1 - António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, é um autentico catavento político, mudando de posicionamento político consoante o seu partido é governo ou oposição, algo que se tornou característico dos partidos do arco da governação.
Quando o Polis foi aprovado pelas câmaras municipais, o PSD em Faro, votou contra, porque diziam não existir rigor na abordagem dos problemas. Chegados ao governo, anterior, foi ver como depressa mudaram de posição, apoderando-se deles, uma veia demolidora.
Corrido o governo de Portugal à Falência (PaF) e logo substituído por um outro do PS, é 5ver como reagem agora aqueles, que em oposição ao governo anterior, declaravam contra a continuidade da Polis.
António Miguel Pina, dizia que a POLIS estava ilegal e apontava para a sua extinção, mas agora é o seu partido no Poder e as coisas mudam de figura.
Quando há quinze dias atrás, recomendava moderação ao novo ministro do ambiente e ameaçava votar contra a continuidade da Polis, eis que na votação se arrepende do que dissera antes e acaba por se abster quando chamado a votar.
E assim, continua a Polis, por mais um ano, em principio.
Não que a continuidade da Polis, por si só, seja problemático, uma vez que ainda estão em curso algumas obras, mas porque o que se vislumbra, e aí sim, continua a ser problema para os moradores das ilhas barreira, é o espectro das demolições nas ilhas barreira da Ria Formosa.
António Miguel Pina, tal como o catavento mudou de posição, ao sabor dos ventos... da governação!
2 - Há dias atrás, dávamos conta dos planos de António Pina para a Avenida 5 de Outubro e das prováveis consequências que teriam para o futuro dos Mercados de Olhão.
Apesar de em entrevista à comunicação social regional, ter apresentado as linhas mestras do seu pensamento para a zona, e depois de ter aprovado o fim do estacionamento no lado sul dos Mercados, António Pina, junto dos amigos, procurou desmentir o que então disséramos, e que agora agravamos.
O maior problema da baixa de Olhão, é o estacionamento, e nessa matéria, no Plano de Pormenor da Zona Histórica, está previsto acabar com o estacionamento no lado norte da 5 de Outubro, para alem de outras ruas no centro histórico.
Quem conhece Olhão actual, sabe que no Verão, estacionar na Avenida 16 de Junho, é quase como procurar uma agulha num palheiro; sabe também que o maior "parque de estacionamento" do lado poente, é no Largo da Feira, mas aí, Pina fez aprovar um loteamento que vai reduzir substancialmente o estacionamento.
Na ânsia de promover um "calçadão" na 5 de Outubro, pretende dotar aquela Avenida de um só sentido de transito, Faro-Tavira. Mesmo que venha a fazer um estacionamento em espinha, a perda de lugares é demasiado grande.
E como se isso não bastasse, vejamos o que pode acontecer aos Mercados.
Os produtores que vendem no exterior aos sábados, e que são a maior fonte de atracção de forasteiros e residentes, terão de circular vindos do lado poente em direcção a nascente, entram para o lado sul dos Mercados, onde descarregam os seus produtos, e têm de sair, novamente para nascente, não se sabendo onde irão estacionar, porque nessas bandas não vão ter lugar. Têm então, que dar a volta, mas no lado nascente com o novo loteamento também não vão ter lugar.
As dificuldades que os produtores vão encontrar, farão com que aos poucos, deixem de trazer os seus produtos.
Os operadores no interior dos Mercados de Olhão, já são confrontados com bastantes dificuldades e se no exterior acabar a venda, os operadores acabarão por desistir das suas toldas e com isso, perde-se o principal ex libris da terra.
Pina não o diz, mas as suas propostas para a frente ribeirinha, são de molde a acabar definitivamente com os tradicionais Mercados de Olhão.
3 - Quem poderá beneficiar da proposta do Pina?
O comodismo das pessoas, leva-as a fazerem-se de transportar de carro até à porta dos estabelecimentos, se possível. Com a destruição do estacionamento, os frequentadores dos restaurantes e das esplanadas onde vão deixar os carros?
E se o numero de esplanadas aumentar, tem Olhão capacidade para manter abertas todas elas? Ou será apenas no Verão?
Mesmo que aumente o numero de forasteiros a visitar a zona, serão eles capazes de sustentar a frente ribeirinha?
4 - Por outro lado, os dinheiros públicos, são fruto do assalto à carteira dos residentes e não dos forasteiros, logo os residentes deveriam ter o retorno da carga fiscal imposta pelo município, ou seja, as perspectivas de desenvolvimento na realização dos investimentos públicos devem em primeiro lugar para aqueles que pagam as suas taxas e impostos fixados pela autarquia.
Parece que o Pina, apenas tem a preocupação de fazer grandes negócios, de satisfação de interesses ocultos, que não de um desenvolvimento sustentável, capaz de conciliar o desenvolvimento económico com o social e o ambiente.
5 - Os titulares de cargos políticos têm de se mentalizar que o Povo tem um Poder enorme que pode correr com eles quando muito bem entender, ou quando chegar ao limite do suportável. E já vai sendo hora de dizer basta a tanta canalhice.
REVOLTEM-SE, PORRA!