Ainda que tardiamente, por culpa do atraso dos serviços camarário na respectiva publicação, só agora tomámos conhecimento da acta da Assembleia Municipal do passado dia 24 de Junho.
E porque sou visado, sem ter citado o nome, venho responder ao candidato a corrupto em presidente da câmara.
O aprendiz de ditador vem, na sua tentativa de limpar a merda que faz no Loteamento do Porto de Recreio, procurando diminuir todos os que se lhe opõem, nos termos que são legíveis na imagem acima. Efectivamente, nem eu nem o meu irmão, somos peritos avaliadores, mas sabemos ler uma formula, que ao constar nos processos de avaliação nos dá a possibilidade de a utilizarmos de acordo com a nossa visão sobre o assunto.
Mas não queremos deixar passar em claro a oportunidade que o palhaço nos dá. É que os governos do seu partido, e dos outros também, quando empossam um ministro, um secretário de estado, um responsavel por qualquer lugar de direcção política, os especialistas, apresentam todas essas figuras como iminências pardas, a fina flor do que de melhor nos diversos domínios, sejam académicos ou profissionais, mas foram todos esses montes de esterco que conduziram o País à bancarrota, tal a sapiência da corja. E são essas iminências das avaliações que o presidente da câmara foi rebuscar para fazer o "trabalhinho".
Em primeiro lugar, convém dizer que as avaliações são como os orçamentos, em obediência a determinadas regras, mas são tão moldáveis que dá para tudo, bastando olhar para o que têm sido os orçamentos da autarquia, raramente cumpridos, apresentando desvios na sua execução, recuperáveis com sucessivas alterações.
Não sendo nós avaliadores, outros que não o sendo também, fizeram o "trabalhinho encomendado pelo presidente. Assim, numa das avaliações, anónima porque não está assinada e quem sabe se não se trata de uma montagem, o "especialista" não está inscrito na Comissão de Mercados de Valores Imobiliários. Mas noutra, são subscritores os técnicos da câmara, que também não são peritos avaliadores. Portanto ser-se ou não avaliador, é uma questão de somenos para o presidente, apenas se tornando relevante quanto se trate de opositores.
Por outro lado, não fomos nós que entrámos aos berros no gabinete dos técnicos para impor as regras da avaliação pretendida, que foram assim, pressionados a ir contra os seus princípios.
Os trabalhadores da autarquia, técnicos ou não, não devem aceitar as formas de pressão a que estão sujeitos. Mais devem mesmo fazer o seu trabalho de acordo com as regras de lei e se necessário, nos termos da Lei, denunciar junto do Ministério Publico todas as formas de pressão de que são objecto, porque no futuro podem vir a ter amargos de boca. Costuma o Povo dizer que a quem muito se baixa o cu lhe aparece.
Sem se dar conta disso, foi o próprio presidente quem acabou validando aquilo que vínhamos dizendo. É que nessa Assembleia, à ultima hora, apresentou um orçamento de infraestruturas, três vezes inferior às previsões feitas pelos técnicos da câmara, passando com isso um atestado de incompetência aos seus técnicos, que antes pressionara.
Também se pergunta, porque razão a câmara, se tinha o tal "feeling", não se antecipou, pedindo o orçamento mais cedo de tal modo que os técnicos o introduzissem na elaboração da avaliação? Ou antes, terá sido intencional, numa da muitas chico-esperteza do "camaleão"?
De qualquer das formas, devemos ainda dizer, que as avaliações são elaboradas com base em critérios subjectivos, desde logo os valores de mercado ou como se pode ler dos custos das infraestruturas.
Quanto ao valor de mercado, pode dizer-se que só se pode comparar o que é comparável. Olhão não é Albufeira, Quarteira ou Montegordo, tendo características próprias.
Assim sendo, aquilo que é comparável, neste caso, são os apartamentos do empreendimento Marina Village, apenas separado dos lotes agora à venda pelo Hotel. E mais, o Marina Village está orientado no sentido norte-sul enquanto que o lote 3 do Loteamento do Porto de Recreio está orientado no sentido nascente-poente, ou seja, este sim, é mesmo frente de mar, resultando daí uma valorização.
Para isso tínhamos de saber o preço dos apartamentos novos, a estrear, e não usados como alguém tentou apresentar, tal como constavam na pagina da internet do BCP, mas que a pedido, foram retirados, sem que com isto esteja a dizer que tenha sido o presidente a solicita-lo.
Mas ainda assim, conseguimos, por outras vias, encontrar os mesmos apartamentos à venda por valores bem superiores aos apresentados nas avaliações.
A área total de construção permitida nos dois lotes agora à venda, é de 21.400 metros quadrados, pelo que cada fracção de cem euros por metros quadrado cobrados a mais, representa mais dois milhões, cento e quarenta mil euros, no total. Dado que a discrepância entre os "valores de mercado" e os apresentados para a venda dos apartamentos do Marina Village, cerca de trezentos euros, no mínimo, os terrenos teriam de sofrer uma valorização adicional em relação aos valores apresentados pelas avaliações de cerca de seis milhões, quatrocentos e vinte mil euros.
Manter os preços em baixa, como pretende o presidente, é gestão ruinosa!
Se por detrás disto não está a corrupção, então o que estará?