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domingo, 15 de janeiro de 2023

RIA FORMOSA: PROIBIDO CONSUMO DE OSTRAS EM FRANÇA!

 Em França foi proibido o consumo de ostras por estas serem portadoras de um norovirus que provoca problemas gastrointestinais. Tal como cá, as entidades publicas não agem mas reagem, já que as causas são em tudo semelhantes às daqui, esgotos directos e aguas residuais mal tratadas, como se pode ver em https://france3-regions.francetvinfo.fr/economie/agriculture/ostreiculture.

Em principio, o norovirus tanto ataca adultos como juvenis sendo que estes ultimos não são para consumo. Mas enquanto portadores do virus, é natural que o tragam para a nossa Ria pelo que seria de se saber qual a origem da morte dos bivalves.

Quem diz que a ostra importada de França não se faz acompanhar de uma patologia que provoca a morte dos bivalves? 

Nas zonas de aguas interiores onde se produzem, ou melhor dizendo se produziam, bivalves, a forte concentração de ostras levou à extinção da ameijoa, que também se produzia para aquelas bandas.

No entanto registamos que numa zona de Parque Natural, de caracteristicas idênticas às do Parque Natural da Ria Formosa, foi ilegalizada a produção desta espécie ostreícola precisamente por não se coadunar com aquilo que deve ser um Parque Natural. Mas a direcção do nosso Parque, talvez porque refem de outros poderosos interesses tudo permite.

Na Ria Formosa, as causas estão devidamente identificadas de há muitos anos a esta parte, sendo a poluição provocada por esgotos directos e aguas residuais mal tratadas a principal; mas a forma de resolverem o problema também é sempre a mesma, pagando uma indemnização aos produtores, para se calarem! Mas nem todos terão direito a essa indemnização. Por exemplo, os da zona de produção Olhão 1 que levaram anos classificados como sendo de classe C e como tal impedidos de comercializarem a ameijoa, ao não apresentarem vendas estão agora impedidos de receber qualquer indemnização.

O aparelho de Estado, de forma negligente mata sem assumir as culpas. De indemnização em indemnização, os custos já davam para cobrir uma intervenção de fundo para acabar com a poluição. O mesmo aparelho que toldado pelos interesses, permite a utilização ilegal de produção de espécies exóticas, sem impor condicionamentos à actividade ostreícola.

É o Estado que está a matar a Ria Formosa! Quem a protege?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

OLHÃO: ARTE ALARGADA?

 Tem vindo a ser divulgada a nomeação do Arte Larga para o Iberian Festival Awards como se tal nomeação tivesse sido fruto do conhecimento do evento. Nada mais enganoso mas também já estamos habituados às matreirices da autarquia.

Um dos principais, senão mesmo o principal organizador, deste festival é a Associação Portuguesa de Festivais de Musica, que convencionou um regulamento para as candidaturas.

Foi a autarquia quem candidatou o evento, inscrevendo-o, pagando a respectiva inscrição, não sendo ao acaso a sua "nomeação" apesar de se submeter a uma analise prévia.

Ao olharmos para a publicitação desta extraordinaria nomeação, desconfiamos que algo se passa.

Tentar transformar o Arte Larga num evento de natureza internacional através de uma tal "nomeação", é uma forma de desvalorizar um outro evento, esse sim, notoriamente de nivel internacional, até pelos participantes, como era o Poesia a Sul. Por outras palavras, o que está na forja é a preparação para "enterrar" o Poesia a Sul.

Claro que tal só acontece com o apoio do presidente, não nos parecendo que o vereador com o pelouro da cultura tivesse poder suficiente para acabar com aquele evento.

Embora não seja um apreciador de poesia não posso deixar de reconhecer o mérito do Poesia a Sul, mas como em tudo o que surge do nada, a autarquia tenta abocanhar para mais tarde deixar cair. Tendo sido essa a prática.

E já agora acrescentarei que tambem não sou apreciador do Arte Larga, não lhe vejo a qualidade que tentam apresentar.

Mas não brinquem com isto, promover um evento para acabar com outro já reconhecido. É que se fizessem a mesma propaganda do Poesia a Sul, tal vez que atingisse outra notariedade tanto a nivel nacional como internacional.

