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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

OLHÃO: DISCURSO PARA DISTRAÍDOS!

É verdade que hoje é dia de natal e por isso alguns pensarão que deveríamos ficar calados, como se a fome e a miséria mesmo neste dia não chegasse aos mais desfavorecidos. Para nós a celebração para o dia em que o Povo rebentar com as grilhetas que lhes impõe o sistema e por isso não abdicamos de dizer o que pensamos.
Vem isto a propósito do discurso de um idiota político que sentado no colo de alguns chegou a presidente da câmara e da AMAL, sobre a seca e das suas possíveis soluções, como se pode ler em https://www.barlavento.pt/ambiente/amal-quer-respostas-concretas-a-seca-no-algarve?fbclid=IwAR14pcMEFKf35aV98oiHp-BmsyOSiuTczUXkF3QxZL8HuZMyJrIU7BCQJ1o .
Há mais de dez anos que levamos a sugerir a reutilização das aguas residuais urbanas tratadas para a agricultura e chegámos ao ponto de apresentar a reutilização do efluente tratado da ETAR de Salir para a rega de alfarrobeiras.
A ideia do nosso amigo presidente Pina é a da reutilização para fins urbanos como a rega dos jardins, o que não seria mau, se não se escondesse por detrás disso alguns elevados interesses, e que mesmo assim duvidamos que alguma vez o fosse feito porque os custos seriam demasiado elevados. Trata-se pois de um discurso para distraídos!
Em todo o Algarve, a factura da agua dos munícipes é bastante pesada, por responsabilidade das autarquias, já que há um bom diferencial entre o preço praticado pela empresa concessionaria em alta e as autarquias ou empresas municipais, ou seja, há condições para descer a factura, o que deveria ter sido salvaguardado.
A agua é um bem essencial cujo consumo não deve ser penalizado por questões de ordem económicas. Nesse aspecto, diz o nosso amigo presidente, que a autarquia não pode subsidiar a factura da agua. Mas pode manter as perdas na rede em valores incomportáveis e que são os munícipes a pagar sem que a tenham consumido. Traduzindo, o munícipe pode subsidiar a autarquia mas esta não o pode fazer em relação aos munícipes.
Quanto ao efluente tratado, são os munícipes que pagam o tratamento cada vez que abrem a torneira porque o tratamento dos esgotos domésticos está incluído na factura. Ora o presidente vem falar na reutilização do efluente tratado, a pensar que a autarquia não o deve pagar porque os munícipes já o fizeram, quando como resultado dessa reutilização, a factura, na componente do saneamento deveria ser atenuada.
Já agora convém lembrar que a reutilização para fins agrícolas apresenta outra vantagem que é um nível de tratamento mais baixo, semelhante ao que existia na antiga ETAR Poente de Olhão e portanto com menos custos, para não dizer que toda a agua das ETAR seria consumida sem necessidade de poluir as rias, estuários, lagoas ou mesmo a costa portuguesa.
Quando o Pina entende penalizar os consumidores de serviços e bem essenciais está a seguir a mesma política senão a fazer pior que o regime deposto.
Quem quiser serviços e bens essências que os pague; esse é o slogan da direita mais retrograda!  

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