domingo, 10 de fevereiro de 2008

Acerca da competitividade

Os trabalhadores deste país são uns malandros, que não querem trabalhar!

Parece ser este o entendimento da classe política e dalguns sectores mais reaccionários desta pseudo-democracia, esquecendo-se que foram os "malandros" que lhes encheram os bolsos.


Quem começou por fomentar os "job for the boys" foi o actual presidente da república, enquanto primeiro-ministro. A onda laranja varreu o país, na época e os "companheiros" com cartão laranja lá foram sendo colocados aqui e acolá. Depois vieram os "socialistas" e embarcaram na mesma onda e vai de colocar gente com o cartão da "rosa" em tudo quanto era sítio. Na satisfação das clientelas políticas, foram distribuindo lugares por uns e por outros e as fileiras do Estado foram engrossando. Agora o argumento para despejar os trabalhadores para o caixote do lixo da função pública é o da falta de competitividade.


O grande problema da função pública está nas chefias, sim, nas chefias que foram metidas apenas porque eram da cor, sem ter em conta o conhecimento de causa. Não se cuidou de colocar o homem certo no lugar certo. Os "miúdos" foram sendo colocados sem qualquer espécie de critério. Se formos verificar que conhecimento de causa tinham os indivíduos que foram colocados à frente dos institutos públicos e entidades similares, nas empresas públicas ou semi-públicas, chegamos à conclusão de que nunca seriam a pessoa certa para o lugar certo.


Que conhecimentos de causa teria o snr António Miguel Pina para ir parar ao conselho de administração do Hospital Distrital de Faro? Ou ser filho de um ex-governador civil dá-lhe esse conhecimento automático? Ou foi uma forma de lhe tapar a boca e deixar de incomodar, por exemplo, o presidente da Câmara de Olhão? Mas, quantos Antónios Pinas haverá por esse país fora? Atenção, nada de pessoal contra a pessoa em causa. Não são as questões pessoais que nos movem, mas sim como se processa a colocação de pessoas, como engorda a administração pública e de como os trabalhadores são acusados de falta de competitividade por haver gente a mais na função pública.


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