O post de hoje tem duas partes distintas mas que se completam.
I
O video acima, já com algum tempo mas sempre actual, mostra bem como funcionam as famílias politicas neste canto, onde temos um Povo que tem mais de borrego do que de carneiro, tal o estado de letargia em que se encontra.
Os partidos do arco da governação fazem aprovar leis contendo alçapões para poderem escapar às malhas da justiça e chegam ao despudor de se sentirem indignados quando alguém os confronta com a qualidade da politica criminal, nomeadamente no campo da corrupção.
Neste video, pode ver-se o deputado que roubou o gravador ao jornalista que o entrevistava, incomodado com as declarações da Procuradora Maria José Morgado na Comissão de Acompanhamento para a Corrupção, como se houvesse alguma ofensa pessoal, no que foi acompanhado por outros.
Isto ajuda a compreender as dificuldades que nos são impostas quando denunciamos menos claras e transparentes, do Poder local, em muitos casos com indícios de corrupção. E como se pode ver, um dos factores onde estão mais presentes esses indícios, é precisamente no Urbanismo, alvo preferido das nossas denuncias.
Mas vejam o video para perceber melhor de alguém insuspeito na matéria de combate `corrupção.
II
Francisco Leal, ex-presidente da Câmara Municipal de Olhão, a contas com a justiça por indícios da prática de crimes na aprovação de projectos urbanísticos à margem das regras dos Regime Jurídico da Urbanização e Edificação e ainda dos Planos de Gestão Territorial, foi, mais uma vez nomeado coordenador autarquico regional do partido dito socialista, como se pode ler em http://www.postal.pt/2016/07/francisco-leal-novamente-a-frente-da-batalha-eleitoral-autarquica-pelo-ps/.
Cabe-nos perguntar como é que um partido que se diz aberto e transparente, nomeia para um lugar com tamanha responsabilidade e poder de decisão a nivel regional, um individuo com processo pendentes, susceptíveis de determinarem a sua prisão.
Nas ultimas eleições autárquicas, na mesma função, rejeitou o candidato proposto para cabeça de lista no concelho de Lagoa, propondo um outro em sua substituição, desvalorizando assim, o papel da respectiva concelhia.
Nos últimos tempos Leal tem procurado, sem sucesso, criar uma secção socialista na Fuzeta, que lhe permitisse fazer o braço-de-ferro com a concelhia de Olhão, por quem não morre de amores.
E se em relação ao apoio ao Pina já manifestou ter-se tratado de um erro de casting, também não é menos verdade que os seus amores pelo outro potencial candidato, o actual presidente da Junta de Freguesia de Olhão, não são os melhores, quanto mais não seja por razões familiares do pretenso candidato.
Sendo assim, é muito possível que o Leal venha a avocar o processo de indigitação do cabeça de lista para Olhão, promovendo um outro candidato que até pode ser ele próprio.
A acontecer, seria a segunda vez que um órgão regional do partido dito socialista, entra em ruptura com a concelhia, dando o dito por não dito e reduzindo a concelhia à mera gestão da sua sede local.
Leal e Pina, farinha do mesmo saco, entendem que embora eleitos pelo partido não têm que lhe prestar contas como se fosse por eles que o PS ganha as eleições. É verdade que ambos construíram, ou tentaram, um enorme sindicato de voto, mas ainda assim insuficiente para a vitória que a cada acto eleitoral vem perdendo expressão.
Pode ser que desta vez, e oxalá aconteça, caia um dos últimos bastiões socialistas, porque Olhão precisa de mais e melhor.