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quinta-feira, 10 de junho de 2021

Mercado de rua de Olhão, mais uma vez!

 

Desde as últimas semanas, após o desconfinamento e a redução das suas medidas, que todo o país se encontra a funcionar quase a 100%.

Alargou-se o número de pessoas em interior de café e restaurantes, alargou-se o número de pessoas em esplanada, o comércio alimentar e não alimentar voltou ao horário normal, os transportes públicos podem circular sem restrições de lotação, etc.

 

CONTUDO…, como irá acontecer ainda no próximo sábado, a CMO, o Pina e a Mercados de Olhão insistem em manter uma manifestação simbólica de força na Praça de Olhão.

No mercado de rua, ao ar livre, mantêm-se as medidas restritivas (já revogadas a nível nacional) e apenas 50% dos agricultores e produtores locais podem colocar os seus produtos no mercado, conseguindo obter algum rendimento apenas de 15 em 15 dias. Sendo produtos perecíveis, perdem o rendimento do seu trabalho (para além dos produtos hortícolas, há as frutas da época, como os albricoques que já foram “para os porcos”). Entretanto os comerciantes ambulantes (roupas e outros) nem isso podem fazer.

Alegam que o aumento de vendedores diminui a abertura visual para que se possa admirar a nossa ria e terá que se dar distanciamento para a possibilidade de aumento das visitas de turistas. Balelas!! Querem passar-se por defensores dos olhanenses e zeladores da sua segurança.

Na verdade apenas desrespeitam o nosso povo trabalhador, desprezam e desvalorizam o seu trabalho, cortam a possibilidade de ganhar o seu sustento e impedem a população de Olhão de se abastecer e ter acesso aos produtos essenciais no comércio e produção local. Continuam a ignorar por completo as evidências actualmente discutidas da necessidade de criar uma economia autónoma, apostando na produção local (pesca, agricultura, indústria) e continuam a apostar no turismo com “unhas e dentes” esquecendo todas as outras actividades.

 

A pandemia serve de desculpa para tudo, principalmente para a restrição dos direitos dos cidadãos e para a implantação de medidas coercivas, intimidatórias e antidemocráticas. Mantendo estas restrições a CMO, o Pina e a Mercados de Olhão querem decidir pelos cidadãos sem dar hipótese de questionamento, manter o poder que adquiriram à sombra da pandemia, governar pelo medo e pela intimidação. Essa é também a razão por que se continua a controlar e vigiar os “cidadãos criminosos” mantendo-se os seguranças à entrada dos mercados cobertos (um ou dois em cada porta central), mas também nos acessos do mercado de rua (um em cada ponta e dois ou três no acesso dos estacionamentos). Quase poderíamos dizer que há mais seguranças do que vendedores!


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