologia marinha da UALG, e necessariamente sobre a orientação do professor e fundamentado com bibliografia do IPMA entre outras, pode ver-se que as marés vermelhas ocorrem geralmente em zonas com elevado teor de nutrientes.
Há anos que levamos a chamar a atenção para as fontes de poluição na Ria Formosa, que são idênticas às de toda a costa portuguesa, os esgotos directos sem tratamento e as descargas das ETAR. A quantidade de nutrientes, fosforo e azoto libertados pelas descargas das ETAR, acrescidos da poluição provocada pelas descargas das caldas de frutos vermelhos nas linhas de agua e das escorrências superficiais dos campos de golfe, tudo se conjuga para o enriquecimento, excessivo, de nutrientes das aguas costeiras com as consequências que poucos querem ver.
As entidades publicas publicas, acorbetadas pela massa cinzenta de algumas universidades, de forma miserável, procuram negar  e deturpar a realidade dos factos porque as pessoas também se estão borrifando para tudo, desde que não lhes bata à porta.
Os ciclos e a dimensão deles de proliferação de algas potencialmente toxigena, são cada vez maiores, mas com consequências desastrosas para algumas actividades. Poderá ser que, neste caso afectando o sector turístico, haja mais preocupação com o problema e procurar corrigir os erros cometidos ao longo dos anos.
Os mesmos senhores que tanto falam no plástico, e com razão, deveriam agora pronunciar-se sobre as fontes de poluição marinha como são os esgotos e ETAR, cujos efluentes podem ser reutilizados na agricultura com largas vantagens. Pelo menos não poluíam o mar!

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