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quinta-feira, 11 de março de 2021

OLHÃO: DEMOLIÇÃO DA ANTIGA FABRICA DO TOMATE

 Os mais novos não conheceram a Fábrica do Tomate, ao fundo da Rua das Finanças, num edificio antigo e muito degradado. Foi agora demolido!
Muito do património da industria conserveira, a que se podia juntar o da fabrica do tomate, devia ter sido recuperado para posterior exposição num museu, se a autarquia tivesse essa disponibilidade. Mas nãoa teve nem a tem! É que para alem de parte desse património ter ido parar ao museu de Portimão, no antigo Matadouro Municipal ainda se encontram lá bastantes peças, muita delas catalogadas mas relegadas ao abandono. Mas esse é apenas um aspecto da questão.
Por outro lado, o imovel em causa estava num avançado estado de degradação e já se previa a sua demolição e o consequente projecto imobiliario. De há muito tempo que chamamos a atenção para a degradação de certos edificios e para a proibição de degradação prevista no Regime Juridico da Urbanização e Edificação, o que dá à autarquia o poder de tomar a posse do edificio e tratar da sua recuperação e posterior apresentação da factura ao proprietario, tal como fez no Riasol. Mas a camara prefere deixar degradar para substituir edificios com algum valor histórico, cultural ou de outra indole por blocos de betão. Veja-se o caso da Vivenda Vitória!
No entanto e dada a falta de estacionamento na zona, a câmara municipal de Olhão bem que podia ter adquirido e fazer no seu lugar um parque de estacionamento. Mas também essa não é sua opção!
A antiga fábrica do tomate tinha uma chaminé que servia de suporte a um ninho de cegonhas, uma espécie protegida. É certo que a chaminé podia cair por si e arrastar o ninho e que por isso mesmo devia ter merecido da entidade responsavel pela protecção da natureza, o Parque Natural da Ria Formosa, uma acção preventiva de deslocalização do ninho. Também já vai sendo habitual o Parque fingir que não vê, que não sabe mas se fosse para perseguir algum pescador dentro da Ria já viam e sabiam tudo. É como a Caulerpa, que não veem como vem degradando a biodiversidade na Ria.
Como já não é o primeiro caso de destruição de ninhos de cegonha nos ultimos tempos e da ambiguidade na defesa das espécies, lembramos da atitude do presidente da câmara na defesa do camaleão ou do cavalo marinho. Claro que já percebemos que o presidente tem outro tipo de preocupações ou espécies a defender e a principal é o dinheiro!
E para aqueles que andam distraídos. lembramos que os suportes para os ninhos devem obedecer a determinadas caracteristicas, sob pena de as cegonhas os rejeitarem, como se vê onde os usaram.
Pode ser que o presidente se deixe de interesses e acorde para a protecção das espécies.   

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