terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Casas, casinhas, casotas...barr"e"quinhas em Olhão

Segundo as últimas estimativas, a banca, no seu conjunto, arrecadou 7,9 milhões, diários, de euros de lucros. Entre eles, a Caixa Geral de Depósitos que aumentou os seus lucros em 16,7% relativamente ao ano de 2006. Coisinha pouca! Só 856,3 milhões de euros. Mas, como se isso não bastasse, o seu presidente já veio a público anunciar que os "spreads" vão aumentar, fazendo com que as taxas, nomeadamente no crédito à habitação, também aumente.
Até parece uma notícia inofensiva, coisa com a qual não devamos perder tempo. Mas será? Se as taxas no crédito à habitação aumentarem, vamos ter muitos mais apartamentos e, porque não?, vivendas à venda. O cinto vai apertando, as pessoas cada vez tem mais dificuldades em cumprir com os compromissos que assumiram perante a banca e das duas, uma: ou vendem, na tentativa de ficarem com o seu nome "limpo" ou deixam que os bancos tomem posse daquilo porque tanto lutaram.
Para os nossos governantes será uma situação normal, porque para eles as pessoas não passam de números e números também os bancos teem. Com uma grande diferença: é que as pessoas, os cidadãos comuns não dão emprego (porque também não podem) a ex-ministros, ex-secretários de estado ou a ex-deputados e o grande capital já dá.
A autarquia pouco pode fazer quanto a esta situação. Não tem poder de persuasão quanto baste para alterar essa situação. Mas pode, isso sim, apostar mais na habitação social, pode lutar contra o marketing cada vez mais agressivo, pode lutar contra a especulação imobiliária, pode criar condições para que as pessoas possam ter acesso a uma habitação mais barata, mais consetânea com as reais possibilidades de cada um.
De outra forma, ainda vamos passar de casas a casinhas, de casinhas a casotas, de casotas a barr"e"quinhas...

2 comentários:

Anónimo disse...

Os filhos deles não têm problemas em arranjar Casas porque sempre tiveram tudo. Já os que tiveram que estudar, trabalhar e lutar por uma casinha se calhar nem conseguem uma casota e no fim vão acabar numa barr" e "quinha como o autor chama. Ou então os que podem continuam a viver na casa dos pais. Depois querem que a população aumente? Com a descendência a nascer cada vez mais tardiamente? Tudo encadeado tem consequências: uma população cada vez mais velha. Mas eles não se preocupam com isso, pois estão garantidos até ao fim da vida. Com uma reforma recente e respectivo volume também eu não me preocupava.

Anónimo disse...

Esta comentadoura tem toda a razão,quando diz os filhos deles não têm probolemas em arranjar casas porque sempre tiveram tudo,.Eu acrescentaria tiveram e terão,se os cidadões deixarem.Pois em vez de falarmos so nos cafés e quando nos encontramos os amigos mais chegados ,se nós começar-mos a fazer uma denuncia publica das injustiças,que vemos no dia a dia,por parte da autarquia podemos talvez contribuir ,para pelo menos termos uma autarquia que olhe mais para o comum dos cidadões e nao para os construtores que tem descaracterizado a nossa cidade com caixotes de betão,de muito mau gosto. Quem aprova estes projectos de arquitectura nao e a camara?