Decorria o ano de 2017, mais propriamente em Agosto, quando o casal inglês que reconstruiu uma casa na Ilha da Armona marcou uma manifestação para a porta da Câmara Municipal de Olhão. Estávamos em plena campanha eleitoral e o presidente da autarquia viu-se obrigado a sair à rua e convidar os presentes para o salão nobre dos Paços do Concelho, onde procurou acalmar os ânimos dos presentes.
Das palavras do presidente, transcrevemos este texto publicado no site da autarquia e no jornal Postal do Algarve, pode concluir-se que o homem iria fazer o investimento na rede de saneamento e aprovar o PIR, pir esse que não conhece a luz do dia.
Nem PIR nem saneamento!
Passado este tempo, em Fevereiro deste ano, novas declarações do edil e sempre a assumir que irá fazer a obra, como se pode ver na imagem seguinte, onde se reproduz a noticia do jornal Sulinformação.
Mas o presidente, um perfeito trapalhão não se fica por aí até porque estava tudo de acordo com o que dissera antes. E eis que numa entrevista concedida ao Jornal O Olhanense deste mês, vem dar o dito por não dito, como se pode ver do extracto que publicamos a seguir.
Nestas novas declarações assistimos a uma contradição com aquilo que tem sido prática do canalha maior da autarquia.
Em primeiro lugar diz que parte da obra já foi candidata a fundos comunitários e ficamos sem saber qual o valor total dela, que inicialmente era de 2,5 milhões e passou a 4, por obra e graça do espírito santo. E porque passou para 4 milhões a pobrezinha da autarquia não tem dinheiro, razão pela qual os proprietários das casas têm de a pagar.
" Teremos de fazer reflectir essa despesa junto de quem ali tem casa e paga as respectivas taxas" para de seguida acrescentar "quem tem casas de férias na Ilha da Armona é que deve pagar este investimento".
O rapazinho até é capaz de ter razão, mas como come muito queijo, esqueceu-se que foi ele quem pagou o investimento da rede de aguas residuais, entre outros locais, a sul da Estrada Nacional 125 e entre Olhão e Fuzeta, ou seja melhor dizendo no Aldeamento de Marim que até é privado, e onde gastou cerca de 2,2 milhões, como se aquilo tivesse como fim a habitação permanente e não de férias.
" O projecto está pronto, falta-nos aprovar o PIR e garantir a concessão por mais trinta anos. E isso é essencial". Isto é política de chantagem, jogar com o futuro prolongamento da concessão para obrigar as pessoas a gastarem cerca de cinco mil euros por cada casa (4.000.000:800 casas= 5.000).
Mas quem garante às pessoas que a concessão vai ser renovada? Veja-se o que o artista diz a esse propósito.
"Se não tivermos a concessão por mais trinta anos, não vamos fazer um investimento de 4 milhões de euros."
De acordo com este ultimo paragrafo, ele dá a entender que a concessão não será prorrogada e por isso não vai gastar os 4 milhões. Ele lá saberá o que combinou com o ministro.
No entanto não será demais chamar a atenção para o facto de a nova Lei de Ordenamento do Espaço Marítimo permitir novas concessões, para entidades publicas ou privadas, até por períodos maiores e com maiores receitas para o Estado.
Obviamente que depressa aparecerão poderosos grupos económicos a candidatar-se à concessão da Ilha da Armona para ali instalar os seus resorts. Diz lá a verdade ó moço pequeno.
Continuem a votar nele que fazem bem!
O presidente tem razão numa coisa: 95% das casas da Armona, e também do Farol, são casas de férias de Verão (incluindo as casas da sua família) e algumas poucas, são para os fins de semana de algumas pessoas de origens geográficas várias, ou seja não são moradores, fazem-se passar por moradores, por expedientes permitidos por Lei. Na Culatra, "núcleo histórico", moram (casas compradas a ex-moradores) ou vivem temporariamente (férias em casas alugadas) muitos estrangeiros o ano inteiro. E as câmaras prometem mal aquilo que não deviam prometer, principalmente em tempo de eleições, porque o Governo e o Estado é que deviam resolver estas situações e não os contribuintes de Olhão e Faro. As taxas, as concessões e os IMI, são irrisórios, quando comparados com o benefício de ter casas ilegais em terrenos DPM ou concessionados num local paradisíaco que são as ilhas -barreira, onde se fazem negócios imobiliários de milhares de euros todos os anos (Verão e não só), e onde também empresas privadas vão aos poucos conquistando o seu espaço. Já a ilha Deserta é um negócio propriamente dito.
ResponderEliminarMuito bem dito, e se o pessoal não viesse para as ilhas fazer turismo não deixaria o dinheiro que deixa em Olhão onde faz as compras, come nós restaurantes, etc
EliminarÉ melhor acabar com as ilhas e deixar os olhanenses .no desemprego.
Tens mesmo razão
Os pés descalços da Armona e outros pés descalços recusam acreditar, ver a morte que a MAFIA lhes prepara.
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