Já lá vão um bom par de anos que a câmara municipal de Olhão tem vindo a assinalar o dia do pescador e este ano mais uma vez, só que o Covid fez com que não houvesse cerimonia alguma, mas antes uma pequena evocação.
Se recuarmos um pouco no passado, o ex-quase tudo, vereador, director regional de educação, governador civil, presidente da RTA e ainda pai e mentor do actual presidente da câmara, dizia que Olhão cheirava mal, cheirava a peixe.
Na altura tivemos a oportunidade de dizer que os cheiros foram substituídos pelos da merda que sai dos esgotos e das ETARs.
Nestas celebrações é costume oferecerem umas medalhas de lata tentando conquistar a simpatia daqueles por quem a autarquia nunca fez nem fará o quer que seja. E até mesmo o Jardim Pescador Olhanense foi deixado ao abandono durante anos, sem qualquer dignidade, indo agora para obras por causa do turismo.
Entretanto, o presidente da câmara que vive de e para a imagem inventou mais uma cerimonia, desta vez de homenagem à operaria conserveira.
Claro que se alguma classe que merece estas homenagens, são estas, afinal aquelas que foram a razão de ser da nossa cidade. Olhão sempre teve uma forte ligação com o mar, fosse através da pesca ou de contrabando, actividades enraizadas. É na pesca que se vai buscar a matéria prima para a industria transformadora que empregou milhares de operarias, muito mal pagas, com trabalho pouco mais do que escravo, fruto de uma brutal exploração. Daquelas situações em que mesmo trabalhando as operarias viviam na miséria, algo que se está a repetir no presente e que merece cuidada apreciação.
Mandar construir uma estatua de homenagem à operaria conserveira, tal como vem anunciado em https://www.barlavento.pt/algarve/olhao-ja-tem-escultura-de-homenagem-a-mulher-operaria-conserveira?fbclid=IwAR2mm1qD_etoJJcfUb_VX21t7bZxn21k2Qxq5LQ27v-GXr3eKsN-Zewlb0M é mais que justo, mas mais justo seria a autarquia preocupar-se com as condições de vida tanto de pescadores como das operarias.
É que não basta fazer homenagens, que uns e outros não vivem delas. Isso serve apenas para a historia, uma historia de que os senhores do Poder não gostam de falar.
Com as politicas seguidas pelo actual elenco autárquico, os preços das casas tornaram-se incomportáveis para as antigas operarias e pescadores que hoje são confrontadas com acções de despejo. O governo de Passos Coelho fez a Lei e o do Costa manteve-a, permitindo e agilizando o processo de despejo, para dar lugar às varias formas de alojamentos locais.
Homenagear pescadores e operarias negando-lhes o direito a uma vida com o mínimo de dignidade, só pode ser considerado um acto de demagogia barata, com vista aos resultados eleitorais.
TENHAM VERGONHA!
Homenagear o quê??? Será que o actual presidnete da CMOLhão na altura vereador da CMOLhão esqueceu-se que o PS trocou a construção de um Museu da Industria Conserveira, para o qual tinha comprado as instalações, ao camarada ex presidente da República a antiga Fábrica Ramires,e em vez de um museu da industria Conserveira e Museu do Mar construíram um elefante branco no valor de mais de 6 milhões de €?
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