domingo, 28 de fevereiro de 2021

OLHÃO: QUE FUTURO?

 Tal como nos dizia o saudoso dr. Rosa Mendes, Olhão fez-se a si próprio. E fez-se a partir da pesca por parte de pescadores que não queriam pagar impostos a Faro, construindo casas ou palhotas perto do mar ao qual iam buscar o sustento.
Nos idos anos setenta do século passado, com a chegada daqueles que fugiram aos horrores da guerra civil nas ex-colónias, foi nas aguas da Ria Formosa que encontraram o sustento de milhares de famílias.
Por tudo isso, Olhão sempre teve uma forte ligação ao mar e às actividades produtivas a ele ligadas, mas que agora estão, todas, em risco de acabar, alterando-se o modo de vida da população por decreto.
O sector primário da economia, agricultura, pescas e extração mineira, é aquele que fornece a matéria prima para a industria transformadora, ainda que na cadeia de valor seja aquele que apresenta valores mais baixos, o que não podia deixar de acontecer. Mas são esses sectores tão essenciais que hoje são tão mal tratados pelos nossos políticos, que não têm sequer a preocupação em arranjar alternativas.
Obviamente que a pesca, moluscicultura e a salinicultura é feita no mar, sejam aguas interiores ou costeiras. Eram e continuam a ser as actividades que concelho ocupam mais pessoas embora estejam em decadência promovida pelo poder politico.
Com frente de mar do barlavento algarvio, praticamente, toda ocupada resta o sotavento para a exploração turística, assistindo-se ao afastamento das populações ribeirinhas para no seu lugar introduzir o elemento estranho, o turista, como se ambos não pudessem coexistir.
O concelho de Olhão apresenta duas frentes de mar, uma na cidade e outra na Fuzeta. Em ambas, os projectos políticos passam pela expulsão dos naturais e das suas actividades para a periferia, libertando essas áreas para fins diversos daqueles que levaram à sua formação, indo contra os interesses das populações.
Toas as intervenções efectuadas e a efectuar na frente de mar em Olhão vão nesse sentido. Repare-se que está prevista a requalificação do lado poente da Avenida 5 de Outubro até à rotunda na Avenida D. João VI, a 5 de Outubro já o havia sido estando a ser requalificados os jardins, a Avenida 16 de Junho já tem a sua requalificação entregue a um concorrente, aguardando apenas o visto do tribunal de contas. Entretanto, o cão de fila do presidente, andou a intimidar os comerciantes e moradores existentes entre a Rua Gil Eanes e a 16 de Junho para desocuparem as suas instalações no prazo de cinco anos. Para completar o cerco, foi elaborado o Plano de Pormenor da Bela Olhão, onde será construído um hotel.
Como será quando os proprietários do hotel se queixarem com o barulho dos motores dos barcos durante a noite? Sendo a pesca um alvo a abater, o que resta da pesca terá de mudar de ares!
Por outro lado, a qualidade ecológica da agua da Ria Formosa não augura grande futuro na produção da ameijoa, sobretudo pela poluição provocada por tratamento deficiente ou inexistente, com grandes responsabilidades para aqueles que não veem outra coisa  que o turismo.
Será isto o melhor para a maioria da população de Olhão? Alguns entenderão que sim e têm esse direito. Mas para nós trata-se de uma visão egoísta já que entendemos que o capital mais precioso é o capital humano e não se vislumbra em nenhum dos projectos políticos a salvaguarda dos rendimentos das pessoas.
É este o futuro que se desenha para Olhão, o fim das actividades económicas tradicionais da cidade!

sábado, 27 de fevereiro de 2021

OLHÃO: EVENTOS EM TEMPO DE PANDEMIA, OU CAMPANHA ELEITORAL?

 

