Quando o presidente da câmara de Olhão fez publicar a assinatura do protocolo com o IHRU, não deixou escapar a mais pequena informação do que nele constava. No acto participou, entre outros, o ex-presidente da câmara municipal de Tavira, Jorge Coelho, na qualidade de secretário de estado.
Veio agora num órgão da imprensa regional a noticia de que a autarquia de Olhão vai receber, a fundo perdido, 26 milhões de euros dos quais vinte e um se destinam à construção 200fogos de habitação social e cinco milhões para reabilitação de fogos da autarquia ou privados, como se pode ler em https://postal.pt/sociedade/2021-03-11-Olhao-vai-construir-200-casas-e-reabilitar-habitacao-num-investimento-de-26-milhoes-de-euros .
É verdade que pelo facto de estarmos a poucos meses de um acto eleitoral autárquico, nem o governo nem as autarquias páram a sua actividade. Mas uma coisa é a paralisação da acção governativa e outra bem diferente, vir anunciar a celebração de protocolos que permitem a realização de obras, uma forma de intervir na campanha, anunciando obras futuras. Isto é colocar o governo a fazer campanha eleitoral a favor de uma autarquia gerida pelo mesmo partido. Se a autarquia fosse de outra cor partidária, certamente não o fariam!
Não podemos de deixar de manifestar o apoio à habitação social, quanto mais não seja pela necessidade de habitação para pessoas com menores recursos, ainda assim muito aquém das necessidades reais, tal o desinvestimento nesta area. Mas sempre é melhor pouco do que nada.
Aproveitarão os lambe cus do costume para, mais uma vez, elogiar mais uma obra deste presidente, esquecendo que ele foi eleito para fazer alguma coisa. É para isso que todos nós lhe pagamos o ordenado e mordomias.
Creio que já todos perceberam que vivemos num clima de compadrio e de podridão politica, onde se beneficiam os que são da cor de quem exerce o poder, deixando escapar algumas migalhas, no processo de distribuição dos dinheiros publicos, para as autarquias de outra cor.
No texto ressaltamos duas coisas, uma a verba de vinte e um milhão para construir 200 fogos, ficando cada um a 105.000 euros, embora estejam isentos das taxas municipais e outros encargos semelhantes. É muita fruta para casas de habitação social, não que devam ter menos qualidade, mas porque os custos de construção são demasiado elevados, já que não pagam taxas municipais nem têm encargos financeiros. E quando a esmola é farta, o pobre desconfia! Aqui há gato.
Por outro lado, diz o secretário de estado, que o elevado preço das casas no mercado de arrendamento se deve à pressão turistica, promovida pelo próprios presidente da autarquia quando se desloca ao estrangeiro para promover projectos imobiliários, de segunda habitação destinados a fins turisticos.
Quando será que o presidente começa a pensar mais nos residentes, nacionais ou estrangeiros, e menos nos visitantes? Não lhes chegam os hoteis a construir?
Uma vergonha deste Olhão cada um safa-se como pode, corrupção, compadrio e outras artimanhas a que a população nada faz e em Outubro vota que nem carneirinhos.
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