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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

OLHÃO: COMO O TURISMO DESTROI CIDADES

 Quem ler o titulo ficará com a ideia de que é nossa, mas não! São os alemães que o dizem como se pode ler em https://www.voltaaomundo.pt/2019/04/24/revista-alema-explica-como-o-turismo-esta-a-destruir-cidades-porto-b/noticias/381043/?fbclid=IwAR39354L2rVMDUfxLxd1PpGiyRuS8x08FF-cbUJpJugQBS9_qof_YCv4DGU.

Como as pessoas já perceberam, nos dias que correm é mais fácil e económico viajar por esse mundo fora, visitando várias cidades por mais longinquas que estejam.

As viagens, alojamentos e viaturas low cost cresceram desmesuradamente nos ultimos anos, provocando um excesso de pessoas nas localidades turisticas, contribuindo dessa forma para a degradação do tecido social porque obriga a um aumento de preços no consumo que os residentes não conseguem acompanhar.

Por enquanto, no concelho de Olhão, pode dizer-se que esse fenómeno está presente na frente ribeirinha da cidade mas em breve chegará à Fuzeta.

Todo esse movimento leva à descaracterização das cidades, destruindo a arquitectura secular delas e também todo o património humano e cultural, tudo para encher os bolsos de alguns enquanto a grande maioria aperta o cinto.

Ainda que se compreendam os beneficios do turismo para as contas do Estado, elas deviam ter em conta a capacidade, o poder de compra dos residentes, cada vez menor.

O turismo é uma actividade sazonal, pelo menos enquanto a aposta se cingir ao segmento sol-praia, com os empresários a mandarem para casa os trabalhadores no final da época mas cujos encargos recaem sobre a segurança social. É uma forma de subsidiar a actividade. Receitas para um lado e despesas para o outro. No fundo só o lucro importa!

E como se isso não bastasse, recorrem de trabalhadores sem formação e de baixo salário de forma temporária. Descartaveis! E com pouca preocupações com o alojamento da mão de obra importada.

Mas melhor do que aquilo que dizemos, é ler o texto clicando no link. Acordem antes que lhes bata à porta.

3 comentários:

  1. The architecture of Olhao was not destroyed by turists or foreigners. To the contrary in some cases houses near the "mercados" were fixed up and restored. Public policies in Olhao in the 1980s, 1990s allowed ugly building to be built that were too tall with talk of permits being handed out. Good government produces good policies, so so government, we know what you get. A lot of history was left over in Tavira, what happened in Olhao????? You can't blame the foreigners for everything without looking at the action of the Olhanenses. Are the foreigners responsible for the abondoned empty buildings? Lets all pull up our sleeves, and work together to save whats left over in Olhao, versus "us vs them" Trumpian mentality. When I see litter in the sidewalk I pick it up, do you?

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  2. Concordo plenamente com o comentário em inglês. A comparação entre Tavira e Olhão é muito pertinente. E de facto, foram os portugueses que deixaram a cidade aprodecer em varias zonas. Lamento dizer isso, mas os estrangeiros têm feito um optimo trabalho em preservar e valorizar os prédios urbanos degradados. É pena os olhanenses não olharem para o seu próprio patrimonio com o mesmo brilho nos olhos do que os estrangeiros. A raiz do problema é infelizmente bem local. Os antigos tinham poucos meios mas contruiram as casas e fachadas com muito amor e empenho. É o que inspira a estética das fachadas antigas da cidade. As gerações seguintes que já viveram em melhor condições simplesmente desprezaram o legado....

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  3. Concordo com o seu texto e discordo dos comentários que falam que o turismo reabilitou os centros históricos. Esta ladainha já cansa. Se algumas zonas foram reabilitadas sim, não se pode dizer isso do seu todo. Se a população (por exemplo em Lisboa) está a ser expulsa do centro das cidades, é porque viviam em casas que estavam em condições e foram reapropriadas para turismo. O turismo não cria nada, é um sector de baixa criação, porque reapropria e re-usa. O turismo traz riqueza apenas a quem lucra com ele em altos cargos. Trabalho há 10 anos e nunca vi melhoras efectivas na minha vida, apesar de trabalhar numa área muito adjacente ao turismo. Pelo contrário, apenas piorou. A lotação de transportes públicos, a destruição da paisagem natural e urbana, a gentrificação das cidades que ficam inutilizáveis apenas para quem tem mais dinheiro. Há ruas em Tavira e Faro com mais agências imobiliárias que outra coisa qualquer. Até fenómeno de gentrificação e turistificação de massa serve apenas quem nos visita, e não quem trabalha cá. Se o turismo fosse tão óptimo criador de riqueza e a reabilitador de centros exímio, não teríamos dezenas de jovens a sair do país, porque as únicas funções que estão a restar são precárias, mal pagas, com horários de m**** e sazonais. É hora de parar com a conversa que o turismo é um ai jesus, e passar a vê-lo como um sector que não pode estar acima dos outros.

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