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sábado, 18 de maio de 2019

OLHÃO: CÂMARA AO SERVIÇO DE ALGUNS PRIVADOS

Cidadãos anónimos fizeram-nos chegar o alerta para a "limpeza" que as máquinas da Câmara Municipal de Olhão estavam fazendo no perímetro da Quinta João de Ourem, pelo lado poente, razão que nos levou a uma visita ao local.
Não encontrámos as maquinas, mas encontrámos uma limpeza parcial dos terrenos à volta do pinhal, tendo sido abertas valas e as areias delas a formarem uma barreira que torna inacessível o acesso a viaturas.
Da limpeza, notámos que pinheiros completamente secos, talvez atingidos pelo nematodo do pinheiro,  e que são autêntica lenha, a manterem-se de pé, enquanto outros que apresentavam sinais de ainda estarem saudáveis foram derrubados e a servirem também eles de barreira.
No pinhal era normal ver-se um acampamento de indivíduos de etnia cigana que assim ficam privados de ali permanecerem, embora se mantenha um outro acampamento perto do Pavilhão Municipal.
A questão que se coloca desde logo, é que sendo uma propriedade privada, competia ao proprietário a limpeza dos terrenos e não à autarquia. Como todos sabemos toda aquela área pertence a uma empresa do Grupo Bernardino Gomes, a mesma que construiu a Urbanização da Quinta João de Ourem, o Marina Village e o Hotel Real Marina, não podendo ser por falta de dinheiro que os proprietários não fizeram a limpeza da mata.
Do mesmo modo, se a empresa queria correr com os ciganos, ela que o assumisse e desse as ordens para abandonar o terreno, até mesmo alegando que por força da lei estavam obrigados a proceder á limpeza da mata. Já no que concerne à autarquia, não lhe compete participar nesse processo sob pena de tal atitude poder ser considerada como uma acto de racismo.
Não se trata aqui de defender ou atacar os ciganos, mas tão simplesmente colocar os serviços da autarquia naquilo que têm de fazer e deixar-se de se meter em esquemas pouco claros, substituindo-se aos privados, proprietários de terras abandonadas.
Claro que sabemos que naquele sitio está prevista a construção de uma rotunda no âmbito da Variante Norte à 125 e que muito provavelmente, jogando com o regime de excepção do sector turístico, se venha a construir ali mais um hotel ou outra infraestrutura desse tipo.
Não pode nem deve, a Câmara andar a custear serviços que são de privados e deixar todo o território municipal ao abandono, com pequenas lixeiras espalhadas um pouco por todo o lado, também com uma grande dose de falta de civismo. Monos espalhados por todo o lado, em áreas protegidas, porque a Ambiolhão cobra uma enormidade de taxas pela sua recolha.
Não há dinheiro para aliviar a recolha dos monos mas depois há dinheiro para estar ao serviço da Bernardino Gomes e similares.   

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