Creio que todos sabem que vivemos um estado de emergência devido à pandemia, pandemia essa que aconselha ao distanciamento e evitar os eventos que possam provocar ajuntamentos. Não é por acaso que as regras impõem o confinamento, uma espécie de prisão domiciliária.
Se não são recomendados os ajuntamentos pior será a promoção de ventos que os provoquem, mas não é isso que o presidente da câmara pensa e por isso celebrou o contrato do qual publicamos uma pagina, contrato esse para aquisição de serviços de locação de equipamentos para apoio a eventos no concelho de Olhão. 
O contrato em causa custa só a módica quantia de noventa e dois mil, duzentos e cinquenta euros, com IVA incluído e tem validade até ao final do ano, o que coincide com o período de campanha eleitoral. Ou seja, temos os dinheiros públicos a subsidiar, ainda que de forma encapotada. a campanha eleitoral do partido no poder.
É verdade que os números da pandemia têm vindo a baixar e ao contrário do que a informação oficial faz crer, eles devem-se mais à melhoria do tempo do que às medidas tomadas. A pandemia tem as características típicas  das doenças Outono/Invernais, período em que as temperaturas baixam de forma significativa, atingindo este ano, valores extremos, pelo menos por aqui.
Naturalmente os números baixam mas a pandemia continua e será para voltar no próximo Outono, pelo que até mesmo no Verão   devia ser aplicado o principio da prudência, evitando tudo aquilo que possa  originar ajuntamentos, contribuindo para a cadeia de contaminação. Repetem-se os erros do Verão passado, agora de forma premeditada, mas com vista à construção de uma imagem para fins eleitorais.
Claro que para os seguidores do Pina e do falso partido socialista tudo vale desde que isso lhes dê votos, ainda que ponha em causa a saúde da população. Em nome do Poder vale tudo!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

OLHÃO: O PINA E A QUINTA JOÃO DE OUREM


 António Miguel Pina é um perfeito trapalhão, não sabe o que diz e menos ainda diz o que sabe.
Vem isto a propósito da participação dele de uma troca de impressões num grupo que supostamente seria para servir os moradores da Quinta João de Ourem mas parece ser antes uma célula do partido que de socialista só tem o nome.
Quando dei inicio ao processo Quinta João de Ourem, desloquei-me ao local ainda estavam a decorrer as obras no lado norte da urbanização, aquele que de acordo com a nossa analise estaria a ser construído indevidamente. E fui eu e não qualquer outra pessoa como pretende o Pina. Aliás diga-se que à data, o meu falecido irmão não tinha qualquer ligação ao BE, apenas participando nas listas de 2013. Quando o Pina vem com esta história, é para tentar incutir nos moradores daquela urbanização que o BE estaria envolvido no assunto. A verdade é que nessa altura aquele partido nem sequer tinha organização neste concelho.
Diga-se de passagem que em situação não deixaria, ou melhor dizendo, não deixei de fazer o mesmo, embora os danos colaterais em processos desta natureza possam ter algumas consequências, particularmente para os moradores.
Então porque razão foi feita a queixa?
Ainda o Pina não era vereador, e só o foi a partir de 2005, quando o processo de loteamento da Quinta João de Ourem foi aprovado, com claros benefícios para a empresa promotora, a mesma que comprou os terrenos do hotel a cem euros o metro quadrado.
O loteamento foi aprovado permitindo que a área bruta de construção fosse muito superior à permitida pelo Plano Director Municipal, e que correspondia à edificabilidade do lado norte da urbanização. E foi isso que o Tribunal Administrativo decidiu, dando-nos razão.
Posta a questão nestes termos, não fomos nós ou qualquer outro grupo que criámos o problema mas sim os eleitos pelo falso partido socialista, que tinham o poder de decisão. Também tiveram o apoio de alguns submarinos ditos social-democratas.
Muitos moradores da Quinta João de Ourem manifestam-se contra a corrupção ou aos crimes que lhe são conexos, mas porque foram alvo de efeitos colaterais num processo onde se punha a nu um procedimento que tresandava a trafulha, já têm alguma dificuldade em perceber as teias da corrupção.
Claro que quando a justiça leva demasiado tempo para tomar decisões, e isso acontece mais quando se fala de grandes empresas ou de titulares de cargos políticos, ela torna-se uma injustiça. E mais injusto quando todos eles acabam por não sofrerem as consequências dos seus actos, como foi o caso.
O Tribunal Administrativo pronunciou-se pela ilegalidade mas o tribunal criminal não encontrou nada que incriminasse os agentes que a praticaram. Mais parecia que andavam à procura de meios para a absolvição do que para acusação.
É nesse clima de impunidade que o Pina e a sua equipa apostam. A um processo que o Tribunal Administrativo também nos deu razão, o Pina aplicou o PIER, plano de intervenção em espaço rural para legalizar o que estava ilegal; noutro processo, aplicou o RERAE, regime especial de regularização de actividades económicas para legalizar uma situação absolutamente ilegal de uma sucateira em zona do aproveitamento hidro-agricola, a maior proteção que um terreno pode ter; na Quinta João de Ourem mandou fazer um PP para legalizar o que estava ilegal, tal como agora pretende fazer com o Plano de Pormenor de Bias do Sul porque o PNRF se pronunciou de forma desfavorável.
O senhor Pina já se esqueceu da casa dos sonhos na Ilha da Armona que o Tribunal Administrativo também se pronunciou contra. Também nesse caso pedi a perda de mandato mas o ministério publico entendeu que a violação dos planos de ordenamento não era razão suficiente; mas ainda falta o processo crime em que o MP está à espera de uma decisão final do TA para ver se branqueia o crime ali cometido.
Mas ainda há muitos outros processos pendentes e apesar de termos deixado de acreditar na justiça não abandonaremos o combate à corrupção.
Quanto aos moradores da Quinta João de Ourem que estão contra nós, será melhor começarem a pensar se se deve ou não combater o crime que corrói a nossa sociedade.
Mas fui eu e assumo-o!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

