Enfermeiros levam à praia informação sobre a “ruptura” no Serviço de Urgência Básica de Albufeira

Uma espátula, que custa dois cêntimos, foi oferecida aos veraneantes acompanhada da mensagem: “Leve, porque corre o risco de não encontrar nas Urgências”.
O Serviço de Urgência Básica (SUB) de Albufeira “está em ruptura” e sem soluções à vista para resolver velhos problemas relacionados com a falta de enfermeiros, médicos, material, e agora, também, assistentes operacionais. A informação está a ser divulgada aos veraneantes, junto à praia, pelos próprios enfermeiros a explicarem os “momentos caóticos” que se vivem no sector da saúde. Esta manhã, o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros, Nuno Manjua, acompanhado de outros colegas encontra-se na praia do Peneco, a distribuir flyers, escritos em português, inglês e espanhol, a alertar para o que pode acontecer a quem recorre às Urgências com uma simples dor de garganta. A mensagem é acompanhada de uma espátula, a simbolizar que até este material que custa dois cêntimos – como já sucedeu no Centro de Saúde de Tavira - pode não existir nas Urgências da cidade
Nuno Manjua queixa-se que os enfermeiros trabalham até à “exaustão, sem folgar” para responder à procura acrescida às Urgências e a outras unidades de saúde. No SUB de Albufeira, acrescentou, deveriam estar sempre dois médicos em permanência e, por vezes "só se encontra um”. Mas a situação mais grave, sublinhou, é a da falta de assistentes operacionais. A falta destes profissionais, sublinhou, “obriga a que as ambulâncias dos bombeiros fiquem horas à espera para puderem passar os doentes para uma cama limpa”.
O presidente da Associação de Comerciantes de Albufeira, Luís Alexandre, solidarizou-se com a luta dos enfermeiros. “Temos a obrigação de informar os turistas sobre o que se está a passar”, justificou.
Francis Viegas foi um dos turistas que recebeu a mensagem do Sindicato dos Enfermeiros com apreensão. “Venho aqui passar férias todos os anos, não sabia que isto estava tão mal ao nível do Centro de Saúde”. Por isso, com as férias a terminar no Domingo, mostrou alívio por não ter tido necessidade de ir às Urgências. “Fico preocupado ao ler isto – sem macas, sem médicos, sem enfermeiros, sem materiais. Acho que é muito grave, alguém tem de fazer qualquer coisa por isto”. Os turistas estrangeiros, afirmou, “provavelmente vêm com outras condições [de acesso aos cuidados de saúde], mas 90 por cento dos portugueses se calhar não sabem o que se está a passar ”.
A direcção do Sindicato dos Enfermeiros, antes, reuniu com o executivo municipal para revelar o quadro de assistência à saúde na cidade e na região, mas o acolhimento não agradou a Nuno Manjua. “O senhor presidente da Câmara [PSD] distanciou-se dos problemas que nos rodeiam”, concluiu.
Ontem, os autarcas de Loulé e São Brás de Alportel, socialistas, por motivos idênticos aos que mobilizaram os enfermeiros de Albufeira, foram, em sinal de protesto, receber os doentes que chegam ao SUB daquela cidade e que eram aconselhados a dirigirem-se ao Hospital de Faro porque não havia médicos.
Noticia retirada do Publico on Line

Nota do Olhão Livre: As  condições de saude agravam-se em todo o Algarve, falta de material falta de enfermeiros falta de médicos, e  como tal, nós estamos solidários, com a iniciativa conjunta do  Presidente do Sindicato dos Enfermeiros Nuno Manjua,  e com o presidente da Associação de Comerciantes de Albufeira Luis Alexandre, pois há dinheiro para o reforço policial no Algavre, mas  não há dinheiro para a saude das pessoas sejam elas turistas ou residentes!
Sem ousar lutar não há vitórias e essa luta , em defesa do S.N.S. deve ser uma luta de todos os algarvios.