A largada da arte é para pescadores quando se fazem ao mar! 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

ALGARVE, UMA REGIÃO DE POBRES!

 Embora já tenha alguns dias não deixa de ter menos importância a noticia trazida a lume pelo Região Sul online que pode ser lida em https://regiao-sul.pt/sociedade/maiores-indices-de-pobreza-estao-em-tras-os-montes-e-no-algarve-estudo/608788?swcfpc=1.

Vá lá que não somos nós a dizer mas sim o Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças que elaborou o relatório sobre os maiores indices de pobreza, e também de riqueza, do País.

De todas as regiões do País é o Algarve e Trás os Montes onde mais se acentuam as desigualdades. Porque estamos no Algarve, é essencialmente sobre ele que nos debruçamos.

O concelho campeão na quebra de rendimentos é o de Albufeira, quem diria, e isto por causa da sazonalidade do turismo e dos baixos salários praticados.

Ainda que o estudo apresente outras actividades económicas associadas ao turismo como contribuindo para essas desigualdades, não refere outras que para alem da sazonalidade tem outros problemas associados.

Estamos a falar da agricultura, intensiva ou super-intensiva, das monoculturas onde a sazonalidade está resumida ao periodo de colheita e com elevado impacto no consumo de agua e erosão dos solos.

Queixam-se os empresários da falta de trabalhadores mas esquecem-se dos baixos salários que pagam, razão pela qual nenhum europeu, com excepção talvez os de Leste, aceitar trabalhar, já que o que recebem não lhes dá direito a uma vida com o minimo de dignidade.

Estando nós num concelho em que o presidente da autarquia aposta todas as fichas neste sector, quando o que resta do sector produtivo está em decadência, com comparticipação das entidades publicas, será facil perspectivar um futuro sombrio para a população residente, com trabalho no Verão e desemprego no resto do ano. 

Miséria em cima de miséria! E ainda há quem defenda este tipo de desenvolvimento, que não tem a minima preocupação social mas somente a ganância do lucro.

Cabe ao Povo de Olhão e de todo o País rejeitar as propostas de desenvolvimento desenhadas pelo poder politico sob pena de condenarem os seus filhos e netos a uma vida de miséria.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

OLHÃO: CAMPEÃO DO AUMENTO DAS RENDAS NO ALGARVE!

 Sendo certo que as rendas de casa aumentaram em todo o País, o concelho de olhão foi aquele onde, em termos percentuais, mais aumentaram durante o ano de 2022, como se pode ver em https://www.algarveprimeiro.com/d/preco-das-casas-para-arrendar-no-algarve-subiu-135-em-2022-olhao-encabeca-lista-das-maiores-subidas/48485-4.

Estes aumentos de renda não resultam do valor das casas mas da artificialidade do sistema ao propagandear o País como destino ideal para fins turisticos ou de segunda habitação. 

A habitação tinha uma função social, dar um tecto às pessoas, mas fruto da legislação aprovada pelo governo de Passos Coelho e mantido pelo de António Costa, passou a ser encarada como um novo negócio muito mais rentavel.

Por todo se veem alojamentos locais, hosteis e casas de veraneio vazias (segunda habitação) o que fez disparar os preços de tal forma que os residentes não têm como se defender do aumento de preços.

A procura de casas por parte de gente com maiores posses, acompanhando as crescentes desigualdades entre as classes, vai determinar aqueles aumentos.

Olhão tem casas suficientes para a satisfação das necessidade da população residente mas o poder de compra ou de consumo da maioria dos residentes ficando muito aquem dos valores pedidos.

É natural que quem investe queira obter o maior rendimento cabendo ao Estado intervir, regulando, já que estamos perante uma função social. Não o faz porque está refem de interesses alheios à maioria da população, mesmo sabendo que a está condenando a não ter um tecto onde se abrigar.

O Estado não pode olhar para o problema da habitação como se se tratasse de uma actividade económica, também ela desregulada. Não intervir ou fazê-lo tardiamente só irá piorar a situação, já que os salários pagos não comportam os aumentos verificados.

No fundo, estamos a criar para um futuro próximo, milhares e milhares de sem abrigo mesmo trabalhando.

