sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

OLHÃO: ANO NOVO, VIDA VELHA

Para começar, os votos de que o ano que agora começa nos traga melhores dias, do que duvidamos.
Para nós, é ponto assente que o capital mais valioso é o capital humano, particularmente aquele que integra a força de trabalho maltratada com salários que não garantem uma vida com a dignidade que todos merecem. 
Como já dissemos, as condições de vida da maioria das pessoas estão baixo do limiar de pobreza fixado pelo governo em 501 euros mensais, como se pode ver em https://expresso.pt/economia/2020-10-16-Novo-apoio-social-nao-garante-minimo-do-limiar-de-pobreza.
As reformas de miséria ficam abaixo daquele limiar; o RSI esta abaixo do limiar e alguns outros apoios para colmatar as quebras provocadas pela pandemia também ficam abaixo. Quanto àqueles que ganham o salário minimo nacional (635 euros), liquido ficam 565 euros, ligeiramente acima do limiar de pobreza, ou seja, mesmo trabalhando estão perto da pobreza.
Nos ultimos anos, a opção politica levada a cabo pelo poder politico em Olhão, não contempla a promoção da criação de trabalho, criando estimulos para a fixação de novas industrias, na agricultura, na pesca ou na extracção mineira, num concelho em que a força de trabalho utilizada não vai alem de seis mil e quinhentas pessoas e dessas, metade trabalham no estado ou serviços dele dependentes. Trabalho por conta de outrem, fica-se pelos cerca de três mil postos de trabalho para uma população de quarenta e cinco mil habitantes.   
També já o dissemos, é necessário que o poder politico reveja as suas opções, que revele mais preocupações com as pessoas, criando uma zona industrial, não para a transferência de empresas da malha urbana, mas para atrair novos industrias capazes de criar mais e novos postos de trabalho.
Necessário também, e uma vez que está elaborado o cadastro das redes de saneamento, fazer um forte investimento faseado, para corrigir o que vai de mal naquelas redes e que são a principal fonte de degradação da produção de bivalves na Ria Formosa, e que estão na origem da proibição de uma zona e desclassificadas outras duas para a produção de ameijoa.
É necessário tambem uma aposta forte na habitação social que permita às pessoas carenciadas o acesso a um tecto já que a lei Cristas do arrendamento veio facilitar o aumento e despejo das pessoas. Curiosamente, uma Lei que todos na oposição criticavam quando foi aprovada mas que depois de chegar ao Poder, não a alteram. Há muitos anos que não é construída qualquer habitação social!
E são aqueles que estão mais perto do poder, ou que têm melhores condições de vida, revelando uma inveja absurda, vêm criticar algumas pessoas com menos posses que veem no café, negando-lhes o direito a uma vida pobre mas com alguma dignidade, como se isso fosse sinonimo de abastança. Quando vêm invejar a pobreza deviam passar pelo mesmo para perceber como nos dias de hoje, o convivio social faz parte da vida das pessoas. Já o Mexia, aquele que ganha milhões, dizia que gostava de experimentar viver com o salário minimo nacional.
Trabalho e salário digno!

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