sexta-feira, 13 de julho de 2018

OLHÃO: ABAIXO A ADMINISTRAÇÃO DOS MERCADOS!

Desde sempre que os Mercados de Olhão tiveram como característica de funcionamento, um modelo popular, criando uma grande diversidade na forma como os operadores procedem à venda dos produtos. Foi essa a ALMA dos Mercados durante dezenas de anos e que levaram ao seu sucesso, que não é de agora, mas de há muito!
Após as eleições autárquicas de Outubro passado, com as costas quentes por uma maioria absoluta, o Poder local, enveredou por um caminho completamente diferente. Nada que espante, pois ao longo dos anos temos assistido à destruição de tudo quanto tenha uma raiz popular para transformar em algo tremendamente organizado até ao seu total desaparecimento. Vejam os Santos Populares e o que lhes estava associado. Para fazer esse percurso, o Poder local, cujo "patrão" é António Pina encontrou em Eduardo Cruz, um gestor falhado, o melhor elemento para executar a sua política de destruição dos Mercados.
Começaram por dividir as pessoas, jogando com as esplanadas para acabar com o estacionamento e circulação automóvel no lado sul dos Mercados, virando os proprietários dos estabelecimentos contra os operadores. Mas agora querem cobrar a ocupação das esplanadas e a maioria dos estabelecimentos fechará portas se forem cumprir com o Regulamento de Taxas de Ocupação do Espaço Publico. É a Lei, dizem eles!
Depois, mandaram retirar todos os artefactos que os operadores utilizavam para decorar os seus espaços, como imagens ou flores. E ai de quem não os retirasse. É de Lei, dizem eles!
Exigiram que os operadores utilizassem um avental, sendo que um deles já foi multado em quinhentos euros. É de Lei, dizem eles!
Um funcionário está sendo objecto de um processo disciplinar por ter recebido meia dúzia de laranjas de um produtor. É de Lei, dizem eles!
Anteontem e ontem, músicos que fazem animação de rua, foram impedidos de tocar por não terem licença. É de Lei, dizem eles!
Ontem ainda teve lugar uma reunião com o presidente da administração a berrar com os operadores, reunião essa que alguns abandonaram. Não sabemos se é de Lei berrar com as pessoas.
Mas não dizem que é de Lei manter a câmara frigorífica em boas condições, e a do Mercado do peixe está toda ferrugenta. Lembrar-me agora que a ASAE andou a fiscalizar barcos de pesca e a apreender o pescado porque os barcos tinham ferrugem. Não, isso não é de Lei, digo eu!
Afinal o que é mais prejudicial para a saúde? O avental ou a ferrugem e o péssimo estado da câmara frigorífica?
Também se é de Lei que um funcionário não pode receber meia dúzia de laranjas, será de Lei a forma como o diligente serviçal de serviço e carrasco do funcionário foi admitido? Este já estava a trabalhar na Junta de Freguesia de Quelfes e foi colocado nos Mercados, sem qualquer concurso. Nem precisava, porque a mulher já é engenheira da Ambiolhão! Tudo claro e transparente!
E já agora, uma vez que a actual administração tem pelos operadores a mesma atitude que tem para com os seus funcionários, porque carga de agua os produtores também não são obrigados a usar o malfadado avental?
É certo que tocar musica na rua exige uma licença, mas este tipo de músicos não cobra nada ficando dependentes daquilo que as pessoas lhes dão. Afinal estamos a falar de animação de rua. E porque assim é, nas duas vezes que os músicos foram proibidos de tocar, logo populares que assistiam à cena, mostraram toda a sua indignação e revolta, contestando a acção fiscalizadora. E de tal forma assim foi, que quando o administrador tentou usar dos seus galões, alguém lhe terá puxado pela "gravata", razão pela qual o dono dos Mercados vociferou com os operadores na reunião a seguir.
Quanto às esplanadas, lembramos que está em curso a estratégia de acabar com toldos, para ventos e outros, tornando as esplanadas cada vez mais sazonais. O actual administrador era vereador e votou contra a proposta que previa a criação de zonas e épocas no Regulamento de Ocupação do Espaço Publico.
Não é de Lei, mas a administração age como se fosse, quando perdoa ou isenta do pagamento de taxas a Gelvi. Isto não é de Lei! E porque não é de Lei, todos deveriam ser objecto de sanção disciplinar ou outra mais grave, porque essa atitude é bem mais grave que receber meia dúzia de laranjas!
No fundo o que está em causa é a completa descaracterização dos Mercados, o que devia levar à união de todos, operadores, funcionários, comerciante e produtores e em conjunto exigirem a destituição desta administração.
Até lá, nem aventais, nem seguros. A desobediência aos ditames da administração e de quem a nomeou, é uma necessidade sob pena daqui a meia dúzia de meses termos os Mercados a definhar!

3 comentários:

Anónimo disse...

Na prática, " Para os AMIGOS TUDO para os OUTROS LEIS "; Para quem não concorda toda a liberdade democrática de poder emigrar.

Anónimo disse...

Graças ao Eduardo Cruz um competente técnico de sumo de laranja que a Sumol é conhecida.
Foi ele que inventou o sumo de laranja sem caroços se continuar ligado aos mercados quase que tenho a certeza que poderemos comprar sardinhas assadas com salada em qualquer tolda do Mercado de Olhão.
Por ser um homem tão competente assim como o Toino Pina só por isso não existem contestações públicas a estes grandes e sérios humanos bem haja ao garrafinha de sumol e à ostra!

Anónimo disse...

Para quem gosta tanto de aplicar a Lei, era de esperar que fossem os primeiros a cumprir. Porém, a administração dos mercados é a primeira a não cumprir a Lei ao não publicar no respetivo site as informações que por Lei são exigidas.