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terça-feira, 18 de maio de 2021

OLHÃO: CÂMARA, AGÊNCIA DE FACILITAÇÃO DE NEGÓCIOS?

 Faz hoje, oito dias que o presidente da câmara acompanhado de duas outras duas pessoas, foi visitar as antigas salinas do Afincão, isto menos de uma semana depois do ministro do ambiente se deslocar à região para assinar o protocolo para a cogestão das areas protegidas, isto é, para a Ria Formosa e Sapal de Castro de Marim.
Na altura, dissemos e mantemos que entregar a cogestão das areas protegidas às autarquias equivalia a pôr a raposa a guardar o galinheiro, e parece que o tempo se vai encarregar de mostrar isso. 
Porque achámos estranho procurámos saber mais e constatámos que as salinas estão à venda por um milhão e cem mil euros, como se pode ver em Terreno Ria Formosa - 121.600m2 (360properties.pt). Para que não restassem duvidas, o anuncio da venda vem acompanhado da imagem que reproduzimos a seguir

As salinas estão em area do Parque Natural da Ria Formosa, ao abrigo do Plano de Ordenamento do Parque e também do Plano de Ordenamento da Orla Costeira para alem de integrar a Rede Natura 2000; as marismas que as rodeiam abrigam o Caimão, espécie protegida de tal forma que é simbolo do Parque, aspecto insignificante para quem defendeu o camaleão.
Duvidamos que alguem vá pagar um milhão de euros para se dedicar à produção de sal. Para outro tipo de investimentos, não é considerado como elegivel.
Sabedores de que o presidente da câmara tem como opção, transformar a horta da câmara, ali pegado, num hotel de baixa volumetria, fica-nos a sensação que para ali se prepara mais um negócio imobiliário conforme nos chega a informação de fonte afecta ao partido dito socialista.
De uma forma ou de outra, não cabe ao presidente da câmara transformar a autarquia em agência imobiliária ou de facilitação de negócios, o que também não nos surpreende depois do que tem feito na Avenida 16 de Junho.
Lembramos ainda que o POOC diz que as zonas urbanas devem desenvolver-se em forma de cunha do litoral para o interior, nada que impeça o presidente de, na cogestão do Parque Natural se lembre de aceitar alguns aterros departe de sapal para projectos turistico-imobiliários. O futuro dirá de sua justiça.
Devemos também dizer que a alternância de poder é feita entre laranjas e rosas, as mesma que detêm a quase totalidade das autarquias. Cabe ao Poder central a produção de legislação de protecção dos seus autarqcas, e a estes, num clima de impunidade, cometerem toda a espécie de irregularidades.
Ao Zé Povinho cabe escolher quem o vai roubar a seguir. Até quando?  

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