OLHÃO: O CONCELHO DAS ENCOMENDAS

 

Ainda que com algum atraso, temos hoje algumas palavras sobre o Loteamento do Porto de Recreio, onde tem havido grandes negociatas, que sugerem outras tantas encomendas.
Com as sucessivas alterações ao loteamento, verificamos que cada vez mais os olhanenses são corridos de uma zona que lhes é muito querida, Barreta/Largo da Feira. O que ali se constrói agora e no futuro não é para ninguém de Olhão. O lote 2, com os seus 7000 metros quadrados de área de construção, não destina um único fogo para habitação, sendo tudo para turismo; o lote 3, com os 17500 metros quadrados de construção seguem o rumo do lote 2, nada para habitação, comercio ou serviços, tudo para turismo.
Um lote que não estava previsto e foi inventado e também ele destinado única e exclusivamente para fins turísticos, é o Lote 1-A, com 1833 metros quadrados e que pega com o muro do quintal do hotel; mas se o lote tem aquela área, a área de implantação e da cave são iguais, apensa diferindo a área de construção bruta que passa a ser de 3700 metros quadrados, o que nos faz tecer alguns comentários.
É que a construção em vista terá cinco pisos, e se o piso debaixo tem 1833 metros quadrados, significa que os restantes pisos, no seu conjunto, vão ter uma área semelhantes à do piso térreo. Ou seja, a construírem cinco pisos, quatro deles ocuparão cerca de um quarto do piso térreo.
Sabendo que o valor do terreno está directamente relacionado com a sua capacidade construtiva, esta é uma forma de fazer baixar o valor do terreno. Esse é o primeiro impacto.
Mas alguém de bom senso acredita que um investidor não procure obter o maior rendimento possível, quando a área de terreno disponível lhe permitiria construir muito mais, quase três vezes aquilo que é definido para este lote.
E se depois de alienado o lote, surgir mais uma alteração ao loteamento para permitir que no mesmo lote se construa mais do que agora se prevê?
 Habituados às habilidades da câmara nesta matéria, não nos admiraria que tal alteração possa surgir. Mas não se ficam por aqui as duvidas. É que se o lote que não estava previsto pega com o quintal  do hotel, tudo leva a crer que seja a empresa proprietária do hotel quem venha a adquirir o lote em causa, apesar de estar sujeito a uma habitual hasta pouco publica, mas que não pode deixar de ser feita, mesmo com habilidades extra para que o lote chegue às mãos de um comprador que se sabe à partida quem será.
Os números apresentados constam do quadro anexo à planta reproduzida acima.
Tanta transparência nestas encomendas!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

RIA FORMOSA: QUEM BRANQUEIA OS CRIMES NA RIA?

 A semana que findou foi farta em noticias sobre o cavalo-marinho, com a revista Visão a publicar um extenso artigo que mais parece uma operação de branqueamento dos crimes cometidos na Ria Formosa e que pode ser lido em https://visao.sapo.pt/especiais/oceano-de-esperanca/2021-02-19-em-contrarrelogio-para-salvar-os-cavalos-marinhos-da-ria-formosa/ .
Dada a extensão do texto retirámos apenas uma pequena parte, a qual transformámos na imagem que se segue

