A GESTÃO DA CM OLHÃO

Nos tempos que correm, seria bom que todos nós parássemos um pouco para pensar e olhássemos para trás, para o percurso que tem sido feito de há trinta e cinco anos a esta parte. De facto houve significativas mudanças, Uns estarão melhores, outros estarão piores. Certo é que no decorrer destes trinta e cinco anos entregámos o ouro aos bandidos (políticos). A classe política criou as condições para que o cidadão comum deixasse de questionar, deixasse de levantar problemas, em suma, que se afastasse da política e à medida que todos nós nos demitimos de exercermos os nossos direitos de cidadania, os políticos cuidaram, primeiro de si próprios e de levar este País à falência.

As famílias são criticadas pelas facilidades que tiveram no acesso ao crédito bancário, como se os nossos governantes e a própria banca não tivessem culpas no cartório. Era preciso transmitir ao "Zé" a sensação que vivíamos num país de maravilhas para que os nosso governantes pudessem usar e abusar do crédito externo. Muitas e´grandes obras públicas, daquelas que dão as chorudas "comichões". A banca, com o grupo Esoirito Santo à frente começou a aparecer em tudo, negócios claros e muito pouco claros (Herdade Portucale e subamarinos são exemplos) mas também como financiadores dessas grandes obras. Não interessava se o "lençol" era curto ou comprido, se ficávamos com os pés destapados ou não, o que interessava era criar condições para os "boys" fazerem fortuna.

Mas se nível central era assim, a nível autárquico o problema não deixa de ser semelhante. As câmaras municipais estão práticamente falidas mas continua-se a criar empresas municipais para assegurar o futuro dos "rosas" e "laranjas", essencialmente. Qual é o montante das dívidas das empresas municipais de Olhão? Qual é o montante da dívida da própria câmara? Quantas admissões foram feitas depois das últimas eleições? Será que há razão de ser para a existência da "Mercados de Olhão" e da "Fesnima" ou elas só servem  para aumentar o buraco da CM Olhão?

Fez-se um auditório, inaugurado com pompa e circunstância há um ano. Por ali tem desfilado a feira das vaidades de Olhão. Quantos lugares tem o auditório? 400? Quanto custa cada entrada? 10€? Mas os artistas não cobram em média 10.000€ de cada vez? E o resto das despesas? É cultura? Não me parece que sejam aquelas cançonetas que irão contribuir para elevar o discernimento, a capacidade intelectual ou o nível cultural de quem lá vai. Serve, sim, para entretenimento de uns priveligiados, especialmente funcionários autárquicos, que não a maioria. Mas não somos nós, munícipes, a pagar aquilo tudo? Não estamos em ano de "vacas magras"?

O caciqueiro presidente da câmara ainda não se pronunciou sobre a possibilidade futura de pagamento de portagens na Via do Infante. O lambe-botas concorda com o seu padrinho mor, aquele de quem Pacheco Pereira disse claramente que mentiu à Assembleia da República e ao País. Não fomos solidários com os portugueses do norte, deixámos que "assaltassem" aquela parcela do Povo, esquecendo-nos que mais tarde tocaria a nós também.

Os proxenetas da política vão-se oriantando à custa do nosso esforço, do nosso trabalho, dos nossos sacríficios. Da direita à esquerda há coisas que não chegam ao conhecimento do simples cidadão. Só entre P"S" e PSD levam 4.500.000€ anuais de subvenções que o Estado ( o Estado somos todos nós) lhes paga e ainda mais para as eleições. Mas os outros também comem do bolo, ainda que em menor parte, e por isso calam-se. Da esquerda à direita e vice-versa, estão-se nas tintas para os problemas das pessoas. Acabem lá com essas trafulhices de gastarem aquilo que é de todos e que a todos custa a pagar, principalmente àqueles que tem rendimentos mais baixos. Chulos! Chulos! Chulos!