quarta-feira, 1 de outubro de 2014

OLHÃO NORTE, OLHÃO SUL. FRONTEIRA NO CAMINHO DE FERRO!

Para quem não conheceu as antigas passagens de nível com guarda, elas eram compostas por cancelas para viaturas e outra para peões, estando presente sempre uma guarda, que prevenia os peões caso se aproximasse alguma composição.
A antiga CP foi desmantelada e dividida em quatro empresas para acoitar uma cambada de chulos dos  aparelhos partidários que se revezam na governação. Chulos esses, pagos à conta do Povo, cujos salários davam para pagar a um indeterminado numero de guardas, desaparecidos por razões meramente economicistas e substituídos por automatismos para viaturas que não para peões.
Nas passagens de nível de uso pedonal também podiam ser utilizados o mesmo tipo de automatizações, com sensores e cancelas que fechassem com a aproximação das composições. Custa dinheiro? Mais nos custa pagar a chulos!
No caso do encerramento da passagem de nível pedonal da Avenida, o caso ainda é pior, porque junto a ela está uma agulha que alguém dos caminhos-de-ferro terá de accionar e portanto manual ou automaticamente poderia fechar a passagem aos peões.
A REFER apresentou um projecto alternativo, que também não satisfaz, ao qual a Câmara Municipal não se dignou responder, vindo agora, a virgem ofendida em presidente da câmara, mandar comunicados para a comunicação social regional atribuindo culpas à empresa.
A verdade é que o encerramento das passagens pedonais, transforma os viadutos então criados em secções fronteiriças às quais apenas falta o recurso a portagens para a movimentação entre Olhão Norte e Olhão Sul, a fronteira da vergonha, ao nível do desmantelado Muro de Berlim.
No passado dia 29, a Refer fechou e a 30, o Povo abriu a passagem junto ao Intermarchê. Sem estar a querer incentivar quem quer que seja a actos da mesma natureza, muito provavelmente a passagem da Avenida vai ter o mesmo destino, a Refer fecha e o Povo, abre, num ciclo sem fim à vista, porque quer da parte da autarquia e da Refer não há sensibilidade para ouvir as populações.
Como argumento, vem a REFER dizer que se trata de uma medida que visa aumentar a segurança dos peões com vista à electrificação da linha até VRS António. Mas a passagem de nível de todo o descontentamento está tão próximo da estação que quer á chegada quer à partida a velocidade das composições é reduzida, não tendo fundamento a argumentação da REFER.
É bom não esquecer que os caminhos de ferro condicionam e muito todo o Sotavento algarvio e que por via disso a AMAL como entidade representativa dos municípios algarvios deveria pensar em propor o enterramento da linha. Fuzeta, Pedras del Rei, Tavira ou até mesmo VRS António sofrem do mesmo problema. O caminho de ferro que no passado trouxe desenvolvimento, é agora um século depois, fonte de estagnação.
Que o Povo de Olhão se una e diga não à REFER!
QUEREMOS A PASSAGEM DE NÍVEL PARA PEÕES!
REVOLTEM-SE, PORRA!

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