Estas declarações merecem-nos alguns comentários, desde logo porque quando se fala de sustentabilidade temos deter em conta não só a questão ambiental mas também as vertentes económica e social, aspectos nunca focados, o que não acontece por acaso com o CCMAR a fazer o papel de fundamentalista ambiental.
Nós também defendemos a necessidade de preservação do cavalo-marinho tal como defendemos a preservação da grande maternidade piscicola que era a Ria Formosa e está em vias de deixar de o ser com muitas responsabilidades do CCMAR.
Se em 2001 a colónia de cavalos-marinhos tinha cerca de dois milhões de indivíduos, em 2007 já só existiam cerca de trezentos mil, e nesse período não havia o tráfico deste peixe para a Asia nem o caranguejo azul ou a caulerpa prolifera, tudo coisas que apareceram já depois de 2010, havendo relatos que atribui a responsabilidade da Caulerpa prolifera ao próprio CCMAR.
Vir atirar responsabilidades, para cima dos pescadores, por causa da captura ilegal do cavalo-marinho com base numa apreensão e não várias como se insinua feita em 2016, faz parte de um plano mais vasto que vida acabar com as actividades tradicionais da Ria.
A questão é que o cavalo-marinho vivia em comunidade porque o seu habitat natural, a seba, assim o determinava, seba essa que se foi perdendo com o  desenvolvimento turistico promovido na Ria. Mas sobre isso não pode o CCMAR falar sob pena de perder o acesso a subsidios e bolsas.
Com o fluxo turistico há excesso de barcos e nunca vimos o CCMAR pronunciar-se sobre a necessidade de um estudo sério sobre a capacidade de carga do trafego maritimo na Ria Formosa, situação que chegou a ser ponderada pela POLIS, porque mais uma vez se o fizessem, a desenvolver restrições, seria a pesca a sofrer as consequências e isso trazia outro tipo de problemas; impor restrições à nautica de recreio é que nem pensar! 
 
 



 
 
E por isso o CCMAR limita-se a dizer que há excesso de barcos, e que alguns fundeiam em zonas de pradarias marinhas e destroem o habitado cavalo-marinho. A partir daí calam-se a boca.
Os cavalheiros do CCMAR sabem o que diz o POOC Vilamoura-Vila Real de Sº António sobre essa matéria e se não sabem deviam saber.

Vejamos então o que nos diz o POOC, artigo 26º. O canal a que se refere como zona de fundeadouro onde existem pradarias marinhas, é o canal da Culatra até à Armona, onde são avistadas mais de uma centena de embarcações fundeadas, todas elas com dimensões que o POOC não permite a navegabilidade por se tratar de um canal secundário. Então e como vão para lá? De helicóptero?
Claro que os cavalheiros que dizem defender o cavalo-marinho ficam calados, nem pressionam as entidades com responsabilidades para acabar com aquela bagunça. Para isso já não se pressiona a Policia Maritima. Depois vêm com as câmaras de video-vigilância para perseguir quem anda a trabalhar mas não perseguem quem destrói o habitat do cavalo-marinho. Mas que grandes defensores, estes! 
Só quem não pode ou não deve ser defendido são os pescadores. Tenham dó!

domingo, 21 de fevereiro de 2021

FUZETA: A VERDADE DE HOJE, MENTIRA DE AMANHÃ

 

