Depois
de ler várias notícias de que a limpeza de 90 toneladas de óleo de palma
foi conseguida na costa das Ilhas Barreira e na Ria Formosa toda ela fazendo parte da Rede Natura 2000 ,sendo leigo na
matéria, deixo aqui algumas questões.
A
Marinha portuguesa, em 2016 fez em Portimão a operação Atlantic POLEX.PT
2016 que foi nem mais nem menos do que uma simulação do combate à
poluição integrado no Plano Mar Limpo. Nesta simulação que ocorreu em mar alto
foram utilizados vários equipamentos e, após a chegada à costa teve também a
participação da Proteção Civil local, mas não foram utilizados voluntários.
Entretanto
em situação real, temos um caso de poluição correspondente ao 2º grau do
Plano Mar Limpo. Essa descarga detectada ao largo, foi noticiada inicialmente como
sendo de 40 toneladas de um produto não identificado. Posteriormente e depois
de chegar à costa das ilhas barreira, foi identificado como sendo um derrame de
óleo de palma. Afinal para que servem as simulações realizadas?
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A actuação em alto mar não foi feita, apenas se tomaram medidas quando a
descarga chegou à costa.
-
Os meios utilizados em Portimão na simulação, não foram disponibilizados, nem
os materiais, nem os humanos. Como diz a Marinha, a recolha, não de 40
toneladas inicialmente previstas, mas sim de 90 toneladas de óleo de palma, só
foi possível graças à participação de 500 pessoas. Como a Marinha só
apresentou 40 elementos da Autoridade Marítima Nacional, os restantes 460 eram
voluntários. Não foram chamados
os
agentes da Protecção Civil Municipal de Faro e Olhão, como foi simulado em
Portimão.
foto do blog algarve informativo
Entretanto
querem-nos fazer crer que a poluição derivada por derrame de óleo de
palma foi extinta, mas esta substância espalhou-se pela Ria Formosa, tendo
sido detectada em cima de viveiros de bivalves e até na rampa ao pé do Porto de
Recreio de Olhão a que alguns chamam Marina.
De
referir também, que o nível do 2º grau do Plano Mar Limpo é o segundo mais
grave por isso a situação foi pior do que se possa imaginar e não foi assim tão
ligeiro como quiseram fazer crer.
O
presidente da CMOlhão disse que a ambiOlhão recolheu os sacos de espuma de óleo
de palma e iria depositar em aterro, conforme se pode ler neste extrato do texto
retirado do Postal on line. Então em que aterro foram depositadas essas 90
toneladas de espuma de óleo de palma? Houve o cuidado de questionar se essa
será a solução adequada?
No
que toca a futuros focos de poluição na costa da Ria Formosa e do Algarve há
algumas questões que se deve levantar:
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Se for detectada ao largo da costa da Ria Formosa uma mancha de hidrocarbonetos
(grude do petróleo), a Marinha Portuguesa vai deixá-la chegar à costa que faz
parte da Rede Natura 2000 pondo em risco a fauna e flora dos canais, esteiros e
sapais da Ria Formosa?
Qual a grandeza do impacto ambiental se isso vier a acontecer?
Estará a Marinha preparada para evitar que tenhamos que ver imagens desta natureza na Ria Formosa?
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E se for no verão a forma de actuação será idêntica à aplicada? Seria
interessante ver os órgãos da comunicação social estrangeira a noticiar a
interdição das praias do Algarve por poluição de hidrocarbonetos ou, já agora,
por óleo de palma.
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Neste caso a solução será o recurso ao voluntariado, sabendo que há voluntários da recolha do grude do Prestige
afundado nas costas da Galiza que ainda hoje sofrem de doenças apanhadas nessa
recolha?
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E se o governo deixar instalar na costa do Algarve plataformas de exploração de
petróleo e acontecer um acidente do tipo que aconteceu no
Golfo do México?
A
nossa Ria, a nossa fauna e flora, os esteiros e sapais desapareceriam e os
meios de actuação seriam nenhuns, apesar do êxito das simulações!
2 comentários:
não seria melhor as 90 toneladas de óleo de palma ou lá o que era, tivessem sido reaproveitadas?
qual o aterro que onde foram depositadas essas 90 toneladas de óleo
a Marinha só sabe fazer simulações quando a ameaça é real recorre ao voluntariado.
quanto aos esgtos que o Pina envenena a Ria Faz que não vê.
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