sábado, 17 de novembro de 2012

OLHÃO: ABAIXO ESTE VOLUNTARIADO "AMBIENTAL"

Está a decorrer em Olhão uma acção promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente-ARH Algarve sobre voluntariado ambiental para a agua, com o qual estaríamos de acordo não fora alguns factos desconhecidos do publico e que com esta acção se pretende branquear.
Estão presentes e são os principais intervenientes professores das Universidades do Algarve e de Évora, sempre louvável, com os quais os promotores da acção, a ARH e Águas do Algarve, iludem o publico.
Na verdade esta acção, essencialmente dirigida a professores e alunos da Escola Secundaria de Olhão, pretende ensinar onde, quando e como se deve proceder à colheita de águas para posterior analise. Ora isso é um serviço que competiria aos vigilantes da natureza da ARH, que dantes executavam esse serviço mas que têm vindo a desaparecer e se pretende agora substituir pelo trabalho gratuito de voluntários.
O voluntariado ambiental pressupõe a educação e formação de pessoas para irem para o terreno ensinar as boas praticas ambientais sejam elas para a agua ou outras e não substituírem o trabalho de funcionários.
A ARH, agora serviço desconcentrado da Agência Portuguesa do Ambiente, é a principal responsável pelo péssimo estado das massas de agua na medida em que é ela a entidade que habilita à sua poluição ao emitir licenças de descarga de águas residuais urbanas mal tratadas pelas Águas do Algarve.
Oitenta por cento da poluição marinha é causada pelas águas residuais urbanas segundo números avançados pelas Nações Unidas e Comissão Europeia. As águas residuais urbanas são ricas em compostos de fosforo e azoto que quando descarregados nas massas de agua doce ou salgada provocam a eutrofização das massas de agua que a seu tempo a tornarão impropria para consumo para alem de outros impactos negativos como sejam as chamadas toxinas dos bivalves.
Na Ria Formosa são descarregadas toneladas de fosforo e azoto que põem em causa o seu equilíbrio ecológico, constatando-se a elevada taxa de mortalidade dos bivalves, peixes e outras espécies.
Quinzenalmente, a Águas do Algarve procede à recolha e analise dos efluentes tratados, que as publica na sua pagina na Internet, embora sem a regularidade que a Lei determina, e onde são visíveis os incumprimentos da legislação mas autorizados pela malfadada ARH.
Quando uma entidade emissora de licenças que habilitam à poluição e uma entidade licenciada a poluir estão por detrás de uma acção de voluntariado ambiental  para a agua, não estão a fazer mais que acções de propaganda visando o branqueamento dos crimes cometidos contra o ambiente por elas próprias.
Sendo assim, pese embora, e se aplauda, o esforço e dedicação dos voluntários e dos seus formadores, não se achará senão justo que se deva denunciar a hipocrisia das entidades promotoras, não sendo demais lembrar que foi arquivado um processo em que a ARH reconhece o incumprimento.

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