quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

FUZETA/ RIA FORMOSA EM RISCO?

 Para quem anda distraído, lembramos que por ano temos dois equinócios, um em Março e outro em Setembro. Durante os equinócios temos as maiores marés do ano, sendo que as do equinócio são potencialmente mais perigosas porque, muitas vezes, se conjugam com períodos de vendaval. É nessa conjugação que normalmente se dão os galgamentos oceânicos, com espraiamento das areias pelo interior da Ria.

Estamos a dias de mais um equinócio e com ele o risco de novo galgamento, tal o estado que a Ilha da Fuzeta apresenta como se pode ver pelas imagens que reproduzimos.




 Como se vê, o cordão dunar perde largura e altura, ficando fragilizado e à mercê de algum vendaval que caso coincida com o preia mar, pode facilmente galgar o cordão dunar e invadir a Ria.

Por outro lado, o molhe oeste da Marina de Vilamoura vai ser prolongado mar adentro, retendo as já poucas areias, não as deixando passar para o lado leste, o movimento tendencial das areias na costa algarvia. 

Há dinheiro para umas coisas mas não há para outras, seja para o alargamento do Porto de Pesca de Quarteira e menos ainda para a, sempre prometida e nunca construída, Barra da Fuzeta.

Recordamos que no tempo da defunta Junta Autónoma dos Portos do Sotavento Algarvio, esta tinha uma draga em regime de permanência com a qual a Ria, as barras e até a costa eram sempre dragadas, mantendo em bom estado de  navegabilidade para a nautica de recreio e pesca.

Mudam-se os tempos e as vontades, sucumbindo aos interesses económicos, preferindo entregar aos privados algo que é da responsabilidade do publico, porque à classe politica não lhes custa. O dinheiro não é deles porque é extorquido ao Povo sob a forma de impostos, taxas e sabe-se lá que mais.

Com a delegação de competências de gestão para as autarquias de areas do dominio publico maritimo sem utilização portuária, será cada vez mais dificil as obras de manutenção do bom estado do cordão dunar das ilhas barreira e da navegabilidade da Ria Formosa.

Vamos aguardar que nada aconteça, mas chamando desde logo a atenção das pessoas para o perigo que espreita e prepara-los para a luta se for caso disso!

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