E agora Portugueses? Há que decidir!

por António Miguel Pina a Quarta-feira, 20 de Abril de 2011 às 13:15

O FMI já está em Portugal. Se as negociações correrem de feição, chegarão ao nosso país mais uns milhões de euros.

Estamos safos, dirão os mais desatentos, os menos informados ou os mais optimistas!

Por estar atento aos sinais da economia, por me considerar minimamente informado sobre a real situação do país, e ter a consciência que o estado de optimismo nem sempre é benéfico, não partilho de forma alguma da expressão: Estamos safos!

Penso sim que, finalmente temos de entrar nos eixos, ser realistas, viver com o que temos. É verdade que temos muitas ambições no que respeita a grandes projectos de infraestruturas. Eventualmente, algumas serão desnecessárias ou de utilidade/rentabilidade duvidosa, como por exemplo o novo Aeroporto em Beja.

Contudo, também nos assiste a possibilidade de sonhar ser, como os nossos parceiros mais endinheirados da UE, e ter TGV, um novo aeroporto de Lisboa, uma nova travessia no Tejo ou até mesmo mais uns quantos Metros de Superfície para aumentar a oferta de transporte às populações. Mas para termos tudo isto, sem dinheiro próprio, o Estado tem vindo a recorrer às PPP (Parcerias Público- Privadas), que infelizmente, significam em geral, BONS negócios para os privados e MAUS negócios para o estado.

Penso que é chegada a hora de mudar e, principalmente, corrigir estratégias que, ao longo dos anos, se provaram desastrosas para o estado e os contribuintes, hipotecando o futuro de todos.

Penso que é chegada a hora de decidir o que queremos e quem queremos.

Sócrates ou Coelho, eis a questão! É nisto que se resume a nossa decisão? Infelizmente, o tecido político actual não nos dá outras possibilidades.

Numa primeira e livre análise, acredito que quem está farto de promessas, de alguns abusos de poder, negócios mal explicados e, acima de tudo, quem sabe que esta crise lhe vai sair do bolso, dirá: Venha já o Passos Coelho, chega de Sócrates.

Mas, Passos Coelho só tem dado passos para trás, ou melhor, tiros nos próprios pés! Senão, vejamos:

- Afinal, sempre esteve reunido com o Primeiro-Ministro na véspera da apresentação das medidas do PEC4;

- Na ganância dos votos, escolhe para cabeça de lista por Lisboa, Fernando Nobre que, uma semana antes dizia nunca ser candidato por um partido;

- Um dia escreve que não aumentará impostos, no outro diz que prefere aumentar o IVA mais 2% do que mexer nas reformas, como se um aumento de 2% do IVA não tivesse impacto nos salários e pensões reais.

Não deveria Passos Coelho saber que esse imposto é dos mais injustos para quem pouco ou nada tem. É um imposto cego! As reformas sim deverão ser penalizadas como foram os vencimentos acima dos 1.500€! Paga quem mais ganha!

Afinal veio a saber-se também que, todas as medidas previstas no PEC IV, que Passos Coelho rejeitou, e mais algumas ainda, vão ser aplicadas seja qual for o governo que saia das próximas eleições.

É verdade que Sócrates não esteve sempre bem (especialmente neste conturbado segundo governo), mas também é verdade que foi o único Primeiro-Ministro que muito fez pelo nosso país mexendo com o corporativismo da banca, farmácias e indústria farmacêutica, juízes e professores. Operou a maior reestruturação que alguma vez foi feita, na função pública com a introdução do PRACE e do SIMPLEX, mas acima de tudo, pela sua força, determinação e sentindo de dever, no exercício do cargo que lhe foi confiado.

Só um homem com o carácter de Sócrates, aguentaria todo o conjunto de rasteiras que lhe foram criando desde o dia em que foi eleito há 7 anos. Todo o género de maledicências, impropérios e casos, lhe foram arranjados, inclusive um “namorado”!

O que os portugueses vão decidir é se colocam o destino do país nas mãos de Sócrates ou de Coelho. Quem tem força para implementar as medidas necessárias? Quem conhece o País, os vários dossiês importantes e decisivos para o futuro, quem mantém excelentes relações com os restantes pares, e principalmente, quem tem sempre presente que o Estado serve para redistribuir riqueza com sentido social e não apenas para gerar riqueza!

Passos, infelizmente para ele, tem sido exímio a mostrar as suas fraquezas, a sua falta de experiência em cargos de governação, e sobretudo, a sua falta de sentido de Estado.

Não podemos brincar aos países. Indiscutivelmente, Sócrates tem sido reconhecido internacionalmente, como bom estadista e político de força e palavra. E essa tem de ser claramente, a nossa bitola de escolha."

Retirado da pagina do Facebook de António Pina o actual vice presidente da CMOlhãoe o Nº 2 do PS regional.

Dá para ver o que pensa sobre os professores, o actual vereador da educação em Olhão.

Nas próximas eleições os professores do concelho de Olhão, antes de colocarem o voto no PS é melhor pensarem 2 vezes.

Dos outros assuntos nem comento, deixo à consideração dos leitores do Olhão Livre, a nível local e nacional.