domingo, 19 de janeiro de 2020

ALGARVE: A SECA, PELOS AUTARCAS ALGARVIOS

Em mais uma sessão de contra informação, o presidente da AMAL e da câmara municipal de Olhão, António Miguel Pina, vem prestar declarações ao Jornal do Algarve, edição em papel de 9 de Janeiro, dando-nos mais uma seca.
Na reunião de 20 de Dezembro, o Pina dizia que não se deviam procurar culpados, mas antes apostar nas alternativas e isto porque havia sido levantado o problema do impacto do turismo no consumo de agua, particularmente na época estival.
É que o aumento exponencial da população algarvia no Verão, de quatrocentos mil passa para um milhão de pessoas, o que aliado aos campos de golfe, também eles considerados para algumas coisas como actividade agrícola, fazem aumentar substancialmente o consumo de agua.
Por outro lado o desastrado ministro do ambiente alerta para o facto de a seca ter vindo para ficar, mas não tem uma palavra para o futuro a não ser para dizer que temos seca!
Voltando ao nosso amigo Pina, no alto do seu pedestal, decidiu que a dessalinização é a solução, sem ter em conta as consequências das salmouras resultantes desse processo. Tudo o que não seja isso é contra ele!
Uns defendem a construção de uma nova barragem, outros a reutilização das aguas residuais urbanas tratadas, outros ainda o transvaso de outras barragens.
Para todas as situações, o Pina coloca obstáculos "intransponíveis" como custos, só a solução dele não tem esse ingrediente.
No caso da reutilização das aguas residuais urbanas tratadas, o Pina vem dizer que teriam um custo duplicado, embora se saiba que as aguas da ETAR de Salir foram reutilizadas para fertilizar alfarrobeiras, ou as de Vila Real de Sº António que podiam ser reutilizadas na rega de campos de golfe, mas não são porque falta bombear. Contra isso, argumenta o Pina que lhe dizem da Aguas do Algarve, que algumas ETAR debitam agua com elevado teor de sal por intrusão salina nas redes em baixa dos municípios.
Esqueceu, o Pina, de dizer que a única ETAR que apresentava ocasionalmente elevados teores de sal, era a de Olhão Poente, porque em nenhuma das restantes analises encontrámos essa situação. O que o Pina está a fazer, é a encobrir que a industria salineira, depois da lavagem química do sal, joga nos esgotos os resíduos resultantes. Ora o presidente da câmara tinha a obrigação de mandar fiscalizar essas acções mas não o faz, contribuindo assim para a poluição da Ria Formosa.
Nós tivemos acesso a analises feitas a aguas da antiga ETAR de Olhão Poente e elas apontavam-nas como sendo autentico ouro para a produção agrícola, ricas em fosforo e azoto. Claro que de tempos a tempos, ao consultarmos as analises feitas pela Aguas do Algarve, verificámos que não era possível fazer o despiste de alguns parâmetros pela elevada presença de iões de cloreto.
Mas este episódio mostra outra situação. É que se há intrusão salina na rede em baixa dos municípios, pelo mesmo processo também há o inverso, o despejo de aguas não tratadas no meio aquático e isso é responsabilidade dos municípios, incluindo o dele, Olhão!
Este presidente é pior que um eucalipto, secando tudo à volta dele!

1 comentário:

Anónimo disse...

Política! Entre outras definições clássicas a arte da MAFIA para enganar, manipulando a verdade ou a mentira, com o fim de ganhar ou controlar o poder a todo o custo. Sejam felizes