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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A AGUA QUE BEBEMOS: MIJO E SUMO DE CACA!

Por mais sarcástico que pareça o titulo, trata-se da realidade e ajuda a perceber a nossa postura face às ETAR e à reutilização das rejeições das mesmas.
A historia conta-se assim: aquilo que urinamos e defecamos é encaminhado para as ETAR, que após um tratamento manifestamente insuficiente, os despeja nas massas de agua, sejam elas costeiras, rios, ribeiras, lagoas ou albufeiras. Exceptuando as que são drenadas para o mar, todas as outras são reaproveitadas para consumo humano, através de um segundo tratamento que terá de obedecer a parâmetros físico-químicos e bacteriologicos capaz de serem  consumidas.
Ou seja, primeiro poluem e depois despoluem fazendo crescer os custos e obrigam o consumidor otario a pagar uma após outra, os tratamentos que entenderem necessários. Esse é o grande negocio da agua e por alguma razão a querem privatizar.
Se ao invés disso, optassem por reutilizar as águas residuais urbanas na agricultura pois são ricas em nutrientes agrícolas tão importantes como o fosforo e o azoto, obviamente que teriam de proceder na mesma às analises da agua que se destinem ao consumo humano, mas o tratamento a aplicar seria menos oneroso.
Para aqueles menos familiarizados com esta temática lembramos que a evapo-transpiração e a radiação ultra-violeta eliminaria os coliformes fecais.
A ideia da privatização começou a tomar forma quando os nossos governantes se deram conta do grande negocio que se perspectivava, daí que não queiram ouvir falar na reutilização, porque isso iria roubar-lhes uma parte substancial da factura a receber relativamente ao saneamento básico.
O uso eficiente da agua é pura falácia. O que esta gentalha quer é que cada vez mais, consumamos tão precioso liquido. Se assim não fosse, também já teriam, por força legislativa, obrigado os construtores a terem sistemas de reaproveitamento das águas de loiças, banhos e maquinas de lavar para despejar nas sanitas, reduzindo a cerca de metade, os consumos.
Enquanto isso não acontece, vai-se destruindo a fauna e flora dos meios aquáticos com a poluição provocada por ETAR assassinas e nós vamos pagando para beber aquilo urinamos e defecamos e ainda uma taxa pela utilização dos recursos hídricos, quando era desnecessário.
E se é verdade que há um contrato, um compromisso por parte do Estado para assegurar a perpetuação do negocio, impedindo o regresso à utilização dos furos de captação de agua à moda antiga e que dá a uma empresa estatal o monopólio da exploração da agua e saneamento básico, também é verdade que as autarquias que integram as empresas multi-municipais devem repensar toda a sua estrategia e impor ao governo um novo caminho, a começar pelo cumprimento da directiva comunitária sobre a utilização de nitratos para fins agrícolas, pois com a sua utilização estão contaminando os lençóis freáticos.
A agua é um bem cada vez mais escasso, essencial à vida, que esta canalha não se coíbe de envenenar, poluindo, e depois saca-nos até o tutano com a desculpa dos tratamentos para a limpar.
SIMPLESMENTE REVOLTANTE.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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