A imagem acima reporta parte do Decreto-Lei 72/2019, que transfere competências para os órgãos municipais das áreas portuárias-marítimo e áreas urbanas de desenvolvimento turístico e económico não afectas à actividade portuária.
Vem isto a propósito da recente comunicação do presidente da Junta de Freguesia Moncarapacho/Fuzeta, que apesar da idade, parece ainda acreditar no pai natal, comunicação essa que pode ser vista em https://www.facebook.com/ufmoncarapachofuseta/posts/1498427940356042 . 
Como se no nosso sublinhado as áreas " a que não seja reconhecida utilização portuária, incluindo os bens imoveis e moveis a estas afetos, é transferida, nos termos do presente decreto-lei, para o município territorialmente competente". Significa isto que aquilo que eram competências da antiga direcção-geral dos portos em áreas sob sua jurisdição mas não afectas à actividade portuária  passam para para as câmaras municipais. E neste caso, está o Parque de Campismo da Fuzeta, quer o Manuel Carlos ou não.
Mas mais, as competências dos municípios dão a estes o poder de "praticar todos os actos respeitantes à execução, modificação e extinção de autorizações, licenças ou concessões" . Ou seja, o presidente da câmara tem poder suficiente para pôr termo à licença que permite o funcionamento do Parque no sitio onde está! 
Bem pode, o Manuel Carlos, apresentar os documentos que queira mas conhecendo o presidente da câmara e aonde pretende chegar, que o mais certo é ele usar dos poderes conferidos pela transferência de competências para desalojar o Parque de Campismo e transferi-lo para outro lado.
Quanto ao Plano de Urbanização da Fuzeta só será uma treta (palavras de Manuel Carlos, se as pessoas se opuserem a tal, mas para isso é preciso mobilizar e não desmobilizar como o fez na sua comunicação. A proposta do Plano existe e pode ser vista em http://www.cm-olhao.pt/municipio/documentos/category/405-plano-de-urbanizacao-da-fuseta .
Sinceramente não conseguimos perceber quem o Manuel Carlos quer visar com o seu discurso. Se a nós por termos denunciado a existência do Plano ou se a Câmara. Manuel Carlos, na qualidade de presidente da União de Freguesias de Moncarapacho/Fuzeta participou na ultima assembleia municipal onde o Plano foi sujeito à apreciação da assembleia. Se é treta não será nossa, mas treta é fingir que não se passa nada.
Que as intenções do Pina são a de transferir o Parque de Campismo para outro lado e no seu lugar fazer surgir um resort, e não constitui novidade já que as suas declarações nesta matéria, foram antes da transferência de competências, e agora que as tem certamente que vai aproveitar a oportunidade.
Mais, a levar por diante as suas intenções, o Pina vai correr com as barracas de apetrechos de pesca juntas ao Parque e logo que possa, criar um parque de estacionamento aquático, vulgo marina, para a qual já tem pretendente, e mandar a pequena pesca para outras bandas.
A concretização do Plano vai tornar a frente ribeirinha da Fuzeta, na época baixa, num autêntico deserto, com impacto negativo em toda a actividade económica da zona. 
Que o Manuel Carlos deixe de ser ingénuo ou de tretas e comece a mobilizar as pessoas para o que aí vem, até porque sabe como o Pina é vingativo!

sábado, 20 de fevereiro de 2021

OLHÃO:HÁ CONTRATOS E CONTRATOS

 

Depois da contratação de especialistas de marketing, de imagem, de publicistas, desta vez é de consultoria estratégica, para a empresa municipal Ambiolhão. Não chegavam os que já estão contratados. Talvez com o novo estratega se resolva o problema dos esgotos.
No caso em apreço nem é pelo valor, mas será necessária tanta publicidade ou antes será porque estamos em vesperas de um acto eleitoral autárquica e quanto mais publicidade melhor para quem exerce o poder?
Este é da Ambiolhão e o montante envolvido é de cerca de vinte mil euros, mas há outros.
Ainda que por concurso publico, a câmara entendeu mandar construir um barco para recolha de lixo nas ilhas, melhor dizendo para a Armona, um pouco mais de centro e trinta mil euros acrescidos de IVA.
De há muitos anos a esta parte, o transporte do lixo da ilha era assegurado por uma empresa contratada, que disponibilizava o barco, combustível e pessoal. Quando o novo barco estiver pronto como vai ser? Quem vai operar com o barco? Pessoal da Ambiolhão ou contratados?
Por outro lado temos a contratação de um nutricionista talvez para dar apoio às escolas sobre a alimentação saudável. E porque não foi contratado no inicio da época escolar e o fazem agora que os alunos não vão à escola? E no caso de escolas em que as refeições são fornecidas por empresas de catering?
Com tantos contratos, particularmente aqueles que envolvem os artistas do marketing, de imagem, de publicidade, tudo leva a crer que nos próximos meses sejamos invadidos por uma onda de publicidade, não com o apelo ao voto mas dourando a gestão autárquica.
Curioso é verificar que quem detém o poder, seja com dinheiros públicos ou não, serve-se da publicidade enquanto os partidos da oposição nem nas redes sociais e de forma gratuita o conseguem fazer.
Ou está tudo bem ou a oposição funciona muito tão mal que não consegue encontrar algo que apontar. No fundo nenhum deles quer alterar o rumo que a gestão autárquica vai tomando. Estão apenas à espreita de uma fatia do bolo para se sentirem realizados.
Cada povo tem a governação que merece. Até quando?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

OLHÃO:COM PAPAS E BOLOS SE ENGANAM OS TOLOS

 

