sábado, 20 de outubro de 2018

RIA FORMOSA: PS, O PARTIDO DEMOLIDOR!

Passados todos estes anos, parece que as pessoas que vivem na Ria Formosa ainda não perceberam que foi o falso partido socialista o promotor das demolições a que temos vindo a assistir.
Se formos verificar em que épocas foram aprovados os planos de ordenamento que ditam as demolições, em todos eles está aposta a assinatura do falso partido socialista, sendo exemplo disso o POOC Vilamoura-Vila Real de Sº António.
Tentando galgar a onda e colher dividendos da luta, o falso partido socialista de Olhão, emitiu um comunicado a vangloriar-se da sua participação no processo de reconhecimento do núcleo histórico da Culatra, quando ele estava implícito no POOC e que teria sido escusado o sofrimento provocado aos moradores. Mas havia que fazer um braço de ferro e ver se surtia efeito, caso os culatrenses não enveredassem pela luta. E foi a grande manifestação de barco que fez o governo de então, recuar nas suas pretensões. No fundo foi a união e a solidariedade dos culatrenses, o seu espírito de luta que venceu, sendo um acto de extrema hipocrisia vir tentar colher dividendos de uma luta que não era a sua.
O partido dito socialista faz o mal e a caramunha!
Chumbado mais um projecto de resolução que pedia o fim das demolições, com os votos do PS e do PAN e a abstenção de PSD e CDS, cabe tecer algumas considerações sobre o sentido de voto desta máfia política.
O partido socialista, acompanhado por social democratas e democratas cristãos, desde há muitos anos que são defensores de uma pretensa "renaturalização" que a concretizar-se lhes permitia, no exercício do poder, vender vastas áreas da Ria Formosa, sob a forma de concessão, a grandes interesses estrangeiros do sector turístico-imobiliário. 
O sector turístico promoveria então a construção de casas palafiteiras, ditas "amigas do ambiente", omitindo a destruição de dunas e de alguma forma impedindo a nidificação das aves, como até aqui se tem argumentado.
As dunas têm vida própria, "vagueando" ao sabor dos ventos, formando-se aqui, deformando ali. A chamada duna primaria só existe enquanto o mar a deixa estar na sua linha da frente; quando não o permite a secundaria passa a primaria e por aí fora. Argumentos destes apenas servem para enganar as pessoas que não se preocupam em estabelecer a relação causa-efeito das situações, preferindo ver o futebol ou uma telenovela.
O PAN, que não tem o mínimo conhecimento da realidade da Ria Formosa, arvorado em defensor da natureza, omite propositadamente que os impactos mais negativos para as ilhas barreira, provêm de obras publicas, já reconhecidas como sendo erradas, como foram os molhes de Vilamoura, das barras artificiais ou dos esporões de Quarteira. São essas as principais causas que impedem a livra circulação das areias. Deveria o PAN preocupar-se com a construção das barragens que impedem o fornecimento de areias para toda a costa portuguesa e de sedimentos que servem de alimento a espécies piscícolas como a sardinha.
Mas nada disso preocupa os senhores desta política de treta, onde o mais importante é vender o País a retalho, promovendo-se a dita diplomacia económica em que a Ministra do Mar, tem um papel muito activo, vendendo o nosso mar, o maior da Europa, para todo o tipo de exploração, quanto mais poluente, melhor, como é o caso da petrolífera.
Também já aqui dissemos que o actual super ministro do ambiente, que agora tem a pasta de um dos sectores com mais impactos negativos para o ambiente, como é a energia, é um autêntico artista na arte de contornar a legislação e aprovar aquilo que aos olhos de muitos não seria possível. Foi ele o autor do estudo para a candidatura  da Ilha do Príncipe a patrimonio da UNESCO, algo sugerido pelo nosso "camaleão" Pina.
Cabe às pessoas resistirem às demolições e têm um argumento de peso. A ilegalidade na construção de casas, ainda que autorizadas pelas autarquias, é um facto deve ser esgrimido, exigindo a igualdade de tratamento; o tudo ou nada e aí os Tribunais que decidam se a administração está ou não obrigada a aplicar a igualdade de tratamento. Do mesmo modo que a invocada "zona de risco" ou zona ameaçada pelo avanço das aguas do mar, a ser aplicada levaria á demolição de centenas de casas na margem terrestre, de acordo com o principio da igualdade de tratamento.
Aos moradores que agora se sentem ameaçados, lutem que a vitoria será vossa!  

9 comentários:

Anónimo disse...

Se a separação de poderes estivesse assegurada e o poder económico não interferisse, talvez a "população" da ria Formosa tivesse alguma hipótese e Portugal fosse um país melhor, onde a corrupção e a mentira prevalecem, mesmo que políticos e estudos digam o contrário, claro!

Anónimo disse...

Refinada hipocrisia, cinismo, pulhice sonsa, quando o mau quer passar por bom. Os ainda sobreviventes que se cuidem com o crocodilo disfarçado de rosa.

Anónimo disse...

Foi durante o último governo do PSD que mais de uma centena de casas no Farol-nascente foram notificadas com o propósito de serem tomadas administrativamente pela sociedade polis. Não fosse a providência cautelar interposta pela CMO, com base na proteção do camaleão, e já centenas de casas teriam ido abaixo. Isto foi no tempo do psd, e se foi para proteger a casa do papá ou se foi para ganhar votos pouco me importa. O que eu sei é que a maioria das casas ainda lá estão! Nos próximos anos logo veremos o que acontece, seja com o Ps, seja com o PSD. Os proprietários lá terão que gastar mais uns milhares de euros com providências, talvez baseando-se na questão da igualdade, de forma a que as casas aguentem mais uns tempos, mas até ao final da década de 20 tudo o que puder ir abaixo vai! Em Loulé, já se sabe para que lado o prato da balança terá que pender e nada tem a ver com partidos!

a.terra disse...

