Nos ultimos dias, o presidente da câmara municipal de Olhão e da AMAL, veio pronunciar-se sobre o tema da agua. Cada vez que abre a boca sobre esta matéria, é apenas para degradar ainda mais as condições de vida das pessoas.
No verão concedeu uma entrevista ao jornal SOL, onde defendia que até as aguas subterraneas deviam ser consideradas como publicas para obrigar os agricultores a pagar a agua que consomem. Agora vem dizer que é preciso aplicar restrições ao uso da agua na agricultura, numa altura em que anuncia a abertura das piscinas. Afinal uns podem consumir e outros não!
Quanto à reutilização das aguas residuais para fins agricolas, dizia que tal não era possivel por causa da intrusão salina nas ETAR. Mas como se dá essa intrusão? Se a reutilização das aguas residuais fosse encarada a sério, as ETAR seriam construídas junto das zonas de produção agricola, longe das aguas do mar, e com um tratamento adequado para a sua reutilização. Mas a aposta continua a ser a mesma. Lembramos que em 2015, num evento sobre o assunto realizado no auditório da CCDR o que não impediu a construção de uma nova ETAR na Ria Formosa, anos depois. Portanto ninguem está preocupado com a necessidade de se reutilizar as aguas residuais, nem dar-lhes o tratamento adequado.
Mas porque falou da intrusão salina, o presidente deveria saber que as aguas subterrâneas também estão em risco de isso vir a acontecer tornando-as impróprias para a agricultura.
De um modo geral, aquilo que o presidente vem propor é a penalização das pessoas, não porque aumentem os custos do tratamento, mas argumentando com a escassez de agua. Isto já faz lembrar o periodo da troika e de Passos Coelho porque é o mesmo que estar a dizer que as pessoas estão a consumir acima das suas possibilidades, embota todos os consumos de bens essenciais estejam em queda.
Parece que só os mais abastados tem direito à vida, os pobres que morram à fome! Se as pessoas pensassem bem no assunto veriam que a classe dominante, ainda que minoritária, só nos deixa viver porque ainda precisam de nós.
Numa altura em que se dispõem a gastar milhões no processo de dessalinização da agua do mar, não pensar na transferência das ETAR para junto das zonas de produção agricola, um processo mais rápido e menos oneroso, é de quem não quer mesmo resolver o assunto, mas somente empobrecer as populações.
Já a redução de perdas de agua na rede é para fazer a conta-gotas!
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