Esta é a cultura do chamado mundo livre que nos querem impingir, a aceitação desta (a)normalidade onde quem tem dinheiro tudo pode ter, mas que aos trabalhadores é negado.

Um dia destes, quando menos esperarem, os trabalhadores vão sair às ruas e exigir mudança profundas. Leva tempo mas vai chegar lá.

Cuidem-se!

domingo, 8 de janeiro de 2023

RIA FORMOSA: AINDA SOBRE A MORTE DA AMEIJOA

 

A imagem acima foi roubada ao meu amigo Carlos Vinhas a quem peço desculpa mas não podia deixar passar em claro aquilo que mostra.
Depois de ver atentamente a reportagem e reflectindo sobre a mesma, resolvi tecer novos comentários porque ainda há muita coisa por dizer.
Desde logo o divórcio entre a cidade e a Ria. Na verdade a maioria da população só se preocupa com a Ria para fins balneares esquecendo a importância que a mesma tem termos económicos e sociais, daí que a aposta seja quase que exclusivamente no sector turistico, assunto que abordaremos em breve. É a falta de solidariedade da população para a maior riqueza que temos.
Para aqueles que não sabem, quando a ameijoa aparece, como a imagem documenta, à superficie da terra é sinal que está morta. Bastaria isso para se perceber o impacto que isto tem.
A zona de produção de bivalves é na ordem dos 4,5 milhões de metros quadrados; segundo os estudos do IPMA deve ser observada uma densidade de 120 ameijoas por metros quadrado, o que permitia, se a qualidade ambiental fosse normal, um volume de negócios na ordem dos noventa milhões de euros, coisa que nenhum outro sector consegue alcançar nesta zona.
Ainda que algumas supostas causas tenham sido apontadas a verdade é que não se vai ao fundo da questão, talvez para não melindrar certas figuras com influência politica.
Com a publicação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura-Vila Real de Sº António a Barra do Lavajo ou Armona como queiram deixou de ser considerada como tal, expediente que foi invocado para depositar as condutas de agua e saneamento no seu leito, contribuindo para o assoreamento que se verifica.
Segundo documentos que deviam ser observados, aquela que era a principal barra do sistema lagunar, tinha uma abertura de 3500 metros e com um fundo que permitia que as traineiras, no passado, se pudessem fazer ao mar de pesca. Obviamente que com uma tal largura e fundo, a renovação de aguas dentro da Ria era muito maior, contribuindo para que ela cumprisse a sua natural função de maternidade e berçário de espécies piscicolas de valor e para o desenvolvimento dos bivalves.
Foi a construção da Barra de Faro/Olhão que veio alterar a hidrodinamica da Ria, sendo que as correntes maritimas no seu interior já não são as mesmas, com consequências até mesmo para as ilhas cujas areias são arrastadas pelo interior.
Com uma fraca renovação de aguas, baixar a quantidade de oxigénio e alimento para a vida no interior da Ria. Vir apontar as alterações climáticas ou a falta de chuva quando o maior problema é a falta de renovação de aguas de origem humana, é de bradar aos céus! Não passa de uma forma de branquear os crimes ambientais que são cometidos na Ria.
Fala-se também em patologias sem se avançar com uma pista. Mas devemos lembrar que há uns anos atrás, na Baia de Arcachon, a mortandade da ostra chegou a atingir os 100%. Poderá a ostra exótica importada trazer algum virus? 
Sendo transportada por terra, sem ter necessidade de passar pela Alfandega, quem procede ao controlo fito-sanitário? Até pode vir devidamente documentada mas é necessária a verificação do estado da mesma. Introduzir ostras doentes pode originar uma mortandade muito grande.
Em 2014, a Agência Portuguesa do Ambiente apresentou o Relatório da Ostreicultura, no qual se falava na poluição das mesas de ferro, algumas delas abandonadas, e numa proposta de separação das zonas de produção de ameijoa da das ostras, com areas especificas. Ninguem fez caso porque outros valores se alevantavam.
No meio disso alguem dizia que os franceses vinham ensinar os portugueses a trabalhar na Ria. Era a ganância a tomar voz!
A proibição da ostra francesa chegou a ser ponderada mas o amigo de alguem recuou na medida.
Nunca como hoje, aqueles que vivem da Ria, directa e indirectamente, precisam do apoio de toda a população para que não aconteça o mesmo que aconteceu com a industria conserveira e com a pesca. Aos poucos vamos perdendo tudo o que tinhamos! Cabe aos produtores ligarem-se à cidade e todos juntos exigirem das autoridades o que deviam ter feito há muitos anos, um plano de dragagens regulares.
Lutem!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