Não era de esperar outra coisa, mas se haviam duvidas, elas dissipam-se, passando a certezas. O presidente da câmara vive de e para a imagem, nem que para isso tenha de mentir!
O jornal on-line Sulinformação em https://www.sulinformacao.pt/2021/02/plano-de-recuperacao-e-resiliencia-oferece-variante-a-olhao/ dá destaque à noticia mesmo que a mesma não esteja correcta. Não há o contraditório, mas esse fica por nossa conta.
Em 2017, e porque estávamos em vésperas de eleições autárquicas, o anterior ministro do planeamento deslocou-se a Olhão, onde foi recebido numa tenda previamente montada para dizer que a obra ia avançar.
Em 2019, o presidente da câmara já viera dizer que a Variante Norte à Estrada Nacional 125, merecera parecer favorável no processo de avaliação de impacto ambiental. Bom agora é a vez da bazuca europeia.
Mas alguém está a mentir, desconhecemos se o ministro ou o presidente da câmara, porque afinal não há nada de concreto.
No processo de avaliação de impacto ambiental não foi proferida nenhuma decisão final estando ainda em analise, pelo menos é o que consta no portal onde são feitas as discussões publicas, o Participa, e mesmo no site da Agência Portuguesa do Ambiente, está conforme a imagem acima, ou seja, ainda não há decisão!
Temos sérias duvidas que o ministro fosse dizer ao Pina que já havia tal decisão, mas mesmo que o tivesse feito, cabia-lhe ir confirmar no site da APA se correspondia à verdade.
Bom, e se o ministro entendeu em integrar o processo da Variante na Plano de Recuperação e Resiliência, o que duvidamos, pergunta-se como o vai fazer, uma vez que não há decisão final na Avaliação de Impacto Ambiental que pode ser desfavoravel? É preciso não esquecer que já foi chumbado na primeira versão!
Certo é que estamos em vesperas de mais um acto eleitoral autárquico e temente do resultado, o presidente da câmara é capaz de mentir, omitir, para conseguir melhorar a sua imagem, uma bocado desgastada, fruto de muitas promessas incumpridas.
A melhor forma de sintetizar a situação é aplicando o proverbio popular de que "com papas e bolos se enganam os tolos", já que os crentes aceitam a mentira como verdade.   

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

ALGARVE: 200 MILHÕES PARA A REGIÃO?

 Depois de anos de abandono por parte dos diversos governos, eis que à pala da pandemia, aparece uma bazuca, que põe em discussão publica a possibilidade de serem canalizados para a região cerca de 200 milhões, através do Plano de Recuperação e Resiliência. Mas por enquanto é apenas a discussão publica, como nos informa o Região Sul em https://regiao-sul.pt/2021/02/16/sociedade/200-milhoes-para-melhorar-a-eficiencia-hidrica-no-algarve-prr-preve-captacao-no-guadiana/529837 ,um texto que vale a pena ler para que alguns oportunistas não se façam donos de uma solução que não é deles.
A noticia faz-se acompanhar da imagem que reproduzimos a seguir

Falta saber o que nos propõe o Plano de Recuperação e Resiliência.
Não há muito tempo falava-se na seca, na escassez de agua, mas logo que vieram as primeiras chuvas o assunto caiu no silêncio geral. Felizmente houve associações que não se calaram e depois de discutir e aprofundar o problema e eventuais soluções, avançaram com uma proposta que é agora contemplada.
A Algfuturo avançou com a solução do Pomarão, que a concretizar-se fornecerá agua equivalente a dois terços do consumo de agua facturada pela Aguas do Algarve durante um ano e é mais do que a agua consumida pelos perimetros de rega com origem em aguas superficiais.
Para aqueles que queriam parar a agricultura, como se ela não significasse agua, a solução apresentada não só satisfaz os diversos sectores, como vai calar algumas vozes dissonantes em relação à agricultura.
Mas o PRR não se fica pelo aumento da capacidade de agua apontando o dedo à falta de eficiência na sua utilização, nomeadamente pela não reutilização das aguas residuais tratadas em actividades associadas ao turismo (golfe), agricultura e espaços publicos, algo que há muitos anos vimos defendendo.
E não só, parece que quem fez PRR nos ouviu. É que a estratégia para melhorar a eficiência hidrica passa pela redução das perdas de agua no sector urbano, através da renovação e reabilitação de infraestruturas degradadas ou tecnicamente deficientes, como acontece em Olhão, com roturas quase todos os dias.
Só em ultimo caso, se propõe a instalação de uma unidade de dessalinização da agua do mar para mitigar riscos futuros.
Não podemos deixar de lembrar que as infraestruturas de agua e saneamento de Olhão t~em cerca de setenta anos, que não acompanharam o crescimento da malha urbana, estando por isso obsoletas e degradadas. Está na altura da Câmara Municipal de Olhão se chegar à frente e se o fizer, uma vez que terá de esventrar a cidade, então que trate de resolver o problema dos esgotos que diariamente poluem a Ria Formosa. É que se esses esgotos forem canalizados para a ETAR para serem tratados, será possivel reutiliza-los.  
Estará o municipio de Olhão à altura de virar a cidade para um futuro sustentavel?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

