sábado, 10 de abril de 2021

FUZETA: QUE SE PREPARA PARA A FRENTE RIBEIRINHA?

 

A imagem mostra a celebração de um contrato entre a câmara municipal de Olhão e um gabinete de arquitectura, com vista ao estudo prévio para Requalificação Urbana da Frente Ribeirinha da Fuzeta.
A primeira observação que fazemos é de que quando se celebra um contrato desta natureza, assegura-se desde logo o que se pretende que conste do projecto, ou seja, albardar o burro à vontade do dono.
E o dono, o Pina, já mostrou o que quer, transformar a frente ribeirinha para o turismo, sem cuidar de saber o que as pessoas da Fuzeta pensam do assunto. Claro que qualquer beneficio urbanistico servirá também para a população, mas por outro lado, se ele se destinar, como é expectavel, para a exploração turistica, as pessoas simples deixarão de aceder àqueles espaços, por falta de razões económicas, até porque a sua população, as suas actividades económicas já tiveram melhores dias.
Todas estas intervenções deviam ser precedidas de uma audição, que não é a mesma coisa que uma discussão publica, à população para darem o seu contributo; deixar as pessoas de fora e elaborar um estudo, logo à partida condicionado pelo dono, não augura boas perspectivas de futuro para quem vive na vila.
A conjugação dos diversos sectores já conhecidos, como a elaboração do Plano de Urbanização da Fuzeta que prevê a transferência do Parque de Campismo para norte do caminho de ferro, as declarações sobre a construção de um ecoresort de baixa volumetria no terreno onde se situa o Parque, o interesse manifestado em transformar a zona a norte da lota para um porto de recreio, tudo aponta para que a Frente Ribeirinha da Fuzeta venha a ser tomada de assalto para a exploração turistica.
Que irá acontecer à pequena pesca? Como vão ficar as casas de apetrechos de pesca? E os pequenos bares frequentados por pescadores e familiares?
Qual o papel da Junta de Freguesia no processo? Não tem uma palavra a dizer? Vai mais uma vez ser marginalizada? 
Quando é que as pessoas da Fuzeta criam um movimento civico capaz de responder à prepotência do poder politico? DE que têm medo?

Sem comentários: