http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=128622 No link atras, Cristovão Norte, deputado eleito pelo PSD vem defender intervenções na Ria, colocando o dedo na ferida que é a poluição provocada pelas ETAR.
Em primeiro lugar para dizer que é sempre de saudar todos aqueles que defendem a Ria Formosa embora não estejamos completamente de acordo, e ainda bem que há motivos para discussão, o que só eleva a democracia que tem andado muito arredia nos ultimos anos.
Quando Cristovão Norte fala de dragagens na Barrinha esqueceu a Barra da Armona, que por causa da ultima campanha autarquica, foi objecto de crime cometido por José Apolinario e a cumplicidade da Aguas do Algarve, ao depositarem no fundo da barra os tubos de saneamento basico e agua, numa operação classificada de provisoria, para 30 anos, com as consequencias que estão à vista de todos, o assoreamento daquela barra, tal como previramos. Tambem aqui, uma das tais obras publicas para sacar o "arame" ao Povo. Então não é que a empresa que ganhou o concurso e abandonou a obra, continua a concorrer a obras do Estado, como se nada tivesse acontecido? Porque estão todos os partidos calados?
Por outro lado, parece estarmos perante dois partidos diferentes: um PSD mais ligado às pessoas e seus problemas e um outro que faz exactamente o oposto. Enquanto Cristovão Norte, tal como anteriormente Antonieta Guerreiro, defendem uma intervenção adequada e satisfatoria para quem na Ria Formosa trabalha, o PSD de Macario Correia e de Alberto Almeida, mais virados para outro tipo de obras, continuam a poluir e a aumentar a pressão sobre a Ria. É que não são este tipo de obras que dão algo a ganhar e outros interesses se levantam.
As actividades economicas da Ria Formosa têm muito mais impacto na economia da Região do que aquilo que tentam transmitir às pessoas, se não vejamos: segundo as ultimas monitorizações do IPIMAR, estima-se que sejam produzidas aqui 5.000 toneladas de ameijoa-boa por ano, o equivalente no minimo a 50 milhões de euros. Para se obter aquele volume de negocio, há um outro paralelo e nunca referido que é a apanha de ameijoa de semente capaz de proporcionar 10 milhões de euros, Se a isto juntarmos o negocio da ameijoa de cão, ostras, berbigão, lingueirão e outras especies piscicolas de valor, podemos estimar que o valor economico da Ria ascenda a duzentos milhões de euros ano, maioritariamente produzido em Olhão, que por sua vez regista cerca de 40.000 habitantes. Feitas as contas e apesar de nem todos viverem da Ria, são cerca de 5.000 euros por pessoa. Venham lá agora demonstrar que outro sector de actividade economica, seja capaz de gerar mais valias locais desta grandeza!
Quando o Estado alega dificuldades financeiras para reparar os danos que causou, e continua a causar, tambem não tem moral para exigir dos outros que paguem os crimes economico-financeiros praticados por esse mesmo Estado e contrarios aos interesses dos pagadores.
Se foram entidades publicas que mataram a Ria Formosa não se achará senão justo que sejam essas mesmas entidades a promover, a reparar os danos causados, nomeadamente mudando para bem longe da Ria, as ETAR assassinas.
Que outros deputados sigam o exemplo, demarcando-se de lideranças que no Terreiro do Paço decidem, sem conhecimento de causa, e proponham soluções discutidas e participadas pelas populações.
A não ser assim, devem as populações revoltar-se contra a ditadura do Terreiro do Paço.
REVOLTEM-SE, PORRA!
A não ser assim, devem as populações revoltar-se contra a ditadura do Terreiro do Paço.
REVOLTEM-SE, PORRA!