Como previsto as autoridades estão mais interessadas e preocupadas com o usufruto para fins turísticos das praias da Ria Formosa do que com os residentes. Vejam este artigo publicado no http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=623487 e constatarão isso mesmo.
Para a região hidrográfica do Algarve vêm 5,3 milhões para encher as praias de D. Ana, Carvoeiro, Benagil, Nova, Cova Redonda, Castelo e Coelha. Já está demonstrado que a recarga de areias nas praias é manifestamente insuficiente para compensar os crimes cometidos ao longo do litoral algarvio, com molhes e esporões. A solução, analisada caso a caso passa pela criação de recifes artificiais multi-funcionais paralelos à linha de costa para que as areias naturalmente encham as praias. As intervenções, tais como estão pensadas, são a repetição dos erros cometidos nas praias de Loulé, onde foram gastos 6 milhões de euros e mais de metade da areia recarregada já desapareceu. Num período de carência económica e financeira desbaratar os dinheiros públicos desta maneira, é um acto tão criminoso quanto a governação anterior.
Para a Ria Formosa e o seu Polis é disponibilizada uma verba de 22,6 milhões para, entre outras coisas, reestruturação e requalificação das ilhas barreira, alem da renaturalização que obviamente descodificada, significa demolições.
Para que as pessoas entendam os reais objectivos da governação, convém desde já esclarecer que há duas razões principais para as amaldiçoadas "renaturalizações"; as ambientais e as da dominialidade.
Quanto às razões ambientais, o edificado em cima das ilhas barreira, altera a dinâmica eólica das areias, é certo e esse é o principal argumento, mas que se demonstra não passar disso mesmo: uma desculpa. É que por exemplo na Praia de Faro a pretensão de demolir passa pelas casas dos pescadores, de um piso para três metros de altura. Já os prédios com cinco pisos e cerca de treze metros, são para ficar. Está bom de ver que quanto maior a volumetria, maior será a alteração eólica. Então porque ficam as que mais impacto negativo têm? Obviamente porque as autoridades encaram os pescadores como feios, porcos e maus e por isso devem ser escondidos dos estrangeiros que vierem a frequentar aquela praia. Assim este governo e o anterior, tudo farinha do mesmo saco, estão mais preocupados com os estrangeiros do que com o seu próprio Povo, e isso é um autentico crime politico!
Se, paralelamente à linha de costa da Praia de Faro, fossem instalados os tais recifes artificiais multi funcionais, não só não seria necessário a recarga artificial de areias, porque essa se faria naturalmente, aumentando a largura e altura da zona de areal, como as casas que agora querem jogar abaixo a pretexto de risco de galgamentos, ficariam protegidas.
Quanto à questão da dominialidade é conveniente dizer que o Dominio Publico Maritimo, vai desde a batimetrica dos 30 metros no oceano e compreende uma faixa terrestre de cinquenta metros, contados a partir da linha de preia-mar de marés vivas equinociais. Toda a gente tem a noção dos empreendimentos ilegais que estão edificados nesta faixa de terreno, pelo que há duas interpretações sobre a dominialidade: uma para ricos investidores e outra para os pobres. Não é pois pela dominialidade duvidosa, mas por objectivos politicos e empresariais, onde não cabe a maioria do Povo.
Mas o presidente em exercício da Câmara de Faro, falida, que não tem dinheiro para mandar catar um cego, arranja doze milhões para proceder ao realojamento dos pescadores, desinserindo-as da Ria e da sua actividade, a pesca, quando com metade desse dinheiro faria a obra como apontamos. Governo e Câmara Municipal de Faro esbanjam os dinheiros públicos, e obrigam-nos a uma austeridade criminosa.
E nas restantes ilhas barreira, como será?
Quando é que as pessoas se revoltam contra este tipo de politicas, em que os beneficiarios são sempre a mesma cafila?
REVOLTEM-SE, PORRA!
Pode-se falar de demolições na ilha de Faro sem se mencionar a legalização de mais 14 edificações ilegais? Legalizar prédios de 3 e 4 andares construidos em cima da areia com base numa alegada indefinição do limite nascente da área desfectada complementada com a permissividade da lei de 1956.
ResponderEliminarCasa de pescador com 60 anos e inofensiva para a pretensa renaturalização fora com ela,prédio levantado em cima da areia que mesmo sendo desafectada não pertencia ao construtor (anos 80),vai-se buscar a lei do Salazar que tão boa está para esta manobra.Isto está a acontecer com a mínima luz possivel e sem estrilho para que os carimbos funcionem sem barulho...
Boa tarde,
ResponderEliminaralguém me sabe esclarecer em que ponto está a demolição das casas da ilha dos angares, a que fica entre a culatra e farol?
Obrigada.
A.M.