Já muito se disse sobre a crise mas o essencial tem sido ocultado da opinião publica por certos fazedores de opinião, aos quais não interessa dizer a verdade.
Recuámos por isso ao ano de 1974, para alguns o mal de todos os males. Em 1974 o Produto Interno Bruto (PIB) era de cerca de 17.000.000.000 de euros, tal como se pode ver em http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_evolu%C3%A7%C3%A3o_do_PIB_Portugu%C3%AAs. Em 2010 o PIB situava-se em cerca de 228.500.000.000 de euros. Aplicando o Coeficiente de Desvalorização da Moeda como em http://dre.pt/pdf1sdip/2011/10/20300/0469004690.pdf ao PIB de 1974 ele agora estaria em cerca de 550.000.000.000 de euros, o que significa que de 1974 até agora perdemos cerca de 55% da nossa economia.
A confirmar estes números está que, como resultado do mau desempenho da economia, aumenta o desemprego,com relação directa.
Estes números mostram na realidade a destruição do sector primário e secundário que lhe estavam inerentes, passando o PIB a ter como referencia as mais mais valias geradas dos produtos importados e serviços. Reparem que se tivermos um produto cujo inicio teve no nosso País a riqueza gerada é de 100%, enquanto a transformação de um produto importado se situa na diferença entre a compra e a venda.
Aquando da adesão à CEE, foi definido como eixo estratégico do desenvolvimento nacional a prestação de serviços com particular enfâse para o sector turístico-imobiliário. Em suma muito alcatrão para que os turistas chegassem cá mais rapidamente e betão para lhes dar guarida, tudo com a cumplicidade do sector financeiro. Nada foi pensado na satisfação das necessidades das populações, colocando-as ao mesmo nível dos estrangeiros até na compra da habitação e a pagar a factura de tão ruinosa politica.
A CEE, o FMI, a OCDE, o BCE, entidades dirigidas por um grupo de bons rapazes, sempre souberam que embora a economia apresentasse um crescimento nominal, ela na realidade decrescia, não acompanhando o crescimento da inflação que está implícito no coeficiente de desvalorização da moeda.
Se a economia real diminuía para níveis assustadores, as entidades internacionais mencionadas, mais o sector financeiro sabiam, e sabem, que era impossível cumprir com as obrigações decorrentes do elevado endividamento, que estimularam ao financiar projectos em regime de comparticipação, sabendo de antemão que o Estado não possuía a sua quota de comparticipação e que por isso estava obrigado a recorrer à banca.
Curiosamente, a CEE determina que os Estados membros não podiam aceder ao BCE para se financiarem, tendo que fazê-lo junto da banca privada, que por sua vez o ia buscar àquele banco central a 1% e vendia ao Estado a 4%.
A mediocridade politica que tem governado o País ao longo destes anos fazia alarde de um crescimento económico, omitindo à população que afinal ele vinha na realidade minguando. Aldrabão sou eu e não minto tanto.
Portanto o eixo estratégico do desenvolvimento económico passa pela retoma do sector produtivo, particularmente os sectores primário (agricultura, pesca e minério) e secundário, o que significa que os nossos cientistas com canudos estavam errados. Quem fez parte do mal não pode fazer parte da cura!
Mostra também esta realidade que as entidades internacionais que agora vêm cagar lampanas sobre as soluções, a que deliberada e criminosamente nos induziram, não devem ser bem recebidas. Pelo contrario! TROIKA E FMI, FORA DE PORTUGAL!
Perante o cenário apresentado e na previsibilidade do agudizar da crise, os portugueses devem mostrar toda a sua indignação e revolta pela mentira sistemática da governação portuguesa. A solução é
NÃO PAGO!
REVOLTEM-SE, PORRA!