domingo, 5 de junho de 2022

OLHÃO: HUB AZUL AO SERVIÇO DE QUÊ E DE QUEM?

 No passado dia 31, aproveitando a cerimonia dita de homenagem ao pescador olhanense, o presidente da autarquia anunciou mais um investimento, e talvez tenha sido essa a sua unica intenção, da criação de um polo Hub Azul.
Para a maioria das pessoas que leem este tipo de noticias seria conveniente saber em primeiro lugar de que  trata o Hub Azul, lendo em https://recuperarportugal.gov.pt/2022/01/14/hub-azul-87-milhoes-na-formacao-e-economia-do-mar/ .
O Polo Hub Azul é mais um polo tecnologico, à semelhança daquele da Altice, que não vai trazer valor acrescentado à pesca e actividades a ela associadas, cuja actividade, em certa medida se assemelha à do CCMAR ou do IPMA.
A economia azul pressupõe a exploração dos recursos do mar que poderão ou não colidir com a pesca. Mas se pensarmos que a aposta dos nossos politicos é no sector turistico, e havendo duas instituições ligadas à pesca e aquacultura, tudo leva a crer que o novo polo tecnologico não vai trazer qualquer riqueza à terra e menos ainda a quem vive das actividades economicas tradicionais associadas ao mar.
O Plano de Recuperação e Resiliência apontava como objectivos a retoma, o crescimento económico sustentado e a convergência com a Europa na próxima década, tal como se pode ver em https://recuperarportugal.gov.pt/plano-de-recuperacao-e-resiliencia/.
Como sempre, aqueles que trabalham, são esquecidos na aproximação à Europa, situação agravada com os gastos militares na guerra, suportados precisamente pelos esquecidos.
Percebe-se que o problema continua na definição das prioridades para as quais não interessa a regressão social, com as bolsas de miséria envergonhada que vão surgindo por todos nos lados.
Não é por termos mais um polo tecnológico que o Povo de Olhão vai ver a sua vida melhorada. Ainda que este polo crie alguns, poucos, empregos na area do conhecimento cientifico, pouco ou nada mais traz. Mas fica o anuncio de um grande investimento, mais propaganda tão vital para a manutenção do poder.
Com isto não estamos contra a criação do polo mas sim contra a definição das prioridades e à forma como se gastam os dinheiros publicos.  

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