sábado, 22 de agosto de 2020

OLHÃO: SÓ TURISMO? E O RESTO?

Durante a semana que agora finda, Antonio Pina, presidente da câmara e da AMAL, deu a conhecer, ou melhor dizendo, fez publicar no portal Base do Governo, três contratos.
Um deles já deveria ter sido celebrado há muitos anos que o da prestação de serviços para a elaboração do projecto de arquitectura para a renovação do fibrocimento em edifícios escolares, mais conhecido por amianto, uma substancialmente cancerígena. Só peca por tardia até por ter em conta que não será durante o ano escolar que o vão fazer. Ficará, quando muito para o próximo Verão, que curiosamente coincide com a campanha eleitoral autárquica.
Outro contrato para a Requalificação dos Espaços Publicos da Urbanização Custodia Mendes, ali para as bandas das Piscinas Municipais. Há que mostrar serviço. Posto a concurso, sabendo-se já quem o ganhou e com quem foi celebrado o contrato, como se pode ver em http://www.base.gov.pt/Base/pt/Pesquisa/Contrato?a=6863346. Daqui a sete meses vamos ver a nova imagem da zona, porque mais importante que a utilidade, é para o presidente da câmara, a imagem!
Deixámos deliberadamente o ultimo dos contratos, este para a aquisição de serviços para o Desenvolvimento de uma Plataforma web de gestão e Promoção Turistica.
As perspectivas de desenvolvimento do Pina passam única e exclusivamente pelo sector turístico, um sector do qual dependemos quase em absoluto, mas que a pandemia veio mostrar as suas fragilidades.
Durante muito tempo, Olhão e o Algarve, vivemos sem os benefícios do turismo, tínhamos a pesca, a agricultura, industria e extracção mineira (sal). O sector produtivo era o maior empregador da região, mas nas negociações de adesão à CEE fizeram o favor de se colocarem de cócoras perante os ditames da Comunidade, e acederam acabar com o sector produtivo por troca com o turismo.
Portugal, o Algarve e Olhão, assistiram então à destruição daquilo que tinha sido a nossa matriz ao longo de seculos, para nos tornarmos moços de recados, de avental a vender copos de aguardente a estrangeiros mais endinheirados.
É verdade que no passado as pessoas viviam mal, porque o Estado nunca deixou de cobrar o excesso de impostos que utilizou para recuperar as finanças publicas e não permitia salários que permitissem uma vida digna a quem trabalhava; a seguir ao 25 de Abril, os trabalhadores conquistaram uma serie de direitos laborais e sociais que paulatinamente vêm sendo retirados, sem que isso se traduza em qualquer melhoria nas condições de vida das pessoas. Vivemos tempos de retrocesso social que urge combater.
Continuar a apostar apenas num sector, ficando na dependência dele, como agora, é pior a emenda que o soneto. Mas o presidente da câmara e da AMAL não sabe falar de outra coisa e continua a promover o turismo.
Mas se quer turismo, trate de dar qualidade às aguas balneares do Algarve e particularmente da Ria Formosa. Em lugar de andar a gastar dinheiro em plataformas, gaste-o nos esgotos, combata a poluição!
Mas este gajo não vê outra coisa senão o turismo?

2 comentários:

Anónimo disse...

Adeus Olhão que já foste!

Anónimo disse...

SÓ, acompanhado de futebol e drinks. Que faça muito bom proveito ao Maneta. Quem não gostar da ementa que imigre...casas de pasto por esse mundo há muitas.
PS: O POVO É QUEM MAIS ORDENA DENTRO DE TI Ó CIDADE, moss.