Caro comentador das 21:30
Está a omitir a história para de alguma forma suavizar a participação do falso partido socialista nesta questão. Foi o Governo socialista quem em 2008 criou a sociedade Polis, o instrumento financeiro para a aplicação do POOC. também ele aprovado por socialistas em 2005. E não fora a queda do 2º governo Socrates, e seriam os socialistas a tomar a decisão, caindo dessa forma a fava a quem se seguiu, o PSD. Se a CMO não tivesse entrado em cena, os moradores não deixariam de interpor as providências cautelares necessarias, começando pela da igualdade de tratamento, não só em relação às outras ilhas da Ria Formosa, mas também para com a margem terrestre que integra o DPM. Foram ditos socialistas que se meteram ao barulho para que essa igualdade de tratamento não fosse levantada porque ela iria pôr em causa as autarquias que aprovaram o que não deviam e que poderiam estar sujeitas a pesadas indemnizações. Ao entrar em cena a CMO, a luta foi desviada e centrada em questões que não tinham pernas para andar como as providencias da usocapião, ou até mesmo a do camaleão. Se o comentador não quer perceber isso, tudo bem, mas vir dizer que isto não tem nada a ver com partidos está a enganar-se, mais uma vez. As leis são feitas e desfeitas pelos partidos, cabendo aos Tribunais decidir em função de leis produzidas pelos partidos.

Anónimo disse...

Eu não estou a omitir nada, não invente! Acho que você tem dificuldade em compreender ou aceitar certo tipo de explanações só porque fica a ideia que estou a defender o ps o que é mentira. Para mim ps e psd são farinha do mesmo saco nesta questão e eu só dei o exemplo factual que as demolições de muitas casas foram adiadas por alguns anos devido a uma determinada providência cautelar e que na altura, na tarde em que os homens da polis se dirigiram à ponte do farol, se não tivesse sido interposta a providência na hora h, as casas tinham sido tomadas administrativamente. Está a falar com uma pessoa que já recebeu duas cartas da polis para que entregasse a casa (por acaso no tempo do psd) e que já gastou à volta de 3000 euros em providências e despesas de tribunal, portanto não pense que sabe mais do que eu sobre este assunto. Não tenho nada a ver com o ps e sei muito bem da história do pooc e do Sócrates e mais ainda da história das ilhas nos últimos 40 anos. (Continua)

Anónimo disse...

Esse argumento da igualdade já foi interposto pelos donos das casas em 2014/2015, até lhe posso dizer qual foi a resposta dada pela polis e que o tribunal deu razão à polis, daí ter sido o camaleão a salvar a situação à data, ainda que temporariamente, até que depois disso já foram casas abaixo na ria, mas aí já foi usado outro argumento e as providências para essas casas da ria não tiveram qualquer efeito, mesmo tendo sido evocada a questão da igualdade. Ora, em fevereiro de 2015 dizia assim a notificação da polis (antes do camaleão): "Por escrito entrado em 28/03/14 o interessado pronunciou-se, alegando que considera o artigo 37 do pooc uma norma ilegal por violação directa do plano de ordenamento do parque natural da ria formosa, razão pela qual não reconhece sequer o mínimo de validade aos efeitos visados com o levantamento efectuado, considerando tratar-se de uma violação do PRINCÍPIO de IGUALDADE legal e constitucionalmente consagrado que não declara não aceitar." Portanto, na altura o tribunal não deu providência ao princípio de igualdade! (Continua)

Anónimo disse...

O usucapião ou o camaleão não tiveram pernas para andar, mas a questão da igualdade também não. Quando eu digo que isto não tem nada a ver com partidos é porque estou a querer realçar que existem interesses económicos por detrás, mas se o senhor não atinge isso a culpa não é minha! É claro que os partidos e as autarquias têm interesses políticos, eleitorais, e outros que não consigo provar, mas que está à vista de toda a gente o que estas pessoas pretendem para as ilha - um turismo gourmet, vip, que dará dividendos a muita gente menos àquelas pessoas alvo das demolições. E você acredita na independência dos tribunais? Afinal quem é que não percebe nada disto? E digo mais, agora com a legalização do sítio da Culatra, (há dezenas de anos que isso deveria ter acontecido porque é realmente o único núcleo que comprovadamente a quase totalidade da população trabalha na ria e/ou mora lá) nas condições em que foi feita, a maioria das casas dos outros núcleos vão invocar que igualdade? Quantas pessoas moram ou trabalham a partir do Farol, Hangares ou Armona - meia dúzia!? Você acha que vão demolir hotéis, vivendas, urbanizações de luxo ao longo da costa algarvia por causa das casas "clandestinas" da ria? Vamos lá ver é quantos "moradores" e "trabalhadores" dos núcleos que não a Culatra se vão safar na próxima leva de tomadas de posse/demolições daqui por um ano, ano e meio. E sim, será será pelas mãos do ps demolidor!

Anónimo disse...

Factos são factos e na verdade dos factos, boa resposta OL.

Anónimo disse...

Tenho uma casa no Farol que não vai abaixo a minha filha tem um gato que não viveria se a casa fosse abaixo,consegui junto da protecção dos animais e a casa foi salva.