Desde que começou a guerra no leste europeu que assistimos a um aumento generalizado de preços de produtos que levam ao empobrecimento dos Povos Europeus, em especial dos trabalhadores.
A grande burguesia nacional vê os seus representantes no parlamento e nos órgãos de comunicação social apelar aos sacrificios como se eles fossem uma necessidade, o que é falso!
Durante este periodo não houve escassez de produtos nem a procura aumentou, condição que levam ao aumento de preço pelo que os aumentos verificados se devem à artificialidade do sistema e à ganância de especuladores sem escrupulos e que encontram no Poder politico uma valente e interessada ajuda.
Um produto que, por exemplo, antes custava dois euros e passou a custar quatro, faz com que a receita fiscal, em sede de IVA, duplique; mas também faz aumentar a receita em sede de IRC; nos combustiveis verifica-se que já tivemos o petróleo mais caro e os combustiveis mais baratos e lá vemos o IVA e o ISP a subir.
Mas temos também as rendas de casas tão altas que as pessoas não têm condições para as pagar, mas mais uma vez o Estado engorda, cobrando 28% sobre a renda.
Estas politicas de aumento das receitas fiscais, permitem ao governo reduzir a divida publica e anular o défice orçamental.
Enquanto isso, para que fosse possivel o aumento do salario minimo nacional, o governo deu ao patronato a redução da Taxa Social Unica, que desde a sua criação esteve indexada aos salários. Depois de anos a fio virem justificar a péssima gestão dos dinheiros da segurança social com o factor de sustentabilidade, a redução da TSU já não põe em causa aquele factor, embora ponha em causa as reformas futuras.
Mas não se ficam por aqui os ataques da burguesia nacional e europeia aos trabalhadores. Através do Banco Central Europeu, decidem aumentar a taxa de juros com a justificação da inflação, uma inflação a que eu chamaria antes de especulação.
O aumento de preços dos bens aparece associado à subida artificial dos custos energéticos, mais uma questão falsa. É que agora são as proprias autoridades europeias a dizer que a Europa tem gaz mais que suficiente para os próximos tempos, como se pode ler em https://eco.sapo.pt/2022/03/16/preco-do-gas-natural-cai-quase-10-na-europa-para-um-minimo-de-fevereiro/.
Ora o gaz é a principal fonte da produção de electricidade representando 48% do total. Se não havia razão para o aumento do gaz, não havia também razão para o aumento da energia.
Enquanto isso, o governo e os seus chamados opositores no parlamento, entendem dar às empresas apoios para fazer face aos custos energéticos. Então e aos trabalhadores? 125 euros? Aos reformados, meia pensão?
Os trabalhadores, reformados e pensionistas têm de se organizar e gritar bem alto que a representatividade dada ao Poder politico não pode ou não deve servir para escravizar o Povo enquanto aumenta o fosso entre as classes. Eles têm o Parlamento e o Povo tem as ruas. Acabemos com isto!
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