segunda-feira, 14 de maio de 2018

ALGARVE: ONDE HÁ POLVO?

Todos sabem que a maior parte da nossa alimentação vem de criação ou sementeira e alguma de recursos naturais. Ou seja se não criarmos ou semearmos não teríamos alimentos. E os recursos naturais?
Os recursos naturais são limitados e quando sujeitos a sobre-exploração podem caminhar rumo à exaustão. Torna-se, por isso, necessário respeitar os ciclos de reprodução e as capturas devem respeitar os tamanhos por forma a manter os stocks em níveis, pelo menos quanto baste para que não faltem.
Nada disto tem sido respeitado na sector das pescas, com muitas culpas para os governos mas também por parte dos pescadores, por falta de campanhas de informação.
Durante a semana que acabou, os pescadores da Fuzeta reuniram para discutir o assunto e tentar encontrar soluções. Pelo meio foram prestadas declarações que deixam muito a desejar e que são reveladoras da má formação por parte de alguns pescadores, mas também a culpa dos governos.
Quando um pescador vem dizer que apanha polvos abaixo da medida porque vale cinco euros, ele está somente a ver o momento presente, esquecendo que está a hipotecar o futuro. Declarações deste tipo são inaceitáveis!
A associação de armadores da Fuzeta, segundo as noticias vindas a lume, diz que o secretário de estado das pescas afirma não haver falta de polvo e lá terá as suas razões. O actual secretário de estado, nos mais de quarenta anos de democracia, não tem feito outra coisa que estar ligado às pescas, mas sem nunca ter molhados os pés. Secretário de estado, director geral e presidente da Docapesca! Um autentico pescador de agua doce!
Se a ideia que o secretário de estado quer fazer passar, é de que há capturas a mais, então deve começar por dizer porque tal acontece. Quem concedeu tantas licenças? Quem autorizou o aumento da capacidade dos barcos? Quem permite que hajam barcos com vinte mil armadilhas e não os fiscalize? Quem, por um lado diz pretender acabar com a poluição dos plásticos no mar e autoriza covos e alcatruzes de plástico? Porque não obrigar ao uso de alcatruzes de barro? Porque não ter um período de defeso todos os anos? Porque fogem ao pagamento dos defesos? Era a essas perguntas que o secretario de estado devia responder!
A diferença, é que nas armadilhas os polvos ficam retidos enquanto nos alcatruzes eles podem sair. Mais, são os grandes armadores, aqueles que mais covos têm, quem recorre ao uso de isco vivo como forma de assegurar mais capturas. A ganancia de alguns a sobrepor-se ao equilíbrio dos recursos naturais.
A verdade é que quem vive da pesca do polvo está passando, desde o verão passado, por muitas dificuldades, com muitos deles a abandonarem a actividade.
Afinal qual é a política de pescas? Acabar com a pesca para nos obrigar a consumir peixe de "aviário" das grandes potências europeias. Sim, porque esta situação não acontece apenas com o polvo mas também com outras artes. Que o digam o pessoal das ganchorras.

1 comentário:

Anónimo disse...

O srº José Apolinário Nunes Portada é natural do concelho de Olhão,como tal segundo ouvi dizer tem sido um grande defensor da malta de Olhão além de ser um grande democrata com dificuldade de distinguir uma Cavala de uma Sarda.