quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

RIA FORMOSA E A CONTAMINAÇÃO MICROBIOLOGICA

Já passou mais de um mês sobre a desclassificação das zonas de produção de bivalves na Ria Formosa e tudo continua na mesma. O presidente da Câmara Municipal de Olhão armado em bombeiro conseguiu manipular os produtores através de associações da sua confiança, fazendo-lhes crer que uma conversa com o secretario de estado do mar resolveria o problema, mas este apenas assumiu o compromisso de uma visita a Bruxelas onde iria discutir o assunto, com data agendada para o passado dia 20.
Estamos a 26, seis dias depois, e o aprendiz de presidente de câmara não mais se pronunciou porque sabe bem das responsabilidades que tem neste assunto, quanto mais não seja porque em representação de todo o Povo de Olhão deveria acautelar os interesses da população e não de certas entidades. Sabem-lhe bem os títulos.
Na imagem acima, elaborada pelo então IPIMAR, dá-se conta da evolução do estatuto sanitário da zona de produção de Olhão ao longo de 20 anos. Este documento foi elaborado em 2011 mas não contem os dados relativos a 2010 e 2011. Tal não acontece por acaso, como veremos mais adiante. Nele é visível que mesmo antes da entrada em laboração das ETAR, nos anos de 1993/1994/1995 não havia qualquer classificação C. Após a entrada em funcionamento das ETAR em 1997 em cerca de metade do período até 2009, houve zonas classificadas como C, o que por si só apontaria para a falta de eficiência das ETAR.
 Qual então a explicação do ex-IPIMAR? Na imagem acima percebe-se que a instituição do branqueamento, atribui o dedo à "forte influencia de fontes de contaminação difusas" provenientes de fossas sépticas, actividades agro-pecuárias e industriais. Esta é a principal razão para que o IPIMAR omita os dados relativos a 2010 e 2011.
É que, com o encerramento do Matadouro Regional acabou a produção animal na zona de influencia da Ria Formosa, sendo certo que para que houvesse contaminação microbiologica de origem animal era necessário que eles existissem. Com o espírito inovador e cientifico dos investigadores que elaboraram este documento é possível que tenhamos entrado na era dos porcos e vacas voadoras, porque em terra não as vemos, mas por enquanto o mais que pode acontecer é levarmos com um bocado de caca de pombos ou gaivotas
Não se pode, em boa verdade, descartar a poluição provenientes das fossas sépticas mas não deixamos de alertar para o facto de as Câmaras Municipais da Região se vangloriarem do grau de cobertura da rede de saneamento básico, o que implicaria uma redução da poluição apontada por essa via.
A conclusão final de relatório do IPIMAR na imagem acima é demonstrativo do objectivo ultimo desta operação de branqueamento, ao afirmar que "houve uma redução progressiva dos níveis de E. coli nas ameijoas em duas decadas, por efeito do tratamento dos efluentes.
A recente desclassificação vem desmentir por completo as teorias do IPIMAR nesta matéria. Só que com toda a vontade de encobrir os crimes praticados contra a Ria Formosa, o IPIMAR acaba por estar no epicentro da maior calamidade social vivida na região.
Os produtores de bivalves não podem ou não devem acalentar ilusões de que algo mudará se não tiverem uma atitude mais musculada, responsabilizando todos os envolvidos, sejam o IPIMAR, as Câmaras Municipais, a Águas do Algarve e a própria Agência Portuguesa de Ambiente. E não devem temer apontar o dedo aos eleitos do PS e PSD comprometidos nestas acções.
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Nestes últimos dois dias, com o vento de SW era notório o cheirinho a caca junto ao Modelo, LIDL. Se o mau cheiro é insuportável. Esse Pininha quer é festanças e mandou uma carta como presente de Natal envenenado que aos meus olhos é uma boa oportunidade para aumentar o preço da água e dos resíduos sólídos e saneamento.