terça-feira, 2 de maio de 2017

OLHÃO: PROMISCUIDADE ENTRE POLITICA E FUTEBOL!

Há oito anos atrás, também a escassos meses de eleições autárquicas, o Sporting Clube Olhanense, navegava na crista da onda da subida ao escalão maior do futebol nacional, com os socialistas  na Câmara Municipal a tentar colher dividendos eleitorais que obviamente não lhe pertenciam, prometendo apoios que ajudaram ao processo de falência do clube.
A essa altura o Sporting Olhanense tinha cinco mil sócios pagantes!
Passado este tempo, vem outra vez a socialista Câmara Municipal, tentar mais uma vez colher o mesmo tipo de dividendos, comprometendo-se a conceder apoios ao clube para o que precisa do voto favorável dos restantes partidos que compõem o elenco executivo.
Hoje o Sporting Olhanense tem 500 sócios pagantes! Vejam bem a diferença dos tempos!
Nos últimos anos o futebol profissional nacional, e não só, sofreram profundas alterações, tornando-se na maior industria do País e com os clubes transformados em empresas, pagando salários muito acima da media daqueles que a media da população portuguesa não recebe.
Os clubes passaram a ter duas componentes, o clube propriamente dito e as Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).
No caso do Sporting Olhanense, após a constituição da SAD, vendeu 80% do seu capital, passando o accionista maioritário a ser um qualquer estranho à história e vivência do clube, retirando aos sócios qualquer veleidade no processo de decisão naquilo que envolve a prática desportiva profissional. 
Como contrapartida da alienação de tão importante fatia do capital accionista, ficou a SAD obrigada a pagar ao clube um determinada valor pela utilização do seu património, quantia essa que não tem sido paga, mas que também, diga-se de passagem, o clube nada fez ou faz para recuperar as dividas da SAD para com o clube.
No clube, ficaram os escalões de formação, desde a escola até aos juniores, que o clube procurou manter contando para isso com as verbas que a SAD teria de pagar, e não paga.
Ou seja, a formação do Sporting Olhanense, sofre também ela uma lenta agonia, fruto de uma gestão ruinosa e da ausência de uma política desportiva e humana. Na verdade, os objectivos da formação passam pelo desenvolvimento desportivo mas também como pessoas, formando ao mesmo tempo o jogador e o Homem, o que não tem acontecido.
E tanto assim é que, nos últimos doze anos, o Sporting Olhanense não aproveitou um único jogador para os quadros da sua SAD, preferindo, muito ao jeito dos empresários, autêntica máfia do futebol, contratar jogadores de valor duvidoso e abaixo do potencial que a formação apresentava.
Desculpam-se os dirigentes desportivos com o facto que assim que começa a despontar algum valor, logo vêm os grandes buscá-los. Esquecem os mesmos dirigentes que os jogadores de eleição escolhidos pelos grandes, são para integrar o escalão maior do futebol nacional, no topo da tabela, enquanto que aqueles que ficam, embora não tenham a mesma qualidade, servem perfeitamente para integrar clubes do meio da tabela para baixo ou nos escalões secundários, como é o lugar do Sporting Olhanense.
O Sporting Olhanense deu cartas quando o seu plantel era constituído em grande parte por gentes de Olhão e arredores, período em que desenvolveu o seu património, pelo qual figuravam no top ten dos maiores do futebol nacional. Hoje o Sporting Olhanense tem o seu património penhorado ou alienado, tem dividas ao fisco e à Segurança Social, atravessando o período mais negro da sua longa história.
Aliado a práticas de gestão ruinosa e refém de empresários cujo único objectivo é o lucro, vem o Sporting Olhanense reclamar junto da autarquia por apoios que em boa verdade os não merece.
Mais se nos lembrarmos que ainda não há muito tempo, foram recusados apoios a uma Cooperativa em dificuldades, com o mesmo tipo de problemas com que se defronta o Sporting Olhanense, mal se compreenderá que a autarquia, que nos esfola na factura da agua ou do IMI, venha a conceder apoios para um clube que só não tem dinheiro porque a SAD, por ele criada e da qual é accionista, não paga as suas contas. Portanto parece que a primeira preocupação do clube deve ser a de exigir o imediato pagamento das verbas em divida pela SAD. Pedir apoios, e a utilização de dinheiros públicos antes de resolver os seus problemas internos, não só é má política como reprovável.
E pior do que isso é a promiscuidade entre os nossos autarcas, os partidos que os suportam e o futebol profissional, mas que, por estarmos em vésperas de eleições tentam mais uma cartada, com o intuito de ganhar alguns votos.
Cabe ao Povo de Olhão rejeitar tal maneira de fazer política. Os dinheiros públicos são pagos por todos, independente das clubites de cada um.
NEM UM CÊNTIMO PARA O OLHANENSE!

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais do mesmo, nada de novo!Coca, erva....para uns, futebol para outros.À que manter o rebanho anestesiado, distraído na curtição.

Atento disse...

O que falta por Olhão é promiscuidade,tanto no futebol como em quase todas as IPSS.