RIA FORMOSA: COMO SE TRANSFORMA O COMBATE ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NUM NEGÓCIO

Tal como haviamos referido no texto de ontem, trazemos hoje a nossa posição sobre a alga Caulerpa Prolifera.
De acordo com a imagem acima, verificamos que já a Sociedade Polis dava a conhecer a presença da Caulerpa a partir de 2011 na Ria Formosa.
Em posterior acto publico e que contou com a participação de elementos do CCMAR foi levantada a questão e denunciados os efeitos colaterais da presença daquela alga.
Como se sabe, a Ria Formosa, era considerada uma maternidade de espécies piscicolas de elevado valor, onde desovavam nas pradarias marinhas de seba para proteger os recem nascidos dos predadores, A Caulerpa tem vindo a conquistar o espaço das pradarias de seba mas não tem a mesma utilidade, pelo contrário, não serve de abrigo para nenhuma espécie, talvez com a excepção do safio. E de tal forma assim foi que o lingueirão tem vindo a desaparecer como outras espécies.
Na reunião publica em que participámos como convidados, foi defendido que a Caulerpa servia para a descarbonização, tendo em vista as alterações climáticas. Mas não há bela sem senão, e eis que na semana passada, saiu a noticia de uma importante reunião, onde o tema foi abordado, como se pode ler em:
Algarve: crescimento azul ganha forma - Negócios Em Rede - Jornal de Negócios (jornaldenegocios.pt)

Daquele artigo, destacámos a parte em que se fala no novo negócio que é a venda de de créditos de carbono, como podem verificar
"A venda de créditos de carbono azul a grandes investidores que pretendam mitigar a sua pegada carbónica vai ter crescimento exponencial nos próximo anos" Na nossa modesta opinião esta não será a melhor forma de combater as alterações climáticas, já que vender as quotas de descarbonização a grandes "investidores" é o mesmo que lhes permitir manter ou aumentar os niveis de poluição. Dito de outra forma os tais "investidores" pagam para desgraçar a vida daqueles que vivem das actividades tradicionais da Ria.Alguem ganha dinheiro à custa dos desgraçados e outros, beneficiários, vão continuar a degradar ou poluir o meio ambiente.Com isto temos a ciência ao serviço dos grandes interesses capitalistas, poluentes, em lugar de procurarem o melhor rumo para aqueles que execrem uma actividade não poluente.Os mesmos cientistas deveriam era preocupar-se em estudar um plano de erradicação da Caulerpa.Que os mesmos deixem de encarar o ambiente como uma oportunidade de negócio se de facto querem um planeta livre de poluição e de alterações climáticas. Prosseguir nesta via é, essa é a nossa opinião, a continuação da degradação ambiental, que a Ria Formosa dispensa.Vamos lá a ser uteis para o ambiente e defender a essência daquilo que deve ser um Parque Natural como é a Ria.Cabe àqueles que querem uma Ria capaz de dar de comer, como no passado, a milhares de pessoas, lutar por uma Ria Formosa sem estas tretas!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

RIA CADA VEZ MENOS FORMOSA!

 Na noite de ontem. foi emitida uma reportagem numa estação televisiva sobre a Ria Formosa. Disseram-se algumas coisas mas muitas foram, talvez premeditadamente, ocultadas.

Convem pois regressar um pouco ao passado para perceber melhor o que está em causa. Decorria o ano de 2008 quando estava em curso a instalação do sistema de aguas e esgotos entre a lha da Culatra e a da Armona, mas porque a empresa ganhadora do concurso não conseguia atravessa a barra da Armona nas condições propostas e porque se aproximavam as eleições autárquicas, em 2009, entendeu-se assentar no fundo da barra os canos. 

