sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

RIA FORMOSA: COMO SE TRANSFORMA O COMBATE ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NUM NEGÓCIO

Tal como haviamos referido no texto de ontem, trazemos hoje a nossa posição sobre a alga Caulerpa Prolifera.
De acordo com a imagem acima, verificamos que já a Sociedade Polis dava a conhecer a presença da Caulerpa a partir de 2011 na Ria Formosa.
Em posterior acto publico e que contou com a participação de elementos do CCMAR foi levantada a questão e denunciados os efeitos colaterais da presença daquela alga.
Como se sabe, a Ria Formosa, era considerada uma maternidade de espécies piscicolas de elevado valor, onde desovavam nas pradarias marinhas de seba para proteger os recem nascidos dos predadores, A Caulerpa tem vindo a conquistar o espaço das pradarias de seba mas não tem a mesma utilidade, pelo contrário, não serve de abrigo para nenhuma espécie, talvez com a excepção do safio. E de tal forma assim foi que o lingueirão tem vindo a desaparecer como outras espécies.
Na reunião publica em que participámos como convidados, foi defendido que a Caulerpa servia para a descarbonização, tendo em vista as alterações climáticas. Mas não há bela sem senão, e eis que na semana passada, saiu a noticia de uma importante reunião, onde o tema foi abordado, como se pode ler em:
Algarve: crescimento azul ganha forma - Negócios Em Rede - Jornal de Negócios (jornaldenegocios.pt)

Daquele artigo, destacámos a parte em que se fala no novo negócio que é a venda de de créditos de carbono, como podem verificar
"A venda de créditos de carbono azul a grandes investidores que pretendam mitigar a sua pegada carbónica vai ter crescimento exponencial nos próximo anos" Na nossa modesta opinião esta não será a melhor forma de combater as alterações climáticas, já que vender as quotas de descarbonização a grandes "investidores" é o mesmo que lhes permitir manter ou aumentar os niveis de poluição. Dito de outra forma os tais "investidores" pagam para desgraçar a vida daqueles que vivem das actividades tradicionais da Ria.Alguem ganha dinheiro à custa dos desgraçados e outros, beneficiários, vão continuar a degradar ou poluir o meio ambiente.Com isto temos a ciência ao serviço dos grandes interesses capitalistas, poluentes, em lugar de procurarem o melhor rumo para aqueles que execrem uma actividade não poluente.Os mesmos cientistas deveriam era preocupar-se em estudar um plano de erradicação da Caulerpa.Que os mesmos deixem de encarar o ambiente como uma oportunidade de negócio se de facto querem um planeta livre de poluição e de alterações climáticas. Prosseguir nesta via é, essa é a nossa opinião, a continuação da degradação ambiental, que a Ria Formosa dispensa.Vamos lá a ser uteis para o ambiente e defender a essência daquilo que deve ser um Parque Natural como é a Ria.Cabe àqueles que querem uma Ria capaz de dar de comer, como no passado, a milhares de pessoas, lutar por uma Ria Formosa sem estas tretas!

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