OLHÃO: COMO SE MONTA UMA IMAGEM FALSA

 


A imagem acima foi retirada hoje do site da empresa municipal Ambiolhão, que se mantem apenas para dar uma imagem que não corresponde à realidade. Na verdade aquela publicação data de 2014 e tal como se diz, a agua fornecida tinha a qualidade exigida para consumo humano.
Só que até esse ano, eram publicados os Programas de Controlo de Qualidade da Agua; daí para cá nunca mais foram publicados e sabemos que o fornecimento de agua perdeu qualidade. Agora é a própria ERSAR a dizer que a agua fornecida não garante a segurança de qualidade, porque surgem trimestres com a contaminação por coliformes fecais.
O Programa de Controlo da Qualidade da Agua dava-nos a indicação dos locais e das datas em que eram feitas as colheitas para analise. Qual o receio de dizer onde é contaminada a agua? Na rede publica ou na rede predial? Que medidas correctiva foram aplicadas para que não se repitam os episódios de contaminação, como os que têm surgido nos últimos anos? 
O ano é composto por quatro trimestres, no fim dos quais fecham o ano, mas passado mês e meio sobre o final do ano, os resultados do quarto trimestre de 2020 continuam por publicar. 
Manter publicações atrasadas apenas serve para dar uma imagem diferente da realidade a quem acede ao site da empresa. Também é certo que a maioria das pessoas nunca visitaram o site e muito menos se preocuparam em vasculhar as suas publicações, particularmente aquilo que é importante como são os resultados analíticos. Porque não publicaram a nota da ERSAR em que se diz que a agua fornecida em Olhão não oferece segurança?
Quando um povo acredita piamente em quem delegou a responsabilidade de servir a causa publica mesmo que ponha em risco a sua saúde, temos de beber agua contaminada. Não será já tempo de as pessoas terem uma atitude mais critica na atitude destes senhores? Que os aplaudem quando fazem algo de positivo, tudo bem, mas quando erram porque não se critica? Qual o receio? 
É por essas e outras razões semelhantes que continuamos a ter uma Ria bastante poluída!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

RIA FORMOSA: A CONSPIRAÇÃO DO CAVALO MARINHO

 


 Entre quinta e sexta feira vai realizar-se uma reunião entre os investigadores marinhos e os produtores de sal da Ria Formosa para apresentação dos beneficios das pradarias marinhas na descarbonização. Face aos antecedentes ficamos com muitas duvidas se não será mais uma habilidade para a cerificação de sal extraído em zonas próximas de pontos de descarga de ETAR ou esgotos. Ou será mais uma desculpa para os donos da Ria para levarem por diante o projecto da Caulerpa? O tempo dirá! 
Na imagem acima reproduzimos excerto de uma artigo publicado no Diario de Noticias a 21/11/2010, escrito por Filomena Naves, sob o titulo "O declinio dos cavalos marinhos".
Como se pode ver, o texto é publicado antes da elaboração do documento que apresentámos no sábado da autoria da Sociedade Polis e onde se podia ler que a Caulerpa não era avistada na Ria Formosa há mais de cinquenta anos e que seria uma espécie a preservar.
Ora no texto do DN verificamos que os tais investigadores/protectores do cavalo marinho tinham como possibilidade para explicar o desaparecimento do dito peixe a uma deslocação  das populações para outras paragens, uma hipotese "muito remota", enquanto outros investigadores apontavam para a perda de habitat e dizem:
Nos ultimos anos, no entanto, estas pradarias, como se chamam as extensões de plantas marinhas que constituem o habitat da espécie, sofreram uma diminuição acentuada na ria, e isso poderá estar na origem do declinio das populações de cavalos marinhos. "A diminuição das pradarias poderá ter a ver com a própria dinâmica da ria" e por isso, o projecto, alem da observação das populações, estudará também a hipotese de pradarias artificiais que deverão ser testadas na própria ria...
Mudam-se os tempos, muda o discurso. Depois de se saber do impacto negativo que a Caulerpa tem provocado na ria, os mesmos que a plantaram logo se apressaram a negar aquilo que no texto agora exposto diziam ser uma hipotese a ser testada. Claro que vão continuar a dizer que quando disseram aquilo não era a Caulerpa que tinham no pensamento.
Apesar do impacto negativo que a presença da erva vão manter a sua defesa agora ao abrigo da descarbonização, porque afinal aquilo não serve para o cavalo marinho, pelo contrário, vai fazer com que o cavalo marinho abandone a sua comunidade e se passei de forma dispersa pela costa.
Por outro lado, quando transpuseram a seba retirada da Culatra no Portinho da Arrabida, justificaram a necessidade dessa transposição com o facto da pesca da ganchorra naquela zona que teria dizimado a seba pré-existente. Só não dizem que pescavam na seba com a ganchorra! Uma forma simpática de criar mais uma proibição, afinal a especialidade destes investigadores/protectores.
Para a Ria Formosa arranjaram uma maneira de criar restrições nalguns espaços e actividades como forma de "proteger" o cavalo marinho, criando um habitat, que não será o dele nem de nenhuma espécie, mas antes uma forma simpática de correr com aqueles que vivem da ria, para o turista!
A defesa do cavalo marinho acaba por se transformar numa conspiração contra aqueles que vivem da ria, essa é a realidade! Os mesmos investigadores deviam antes de dizer qual o impacto da poluição na seba, ou será que não é a poluição a principal causa do desaparecimento da seba?
Já há muito tempo que percebemos que estes investigadores/protectores não podem ser independentes, uma vez que estão dependentes dos dinheiros do Estado e como tal têm de subjugar aos ditames do poder politico, não lhe apontando as falhas nem as consequências delas.
Quando a ciência se verga ao poder politico, como pode evoluir um País?  

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O Mercado de rua e o Parque do Levante

 

Desde o primeiro dia que as pessoas que vão ao Mercado se questionam por que razão ao mudar o Mercado de rua do meio das praças para o Parque do Levante, apenas foi ocupada uma parte minúscula desse parque, mesmo em frente à porta de entrado do Pingo Doce. O resto do Parque está deserto e não é viável para estacionamento nem está ocupado para outras actividades durante a manhã de sábado.

Colocam-se várias questões:

- Foi uma medida provisória porque estava prevista a mudança para o espaço em frente ao hotel?

Se foi isso, então ainda bem que o mercado se manteve no Parque do Levante porque é realmente um local mais central e de mais fácil acesso para os utentes desse mercado e com bastante espaço de estacionamento. De qualquer modo, se foi provisório, já estava na altura de corrigir o que está mal.

- Mantendo-se o mercado no Parque do Levante, por que razão apenas é ocupada uma pequena faixa?

Por um lado, sendo uma actividade comercial de bens essenciais, priva metade dos vendedores de fornecerem esses produtos à população e apenas o podem fazer quinzenalmente. Sendo produtos da sua produção e perecíveis, essa decisão acarreta prejuízo para o vendedor, mas também para quem quer comprar porque tem menos oferta de produtos.

Por outro lado, não lhes é oferecida uma situação de igualdade perante os outros fornecedores, uma vez que o Pingo Doce e os outros hipermercados de Olhão estão abertos todos os dias e em simultâneo.

Contra todas as orientações em relação ao distanciamento social, a CMO apenas reserva uma pequena faixa em frente à entrada do Pingo Doce para a realização desse mercado de rua ficando dois terços desse espaço vazio. Há alguma razão plausível para isto? Será que estão a pagar a ocupação desse espaço a alguém? (já acredito em tudo e perante situações ilógicas questiona-se o improvável).

Enquanto choveu e o tempo esteve embrulhado, a afluência foi mais reservada, mas no último sábado já se notava muita gente a fazer as suas compras e havia bicha no acesso ao espaço.

Está mais do que na altura de alargarem este espaço e permitirem que todos os vendedores compareçam ao sábado de manhã, aliviando assim quer a concentração de pessoas, quer o prejuízo daqueles que naquela semana não estiveram “convocados” para vender.

Ficamos a aguardar e esperamos que a presença de muita gente no mercado, sendo uma prova de bom discernimento por parte da população, não seja também uma boa desculpa por parte da CMO para deixar de fazer o mercado na rua.