É obvio que a solução encontrada contribuiu para agravar o assoreamento daquela barra e logicamente permitir a renovação das aguas da Ria Formosa, essencial à vida marinha.

Nessa altura, a então ETAR poente de Olhão, despejava na Ria milhares de metros cubicos de aguas maltratadas, juntando-se às descargas dos esgotos directos, situação que durou até 2015.

A degradação do sistema lagunar deu-se a partir do momento em que foram construídos os molhes da Barra Faro/Olhão, razão pela qual a então Junta Autonoma dos Portos do Sotavento Algarvio, tinha em regime de permanência, uma draga e batelões para manter a navegabilidade e também a renovação de aguas nas melhores condições. Ou seja, percebendo o impacto negativo da abertura da Barra Faro/Olhão, eram realizadas acções de mitigação dos danos provocados.

Extinta a JAPSA, aquelas dragagens deixaram de ser feitas com a regularidade necessária para o normal funcionamento da vida na Ria. Foi o próprio Estado o principal  causador da degradação da Ria Formosa.

Mas já em 2008 começavam a desenvolver a ostreicultura de forma intensiva sem haver qualquer preocupação com as suas consequências.

Nesse ano, foi criada a Sociedade Polis da Ria Formosa, e sob a sua batuta, com o apoio de algumas entidades publicas, foi publicado um livro intitulado de Forward, que apara além de branquear a poluição na Ria Formosa, visava estabelecer  a capacidade de carga da produção de bivalves, estimando-a em 120 unidades por metro quadrado, estudo feito apenas e apenas com a ameijoa, como se essa fosse a principal causa da mortandade daquele bivalve. 

A ostra introduzida na Ria é uma espécie exótica que até o anterior ministro do ambiente dizia ponderar a sua proibição, mas outros valores po(n)derosos se alevantavam.

Lançado o Plano para a Aquicultura em Aguas de Transição (PAQAT), no qual participámos mas que nunca nos foi dito como tinham sido incorporadas as nossas observação, apesar de nela termos referido a natureza exótica da espécie, da competitividade entre espécies e da falta de um estudo sobre a capacidade de carga de produção dela, nada disso foi tido em conta.

Na competição entre espécies, normalmente sucumbem as mais frageis. Se tivermos em conta que a ostra consome bastante mais alimento e oxigénio do que a ameijoa, é com naturalidade que a produção mista ou combinada associada ao aumento do numero de viveiros de ostra provoque o desequilibrio, sucumbindo a ameijoa.

Por outro lado, a Ria Formosa tem outros problemas bastante graves como a presença da Caulerpa Prolifera, uma alga infestante e invasora, denunciada publicamente há mais de seis anos mas que quem a plantou imediatamente negou. Ainda assim passado algum tempo, os mesmo responsaveis admitiam que a presença da Caulerpa já estava a levar ao desaparecimento do Lingueirão. 

Passados alguns meses sobre a mortandade de bivalves que afectam a Ria Formosa sem que não haja uma explicação plausivel para a mesma, atribuindo a mesma a outros factores como as alterações climaticas, é no minimo absurdo para quem está atento. É que as alterações climáticas aqui nesta zona estão a ser encaradas como mais uma oportunidade de negócio mas que deixamos para outra ocasião para o denunciar.

Portanto, para nós, a primeira questão prende-se desde logo com a necessidade de voltar ao velho sistema da JAPSA, procedendo a dragagens com regularidade, nos canais de navegação e nas barras naturais, desde o Ludo até Cacela.

A segunda, prende-se pela proibição de produção da ostra giga, permitindo a produção da ostra portuguesa e mesmo assim em obediência ao estudo prévio da capacidade de carga para a sua produção, criando uma zona para a sua produção sem haver misturas com a produção de ameijoa.

Devemos também lembrar que em toda a frente ribeirinha de Olhão está localizada a zona de Produção Olhão 3 que por ora está interdita, mas na qual vão ser criadas três praias. Significa isso que a agua tem qualidade para banho humano mas não tem qualidade para a produção de ameijoa. Mas onde é que isto chegou?

Para quando um plano de erradicação da Caulerpa? Nunca porque isso faz parte do negócio!

Cabe aos produtores de ameijoa lutarem se quiserem ter algum futuro!