sábado, 20 de abril de 2013

ALGARVE: ONDE SE MORRE À ESPERA DE UMA CONSULTA

Duas noticias contraditorias mas que se completam sobre o Centro Hospitalar do Algarve e que dá para perceber porque se morre no Algarve por falta de assistência. Vejam em http://www.publico.pt/sociedade/noticia/novo-centro-hospitalar-do-algarve-nao-preve-extincao-de-valencias-1591734. Aqui, o presidente da ARS vem argumentar com a sobreposição de consultas de especialidade para esconder que na verdade o que se pretende é fazer com os mesmos médicos as consultas nos dois hospitais, alternando os dias de consulta e deslocalizando os doentes quando não tenham medico num determinado dia. Uma medida meramente economicista, que põe em causa a assistência aos doentes, que num País de tesura, é de esperar que quem não tenha dinheiro, não compareça às consultas. De Vila Real de Sº António a Portimão distam mais de cem quilometros e tem custos elevados, demasiados elevados para pensionistas e reformados, com pensões de miséria, mas também para quem trabalha e recebe o salário mínimo nacional.
Por outro lado o Hospital de Faro não cumpre os prazos para o tempo de espera para as consultas como se pode ver em http://www.rcmpharma.com/actualidade/politica-de-saude/19-04-13/hospital-de-faro-nao-cumpre-tempos-de-espera-para-consultas, e tudo isto porque a politica de saúde ao longo dos anos, tem sido a dos cortes na despesa de saúde, não contratando médicos, o que aliás é reconhecido pelo ministério da saúde. As listas de espera estão sujeitas a um prazo de 30 dias no caso de consultas de prioridade elevada e de 150 dias nos casos de prioridade normal.
Significa isto que não se pode adoecer no Algarve sob pena de a espera de uma consulta se prolongar até à morte, porque os Gaspares deste País assim o determinaram. Mas o que é estranho, é o silencio cúmplice das autarquias que até nomeiam um vogal para o conselho de administração destas unidades, dando a ideia de que lá estão apenas por causa do tacho ou dum status, dum acréscimo ao curriculum.
No caso do Hospital de Faro, Olhão fez-se representar por um boneco que até foi, à época, constituído arguido, e que nunca denunciou junto da população das condições de degradação do quadro clínico do hospital, embora soubesse as implicações que tal facto tinha na prestação da assistência. Um boneco que se veio vangloriar nas redes sociais e nalguns pasquins da região, da experiência adquirida na sua passagem por aquele conselho de administração.
Candidato à sucessão do trono seria interessante saber o que pensa fazer a autarquia nesta matéria: vai estar do lado do Povo, reinvidicando a alteração da situação, ou alinhar pelo diapasão dos Gaspares de condenar  o seu ovo à morte por falta de assistência.
O Povo do Algarve, deve revoltar-se contra a politica de destruição do Serviço Nacional e Saúde, sob pena de entrar na lista de espera para a morgue.
REVOLTEM-SE E LUTEM, PORRA!

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