1 - Para avivar a memória de alguns esquecidos, lembramos que faz, hoje, quarenta e nove anos que foram feitos os primeiros presos politicos do pós 25 de Abril, na sequência de um comicio convocado pelo Comité Martins Soares.
Sim, a 23 de Abril de 1975, a nova pide-copcon invadiu a sede do MRPP numa altura em que aquele Partido fora impedido de participar nas eleições para a Assembleia Constituinte, impedimento esse que esteve na origem do comicio.
Quem estava nas instalações do Partido foi feito prisioneiro e transportado para o Presidio Militar de Santarém, pelo que se seguiram varias manifestações contestando as detenções efectuadas sem qualquer mandato.
2 - A realidade histórica mostra-nos que o 25 de Abril foi um golpe de estado militar, levado a cabo pelos classe de capitães e a sua origem entronca na publicação dos decretos-lei nº 353 e 409 de 1973 e que podem ser lidos em https://dre.tretas.org/dre/231642/decreto-lei-353-73-de-13-de-julho e https://dre.tretas.org/dre/231133/decreto-lei-409-73-de-20-de-agosto.
Com contactos estabelecidos com altas patentes castrenses, os militares revoltosos sabiam de antemão que aquelas patentes eram contra a mudança de regime tal como eram contra a descolonização; no fundo tratava-se de mudar de figuras, mantendo tudo o mais.
E foi assim que na constituição da chamada Junta de Salvação Nacional surgem figuras gradas do regime deposto mas que era para continuar, começando desde logo pelo primeiro presidente da republica; por outro lado "esqueceram-se" de desmantelar a policia politica do regime, a Pide/DGS, que quatro dias depois ainda fazia mortes junto à sua sede.
Ao largo do Tejo estava presente um porta aviões do USA tal como uma semana depois se realizou um exercicio da NATO na nossa costa.
Ou seja, qualquer tentativa de Revolução estava condenada ao fracasso porque as forças da NATO invadiriam o País.
3 - Chamados à embaixada americana para conversas com o embaixador e numero dois da CIA, Frank Carlucci, as principais figuras da oposição politica ao regime deposto foram lá para jurar a fidelidade e lealdade ao TIO SAM.
Daí terem rasgado as referências ao marxismo, a primeira traição ao Povo Trabalhador que mesmo assim continuou a lutar, por melhores condições de vida, o que conseguiram.
Até aí não havia direitos laborais ou sociais dos quais destacamos o Serviço Nacional de Saúde ou o Salario Minimo Nacional.
Na constituição, completamente alterada e adulterada foram incluidos outros direitos sociais como o direito à habitação, a protecção na velhice, na doença, algo que tem vindo a ser degradado e transformado em negócio, perante a complacência dos trabalhadores, ameaçados com despedimentos ou outras formas de pressão.
No fundo ao olharmos para trás, para as conquistas de Abril e as que resistem bem se poderia dizer que apesar de ter lavdo o seu tempo, a contra revolução trinfou.
4 - Nos dias de hoje, assistimos à criação de especialistas na difusão da chamada "cultura ocidental", uma cartilha contra revolucionaria, fazendo crer que só há lugar para a visão deste ocidente que não permite regimes, que pelas suas caracteristicas possam pôr em causa o modelo padronizado pelo TIO SAM.
Criaram a Organização Mundial do Comercio com vista ao comercio livre, mas nem todos os países foram convidados para nela se integrarem como foram os casos da China e da Russia, a primeira admitida apenas em 2001 pela ameaça de não devolver o avião espião americano abatido e a segunda só foi admitida em 2012.
Também se sabe que aqueles países têm salarios mais baixos, custos energeticos mais baixos, fiscalidade mais baixa, o que os torna mais competitivos que europeus e americanos, razão pela qual constituem uma ameaça à economia do apelidado "mundo livre".
Sendo certo que as guerras são provocadas pelos interesses imperialistas, hoje chamados geopoliticos, de europeus e americanos, a questão da economia global é a causa dos conflitos que assolam o mundo.
5 - A Nato é a guerra! Aquilo que era um pacto defensivo, tornou-se numa aliança de agressão e ocupação de Países. Foi assim no conflito do Kosovo, chamada de guerra humanitária; foi assim na invasão do Iraque, um guerra preventiva, com base na mentira das armas de destruição maciça; foi assim na Libia porque Kadafi era um ditador; é assim na Siria com base no combate ao terrorismo; é assim em varios países de Africa onde é pedida a saída de forças militares francesas e americanas.
Mas na Palestina não há uma guerra humanitaria. Porquê. É a diferença entre ser aliado ou não, porque aos aliados tudo é permitido!
A contra revolução mundial no seu auge procurando destruir todas as referências a outras formas de sociedade, não pelo presente mas pelo seu passado, casos da China e Russia.