Nesta página tivemos a oportunidade de chamar a atenção para a elevada taxa de mortandade dos bivalves nesta zona da Ria, sejam eles a ameijoa ou a ostra.
Se por um lado temos uma instituição publica, o IPIMAR, que tem a responsabilidade de monitorizar as aguas da Ria, por outro temos ima instituição que vive à custa de elevados subsidios do Estado, o CCMAR que parece ter mais preocupações ambientais do que sociais como se elas não devessem estar associadas para que possa haver um desenvolvimento sustentavel. Mas ambas estão caladas sobre a mortandade dos bivalves.
Embora não sejamos parte envolvida, encaramos com muita preocupação tudo o que diga respeito à nossa Ria, gostem ou não da nossa posição.
Sob os auspicios da POLIS, o IPIMAR pronunciou-se sobre a capacidade de carga para a produção de ameijoas, fixando a densidade de 120 ameijoas, cerca de dois quilos, por metro quadrado. Esta entidade estava tão preocupada com os produtores de ameijoa que se esqueceu de analisar a capacidade de carga para a produção de ostras.
A ostra consome o equvalente a100 vezes o alimento e oxigénio da ameijoa mas não parece preocupante.
Numa Ria com, cada vez mais, dificuldade de renovação de aguas e como tal de introdução de oxigénio, aliado a outros factores era e é previsivel que a situação tenda a agravar-se se não forem tomadas medidas sérias para corrigir a situação.
Uma das situação é o assoreamento da Barra da Armona cada vez mais próxima de fechar, quando ela tinha no seu inicio três mil e quinhentos metros de abertura. Existem documentos que mostram o impacto negativo, em termos ambientais, da construção dos molhes da barra Faro-Olhão, uma obra necessária, diga-se.
Mas se tem impactos negativos de forma permanente, então devem ser acompanhados de medidas compensatórias como dragagens das areias e repulsa-las para cima da Ilha da Culatra.
Por outro lado não podemos deixar de chamar a atenção para o facto de a Aguas do Algarve ter deixado de publicar os resultados analiticos, como manda a Lei de quinze em quinze dias, fazendo-o apenas de forma anual e mesmo assim só até ao ano de 2018, ou seja, quatro anos sem publicar os resultados. E o que diz a APA sobre isso? Nada! Quem cala consente ou torna-se cumplice.
Cabe aqui dizer que, sem pôr em caus o funcionamento da nova ETAR Faro/Olhão, o volume de agua tratada é muito elevado, já que recolhe as aguas de saneamento de três concelhos. Fazer-se a analise por metro cubico é muito pouco, porque uma coisa é falar-se cinco mil metros cubicos diários e outra se for o triplo ou quadruplo, concentrando as descargas num só sitio, quando havia o compromisso de mandar as aguas residuais tratadas para a canal de Faro.
Mas devemos também chamar a atenção para a Caulerpa Prolifera, a chamada erva, que vem invadindo a Ria, expandindo-se para zonas onde antes havia seba. A seba servia de abrigo para espécies piscicolas que ali abrigavam os juvenis; a Caulerpa não serve para nada, a não ser para a descarbonização. Ou seja, não se combate o dioxido de carbono na origem, industria e automovel, mas depois combate-se restringindo uma actividade tradicional da Ria.
Enquanto as pessoas se preocuparem com o futebol, telenovelas e a péssima informação que temos nos nossos meios de comunicação e não se preocuparem com este tipo de situação, não vamos a lado nenhum!
O caminho só pode ser o da luta, mas para isso é preciso unirem-se, organizarem-se e entregar a liderança de um tal movimento em quem não hesite lutar.