sábado, 26 de janeiro de 2013

RIA FORMOSA PÕE EM RISCO SAUDE PUBLICA

Sempre defendemos e continuamos a defender a Ria Formosa mas não podemos deixar passar em claro os crimes cometidos pelas entidades publicas contra a saúde publica.
Em principio, todos os anos, é declarada a classificação das "Zonas de Produção de Moluscos", com a atribuição de categoria A, B, C consoante a quantidade de coliformes fecais presentes na carne dos bivalves. A categoria A, que não existe na Ria Formosa, permite a venda directa ao consumidor sem necessidade de qualquer tratamento ou afinação; a categoria B implica o tratamento em depuradoras para poder ser comercializada; a categoria C, implica a transposição para outras zonas por um período prolongado a fim de se fazer uma afinação natural. 
A categoria C desapareceu na Ria Formosa, por obra e graça divina, como se não existissem coliformes fecais em quantidade suficiente para criar problemas para a saúde publica. As entidades envolvidas omitem que não há fiscalização, e partem do pressuposto de que os viveiros estão localizados em zonas de categoria B, o que é correcto. O que não será correcto, e toda a gente sabe-o, é que há muita gente a apanhar bivalves um pouco por toda a Ria, nomeadamente em zonas que obrigavam à sua transposição para outros terrenos.
Também todos sabemos que há comerciantes com poucos escrúpulos que não querem saber da proveniencia, mas que compram aqueles bivalves ao desbarato, relaxando preços em prejuízo dos produtores oficiais, sem cuidarem de saber até que ponto estão a pôr em causa a saúde publica, já que aqueles bivalves vêm contaminados e muitas das vezes nem são objecto de depuração.
O que as autoridades estão a fazer, é um autentico crime contra a saúde publica. Ao não classificar todas as zonas da Ria Formosa, mas apenas aquelas onde há produção controlada, estão a abrir a porta para a apanha descontrolada de moluscos contaminados, sem exercer qualquer fiscalização. E com que argumentos a fiscalização vai impedir a apanha, se as zonas não foram classificadas como proibidas?
O branqueamento das entidades publicas, no qual se insere mais esta medida, passa por esconder a real situação da Ria Formosa.
Quem consultar as analises do efluente tratado pode constatar que os níveis de fosforo e azoto tem vindo a aumentar; que os sólidos suspensos totais são em quantidade suficiente para turvar a agua da Ria e não permitir a fotosintese das plantas de fundo, servindo apenas para degradar os fundos. O IPIMAR reconhece a presença de macro algas oportunistas que impedem a renovação da agua, que consomem o oxigénio e que são causa de morte dos bivalves. Em resumo, a Ria Formosa enfrenta um problema designado de Eutrofização.
Apesar de todos os indicadores apontarem para que a Ria Formosa seja declarada como Zona Sensível Sujeita a Eutrofização as autoridades recusam-no. E porquê? Porque tal classificação, implicava um nível de tratamento superior ao efectuado, mas para isso era necessário um outro tipo de ETAR.
Depois de levarem anos a roubar os munícipes com o pagamento de um tratamento que não fazem e de terem gasto dinheiro de fundos comunitários, vêm agora dizer que não há dinheiro para resolver o problema.
Quem acredita na boa fé de um Estado que se comporta como um criminoso?
REVOLTEM-SE, PORRA

Sem comentários: