quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

RIA FORMOSA: CRISE E CRIME AMBIENTAL

 A Ria Formosa já viveu melhores dias tanto do ponto de vista económico como social e ambiental. É o resultado de politicas que se mostraram destruidoras de um património invejável.
No passado, em que eram utilizadas toda a espécie de artes, havia riqueza de tudo. Já haviam arrastos de varas, tapasteiros, redinhas, covos, merjonas e outras, mas sempre houve com fartura desde a ameijoa boa, à ameijoa de cão, ameijoa macha, carcanhol, longueirão, douradas, robalos, chocos e polvos, mas também o cavalo marinho e a seba, entre outras; hoje com tanta proibição não há nada.
Há dez anos atrás, a Polis descobriu uma mancha de caulerpa, uma espécie exótica, infestante e invasora, que apesar de ser proibida pelo Regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa, nenhuma entidade fez o quer que fosse para acabar com ela. A caulerpa vem ocupando o espaço que era da seba, entretanto transposta para o Portinho da Arrábida por uns senhores que vivem à pala de subsídios governamentais e bolsas, mas que apontam  dedo a quem trabalha e vive da Ria. Esta alga não serve de abrigo a nenhuma espécie que via na seba o refugio contra os predadores. Hoje temos predadores diferentes e muito piores, engravatados que nunca puseram os pés na lama!
Antes de aparecer a caulerpa, já a Ria vivia dias de amargura com a poluição provocada pelas descargas das ETAR e dos esgotos directos que matam a ameijoa, que degradam os fundos, que não asseguram a qualidade ecológica que as aguas da Ria deviam ter e que estão na origem do desaparecimento da seba e do cavalo marinho. Bem inventam, atribuindo culpas a terceiros, apontando soluções como a criação de santuários como se fosse possível desenvolver uma espécie sem lhe oferecer um habitat próprio.
Porque uma peste nunca vem só, temos a ostra giga, uma espécie exótica, que consta da lista de espécies proibidas pela Comunidade Europeia e que não podia ser produzida em todo o território português. A matéria orgânica segregada pela ostra degrada os fundos apodrecendo-os sendo motivo de forte preocupação sem se falar que sem ser feito o estudo para a capacidade de carga para a sua produção nem sequer devia ser autorizada, sem falar no consumo de oxigénio e de alimento que depois falta às outras espécies. Mas outros valores, interesses mais elevados, se sobrepõem. Que se produza a ostra e mate-se a ameijoa!
Quando temos um presidente de câmara, que utiliza todo o seu poder de influenciar, capaz de ocupar ilegalmente terrenos do Domínio Publico Marítimo, que se transforma num dos maiores produtores de ostras exóticas, não é de admirar que não queira acabar com a poluição na Ria. O mesmo presidente que em 2013 afirmava ir transformar a Ilha da Armona na Quinta do Lago de Olhão, ou que mais recentemente dizia que a Ria era a Auto Europa do Algarve, é aquele que mais contribui directa e indirectamente para a degradação ambiental da Ria.
A Ria Formosa vive uma crise, provocada por crimes ambientais! Essa é a verdade!

1 comentário:

Anónimo disse...

a planta foi plantada frente a armona por pessoas ligadas a ria agora esta por todo lado