quarta-feira, 2 de julho de 2014

FARO: ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA TRISTEZA?

Realizou-se na passada segunda-feira uma Assembleia Municipal de Faro em que um dos pontos da ordem de trabalhos era a proposta apresentada pelo partido socialista para que a autarquia farense encetasse diligencias no sentido de obter a concessão dos núcleos habitacionais da Culatra, Hangares e Farol.
Tal proposta foi aprovada pela generalidade dos partidos com excepção aos representantes do Bloco de Esquerda que nesta matéria nunca mostraram qualquer discernimento.
Mas por parte da maioria aprovante, também registamos a hipocrisia que caracteriza uma certa classe politica, a mesma que tem levado o País à situação em que nos encontramos.
O plano de demolições dos núcleos habitacionais das ilhas barreira, encontra no Polis da Ria Formosa o seu instrumento financeiro para a execução dos objectivos programados, mas é nos Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura Vila Real de Santo António e no Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa que encontra o enquadramento jurídico, legalista, par proceder àquelas demolições, criando as zonas a renaturalizar.
Esta guerra já leva muitos anos e nunca foi devidamente explicada. Ora se argumentam com razões de ordem ambiental, ora de dominialidade e todas elas têm sido desmentidas, agarrando-se agora, apenas, e apenas, a razões de segurança de pessoas e bens. Mas como não bela sem senão, também esta versão foi desmontada como se pode ver em http://polvodoalgarve.blogspot.pt/2010/09/fora-com-o-pooc.html.
Portanto a questão das demolições é uma mera questão politica que os principais partidos, os do arco da governação, têm mantido ao longo dos anos.
Os actuais instrumentos de gestão territorial que versam sobre esta matéria criam as condições para a renaturalização (demolições), mas não impedem, não garantem que no futuro e após as ditas renaturalizações, não venham a admitir um novo edificado, o que aliás, para as entidades publicas bastaria invocar do interesse publico para a suspensão dos planos e aprovar todos os projectos que entendessem.
Sendo uma questão politica, ela deve ser resolvida pelos políticos em consonância com o Povo. Ora, aqueles que agora pretendem a concessão dos espaços, foram os mesmos que aprovaram a panaceia legislativa que permite as demolições, com particular ênfase para PS e PSD.
Obviamente que concordamos, aliás sempre defendemos, que os núcleos da Culatra, Hangares e Farol fossem concessionados e objecto de Panos de Pormenor, mas que não se pode resumir a isso, pois há que salvaguardar as medidas de defesa costeira contra is riscos de galgamentos oceânicos.
Queremos também aqui alertar para o facto de a Ria Formosa ter de ser analisada no seu todo e não parcialmente. Para alem do edificado, outras questões não menos importantes há que mereçam uma abordagem mais seria e profunda à qual as entidades publicas têm fugido, porque o que está verdadeiramente em causa são os planos de gestão territorial contrarios aos interesses de quem habita e vive da Ria.
Tudo seria bem mais simples se os agora defensores dos nucleos da Cultra, Hangares e Farol, tivessem no momento certo, suspendido os Planos de gestão territorial, como então foi pedido.
É assim a nossa classe politica, dizendo hoje, desdizendo amanhã.
REVOLTEM-SE, PORRA!



2 comentários:

Anónimo disse...

A política tem razões que Deus e o diabo desconhecem.
A proposta inclui a Praia de Faro; seria muito injusto se tal não acontecesse.
Triste, sim! Vale mais tarde do que nunca para que surja uma oportunidade de dar ao poder local os meios necessários que permitirão uma correcta administração da sua realidade social e económica.
Por Faro, pelos farenses - bem hajam todos os votaram a favor.

Daniel da Ilha disse...

Os politicos são como as marés umas vezes poluidas, outras vezes limpas mas raramente tranparentes.
Este problema das habitações das Ilhas da nossa Ria Formosa, já não estão resolvidos porque os politicos nunca se interessaram ou se empenharam em resolver.
Se não vejamos concessionaram a Ilha de Tavira e da Armona ambas na nossa Ria Formosa a Culatra, Deserta e Praia de Faro também ficam na nossa Ria Formosa, sabemos dos riscos de todas e já os nossos avós sabiam portanto o que os técnicos apontam e invocam agora já os nossos avós sem qualquer canudo sabiam.
A Ilha do Farol é um escandalo politico num lado as peesoas que embora indevidamente fizeram as suas casas a seguir ao 25 de Abril de 1974 no outro as concessões dos Srº importantes antes do 25 de Abril que digamos tem feito negocios chorudos com as transações e alugueres.
Mas os politicos sabendo de tudo nada fazem para inverter estas situações.
Claro que fiquei satisfeito com a aprovação que poderá resultar numa igualdade de tratamento a todas as Ilhas.Porque se realmente os politicos entenderem que será necessário demolir habitações na Culatra ou Praia de Faro , então tratem tudo da mesma forma e façam a demolição de todas as habitações na nossa Ria Formosa, sei que para isso é necessário ter tomates e negros e não vejo politico algum com estes predicados. Portanto termino tratem todos os portugueses de igual modo pobres ou ricos, doutores ou pescadores todos nascemos iguais e todos vamos morrer iguais.
Oxalá que um dia haja um milagre e que os homens que nos representam olhem para os outros como se fossem parte de si...